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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um pouco mais do mesmo...

Por Klauber Cristofen Pires

Reportagem do jornal O Liberal de hoje dá conta que as crianças de uma escola pública em Ananindeua bebem água da torneira e frequentemente não têm o que comer na hora da merenda. A matéria atraiu a minha atenção pelo chamada inicial: "Na propaganda do governo do Estado, escolas bonitas com quadras cobertas, merenda todos os dias e segurança para os estudantes. Na prática, uma situação muito diferente atinge milhares de crianças no Pará, que, muitas vezes, não têm nem direito a tomar água potável, como acontece no Colégio Estadual Júlia Seffer, em Ananindeua"...

Ananindeua, para os que não conhecem o Pará, é um dos municípios que compõem a região Metropolitana. Não que uma escola de um destes interiores perdidos no mapa valesse menos, mas o fato de pertencer ao aglomerado urbano considerado como o mais bem-atendido por recursos dá a real dimensão da tragédia que é o serviço público no Brasil.

Durante as campanhas televisivas, tudo são flores, nas quais crianças bem vestidas e sorridentes aparecem exibindo o material novo ou engolindo "aquela" colherada da gororoba do dia.  Na vida real, a "fartura" prevalece: "farta" merenda, "farta" carteira escolar", farta "luz", "farta" água, "fartam" professores e assim por diante. E tudo isto acontece em meio à rica logística com que o governo costuma recepcionar caravanas do MST, do Foro Mundial Social, do gasto com a propaganda oficial e similares.

Mentir descaradamente como tem sido feito, isto é, perfilando policiais bem equipados para dar a ideía de que temos segurança, ou exibindo hospitais limpinhos ou escolas-modelo bem se parece com a propaganda oficial da URSS stalinista. Naquele tempo, anunciavam a criação de mais de um milhão de empregos e as pessoas iam para as agências do governo atrás deles para dar com os burros na água. Cada qual ficava imaginando ter sido o último - aquele que dormiu no ponto - em meio a uma população bem servida de empregos e de gêneros alimentícios e remédios, enquanto na realidade é que a cifra de cem milhões de mortos estava começando a ser construída.

Absolutamente, não falta dinheiro para a educação escolar. Basta considerarmos o número absurdo de programas de governo absolutamente dispensáveis que teríamos as melhores escolas possíveis. Porém, uma vez feito isto, estariam atendendo ao cidadão e não aos milhares de militantes que agora revindicam a sua boquinha no aparato estatal.

Liberem-nos dos impostos e deixemos que cada cidadão - inclusive e principalmente o pobre - possa pagar pela escola do seu filho e pela saúde de sua família, fazendo como toda família de classe média, que leva o lanchinho de casa. Quantas mesas alimenta o programa estatal da merenda antes de chegar às escolas?

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