segunda-feira, 10 de abril de 2017

A reforma da previdência

Por Vanderli Camorim

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Otto von Bismarck

A pretendida reforma da previdência social do governo me faz lembrar o Lula quando disse que quando um mentiroso conta uma mentira tem que continuar mentindo a vida toda. A previdência social é uma adaptação em terra tupiniquim da invenção bismarquiana da velha Alemanha imperial.
O trono Alemão estava acossado pelos sociais democratas de um lado e os liberais por outro, e o sonho da conquista do mundo para o engrandecimento da Alemanha imperial corria perigo.  Foi quando Bismarck tirou da manga da camisa o plano do seguro social aplicando uma rasteira nos socialistas e de troco jogando os liberais ao esquecimento. Os trabalhadores caíram como um pato na armadilha e assim o trono imperial alemão de uma só tacada se livrou de todo movimento político indesejável  ao mesmo tempo que submeteu o resto da nação a uma vasta burocracia aumentando perigosamente o poder de sua máquina politica. A Alemanha tornou-se assim o primeiro país a adotar o programa socialista cumprindo o vaticínio de Marx que fizera ainda em 1848 passando a ser conhecido a partir de então como o Socialismo Monárquico. O mundo deixou desde então de ser o mesmo. O liberalismo perde sua força e o socialismo inicia a sua trajetória triunfante e uma serie de revoluções e guerra civil surgem como cogumelos depois da chuva. O mundo tornou-se uma terra fértil para o desastre.

A previdência social é um projeto socialista de cabo a rabo e como tal algo para nunca dar certo senão, de ser uma chocadeira de crises, fonte de conflitos de interesses particulares e, como é compulsório e baseado nos impostos, o que diminui na outra extremidade o montante do capital, um fator que no longo prazo levará ao empobrecimento de toda a sociedade senão a sua destruição. A previdência social é algo nefasto que está longe de ser um direito de todos, mas uma política de queima de capital onde o futuro é sacrificado em favor da orgia dos políticos nos seus sucessos do momento. Iludem as massas por votos a custa de seu próprio futuro. Quando a coisa bate no fundo do poço, quando exaure os recursos acumulados por décadas e até mais que décadas eles se desculpam jogando a culpa em uma mitológica “crise” e assim escapam ilesos da condenação que teriam se as massas entendessem das consequências econômicas desses atos irresponsáveis e enganadores.

Mas ninguém quis saber disso exceto um punhado de intelectuais que nunca marcaram nenhuma influência ao longo da história até hoje e cuja voz ninguém quis ouvir.
As consequências não intencionais foi o crescimento do movimento socialista que se queria combater. Assim, tão logo surgiu em 1884, a Alemanha se revelou ao mundo como a nova Meca para onde os intelectuais de todo o mundo foram procurar inspirações e os partidos políticos o seu programa. É dito então que o socialismo é coisa de Alemão, seu produto e manufatura, de onde ganhou o mundo e cujo resultado foi, entre tantas outras, a reversão e destruição das pacíficas relações da divisão internacional do trabalho levando o mundo diretamente para o caminho do conflito eterno e imprevisível que desde então não deixou de crescer.

Tem muita gente ainda hoje querendo reformar esta estrovenga, mas qualquer reforma não é outra coisa senão a tentativa de dar um fundo novo a uma lata velha e corroída e desviar os olhos do abismo iminente. Não tem o menor sentido seguir por este caminho senão que demonstra o eterno oportunismo dos políticos de segurarem em seus empregos e privilégios de seus eleitores, bem como os eternos interesses particulares já viciados em viver à custa alheia.

Como o mentiroso que se refere Lula, a mentira chamada Previdência Social de tempo em tempo tropeça em suas próprias pernas curtas o que obriga o governo a anunciar por salvadoras reformas sem as quais, dizem, elas podem sumir levando consigo os direitos dos trabalhadores tão penosamente conseguidos. Como desculpa em tapar seus imensos buracos para não dizer mentira, e assim manter a imensa massa de eleitores numa atitude bovina para o conforto do governo, se faz um imenso malabarismo para conciliar o inconciliável em uma luta insana em que diz ser para  preservar seus direitos que algum malvado lhes deseja roubar.  Esta conversa fiada mostra também o quanto as massas crêem nos milagres do socialismo que dizemos sem nenhuma duvida que hoje o socialismo é uma manifestação das massas e que o trabalho dos intelectuais em difundi-las foi coroado com sucesso e assim as massas do povo  permanecem servis a este novo Deus chamado Estado.

Felizmente temos a previdência privada que pode sinalizar uma luz no fim do túnel. Por este meio os recursos poupados seriam encaminhados para o investimento produtivo o que beneficiaria toda a sociedade e que o trabalhador no futuro viveria de seus rendimentos, diferente da previdência do governo que hoje paga os aposentados com o dinheiro que tira de quem trabalha reduzindo os recursos que reduz se não anula toda a chance de progresso e melhoria de todos.

Só os políticos e os burocratas se beneficiam no curto prazo. No longo prazo todos perdem.


Vanderli Camorim

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Camorim é articulista de Libertatum

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