segunda-feira, 14 de agosto de 2017

 Amazônia (2)

Por Armando Soares


Não transformaremos o mundo com a bomba atômica, mas com algo que o Ocidente não compreende: nossas ideias”.
(Vichinsky)

A proposta de conservação e proteção da floresta amazônica se originou no seio dos sete países mais ricos do mundo, e como não podia deixar de ser em se tratando de piratas de luxo, ignorou o social amazônico e priorizou apenas a floresta e as riquezas do subsolo, ou seja, apenas riquezas, mascarando a proposta como se estivessem preservando um patrimônio mundial, coisa de piratas internacionais sabidos; as verdadeiras intenções, não evidenciadas pela mídia era transformar a região em reserva estratégica, ou seja, usar as riquezas amazônicas quando conviesse e se fizesse necessário a esses países. Esses piratas, em conjunto com o governo imoral brasileiro consideraram a Amazônia como se fosse apenas uma floresta virgem com um sobsolo rico e com muita água doce; simplesmente ignoraram os núcleos urbanos como algo imprestável que se pode descartar a qualquer momento, ação praticada em Roraima onde se destruiu atividades produtivas agrícolas e a economia do Estado jogando na miséria trabalhadores e índios com cobertura do Supremo Tribunal Federal.

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Essa investida dos países ricos foi facilitada em consequência da pauperização da região, da idiotice de nossas lideranças políticas, dos conflitos promovidos por bandidos e pelo crescimento geométrico do narcotráfico na região, estimulado pelo vazio de poder, cenário que vem sendo alertado sistematicamente com muita responsabilidade pelos militares brasileiros, o que não impediu que o governo brasileiro impusesse à região políticas públicas equivocadas, todas, sem exceção, fracassadas deixando uma herança pútrida que significa subdesenvolvimento permanente.

Essa intromissão esdrúxula, policialesca e ditatorial do governo brasileiro nos destinos da Amazônia e amazônidas, teve início através de Uma Comissão Interministerial criada pela Portaria 606 de 12.10.90, conforme anunciado na Mensagem feita à Nação por um Presidente da República ignorante, propositalmente no Dia Mundial do Meio Ambiente, no Pantanal Mato-Grossense em 05.06.90, para agradar os países globalistas, à revelia da sociedade amazônida e de toda a sociedade brasileira, como tem sido praxe ao longo do tempo, sendo que dessa vez a imposição de um destino cretino objetivou atender os interesses do chamado GRUPO DOS SETE, (Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá), acordo bandido que concluiu por criar um programa que se intitulou Proposta Preliminar para um Programa Piloto para a Conservação da Floresta Amazônica Brasileira, ignorando, passando por cima, de tudo o que havia sido programado para a região pela eficiente equipe do governo Castelo Branco, comandada pelo saudoso e competente Armando Mendes, resultando num verdadeiro caos programático e institucional, transformando os agentes federais de desenvolvimento BASA, SUDAM e outras células institucionais do desenvolvimento, em meras peças decorativas e veículos de politicagem, mais uma demonstração da irresponsabilidade de como o governo brasileiro trata os interesses da Amazônia e do menosprezo que se tem com o seu povo, ações que chamamos de endocolonialista.

A proposta apesar de pronta nos escritórios de Brasília desde novembro de 1990, só em princípio de março de 91, é que foi dada ao conhecimento da sociedade brasileira através das ONGs estrangeiras e brasileiras, braços do ambientalismo internacional sustentadas por países ricos, talvez com objetivo de apresentá-las como parceiros para implantação do projeto de dominação, endossado pela Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República - SEMAN/PR, em reunião realizada em Brasília, em 04.03.91, com a presença de representantes do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, do Ministério das Relações Exteriores, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Regionais da Presidência da República.

O proposto para conservar e administrar a floresta amazônica resulta em síntese: (1) da visão imperial colonialista e unilateral da problemática amazônica expressa na mensagem presidencial feita no Dia Mundial do Meio Ambiente que reflete o resultado das negociações realizadas com o Grupo dos Sete Países Mais Ricos do Mundo; (2) de acomodação, na ocasião, da dívida externa brasileira nesse universo; (3) do ingresso de recursos em caráter de doação e de novos empréstimos em bases altamente concessionais; (4) da utilização de tecnologias sofisticadas para exploração da biodiversidade na região por parte dos países pertencentes ao Grupo dos Sete e (5) do interesse que a Amazônia desperta e sempre despertou para o Grupo dos Sete e particularmente dos países que compõem a Comunidade Europeia desde a ocupação da região por brasileiros.

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Como se verifica a proposta de conservação da floresta amazônica tinha entre outros objetivos resolver os problemas nacionais não-amazônicos, a dívida interna e externa e propiciar o ingresso de recursos pela Amazônia, um vazo comunicante para despejar dólares em outras partes do país, menos na Amazônia.

Como também se observa essa não é uma questão eminentemente amazônidas, porque não atendem às necessidades regionais e muito menos da tentativa de reverter um quadro econômico estacionário imposto no passado por maus brasileiros e as questões nacionais que a ela se entrelaçam, representam apenas os interesses econômicos dos países que dominam a economia mundial, e os interesses do sul/sudeste brasileiro que se confundem com a dívida interna e externa, inflação e outros problemas econômicos onde a Amazônia não tem participação ou responsabilidade, por nunca ter estado integrada ao resto do país, a não ser na época áurea da borracha, ainda assim apenas como transferidor de renda para o Sudeste brasileiro gerada na produção de borracha amazônica com o suor de bravos seringueiros. Em nossa memória ainda permanece viva o crime histórico praticado por esses maus brasileiros e governantes que, associados a ingleses, trocaram borracha por café no começo do século, estagnaram a Amazônia, permitindo o fortalecimento do Império Britânico e o domínio do comércio e industrialização da borracha, produto que iria promover a revolução do sistema de transportes no mundo com a invenção da roda pneumática, do automóvel e do avião.

O brasileiro continua em grande erro por ignorar a memória histórica, e por não ter como meta principal um projeto de país. O resultado desse comportamento é que temos sido governados por aventureiros e vigaristas.

Armando Soares – economista

E-mail: teixeira.soares@uol.com.br

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