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sábado, 17 de abril de 2010

Sobre a candidatura de Mário Oliveira

Por Klauber Cristofen Pires


O meu último artigo, que tratava da proposta do candidato pelo PT do B, Sr  Mario Oliveira, de extinguir a gratuidade do ensino público de nível superior, tem suscitado vários comentários, tanto neste blog  com em outros sites, e em várias direções, de modo que aqui venho prestar satisfações aos leitores mais fiéis ao pensamento liberal e/ou conservador, desta vez com relação ao apoio que tenho prestado à sua candidatura, e em uma oportunidade futura, especificamente quanto à questão do ensino público...


Nem todas as idéias que o Sr Mário Oliveira propõe são aquelas que gostaríamos que fossem defendidas. Contudo, o grupo dos liberais e conservadores, e aqui me refiro àqueles que o são conscientemente e que demandam a devida representatividade política, ainda é numericamente pequeno, de modo que só temos  como agregar valor se nos unirmos a um grupo maior, que haverá de constituir uma parcela de eleitorado  de centro-direita...

Trata-se, pois, de agir com o pragmatismo que a luta política exige.  Qualquer opção a esta escolha resumir-se-á a votar no socialista fabiano José Serra ou a anular o voto, posição infeliz, semelhante à que foi tomada na Venezuela anos atrás, quando a oposição decidiu boicotar as eleições e assim só fez reforçar o regime chavista.

Na verdade, continuo a apoiar o direito ao voto nulo, que chamo de "voto de objeção", em contrapartida ao voto em branco, que  constitui o que denomino de "voto de aquiescência" - embora, estrategicamente, tenho que seja mais eficaz utilizá-lo em quaisquer outros pleitos que não para o cargo de Presidente da República.

Isto entendido, não exclui-se a possibilidade de exigirmos uma maior fatia desta representatividade junto ao candidato, desde que tenhamos um senso de unidade e de prática política que nos permita sermos mais ousados. Um atento leitor houve por descobrir e alertar que o Sr Mário Oliveira tem idéias  bastante permissivas em relação ao aborto, e eu, por minha vez, aproveito aqui para também desaprovar a proposta dele das cotas sociais.  Portanto, se uma parcela significativa dos liberais e/ou conservadores unir-se em torno deste nome, poderá vir a criar a demanda política que o faça sentir a necessidade de representar nossos anseios e convicções.

Politicamente, isto é mais eficaz do que curtir dor de cotovelo e ficar reclamando que a única opção mais próxima a nós não nos serve. Por um bom bocado de tempo, nenhum político nos servirá. Talvez, isto nunca aconteça, segundo o pensamento de Ludwig von Mises, para quem a conquista a liberdade somente poderá vir por meio da pressão permanente exercida pelo povo contra as naturais tendências de concentração de poder  que todo e qualquer  político guarda dentro de si.

Como tenho exposto anteriormente, o apoio à candidatura de Mario Oliveira poderá despertar a nação para a formação de uma geração de políticos cada vez mais voltados à direita, e aí sim, os pleitos dos liberais ou conservadores terão repercussão cada vez maior, enquanto se depuram os perfis dos candidatos, paulatinamente.

Isto é um processo lento, que exige estratégia de longo prazo e unidade de ação, motivo pelo qual tenho recomendado aos meus leitores que apóiem o Sr Mario Oliveira. Lembro aqui aos leitores do pragmatismo das esquerdas em terem reconhecido a derrota no campo da luta revolucionária para partir para a disputa dos espaços, das mentes e dos corações, de modo que tantas vezes tenham aceitado pequenas derrotas temporárias em troca de vitórias mais importantes e duradouras.

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