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quinta-feira, 24 de junho de 2010

O PRESENTE QUE DENIGRE O PASSADO

Por Walmari Prata Carvalho

Os jornais deste domingo (20/06) editam entrevista do Ex-governador Almir Gabriel que, se manifesta em apoio à candidatura de Domigos Juvenil ao Governo do Estado, e, a de Jader Barbalho ao Senado, ambos do PMDB. Nada contra a opção de quem quer que seja por aludidos candidatos,muito pelo contrario,são representantes dignos dos votos de seus eleitores. Causa-me estranheza e dificuldade em compreender a explicita e especifica escolha de Almir.

Academicamente aprendi que, o político correto e de caráter,quando investido do cargo outorgado pelo voto do povo,busca assessorar-se de técnicos qualificados, e, ideologicamente compartimentados pelas suas diretrizes administrativas com vistas a uma prestação de serviço que vá ao encontro dos anseios do povo, e, em respeito aos seus eleitores. Dentro deste painel, Almir Gabriel norteou suas duas administrações como Governador, assessorando-se de Simão Jatene nos dois governos, e, logicamente por considerá-lo competente em condições também de atingir os objetivos maiores que todo governante sério busca (os anseios do povo), o indicou e apoiou para o Governo do Estado logrando êxito. Ate aqui dois homens com os mesmos ideais, mesma bandeira, mesma ideologia a objetivarem o coletivo das respostas aos anseios de seus eleitores e da sociedade em geral.

Vejam bem caros leitores, no poder Almir Gabriel não optou em assessorar-se nem de Domingos Juvenil, nem de Jader Barbalho, muito pelo contrario, sempre se manteve distante do PMDB, será que naquela ocasião o que hoje diz ver não via ou não queria ver? Será que aquilo que antes não lhe servia, somente agora serve?

Dizem que a magoa de Almir é em razão de Jatene não ter feito esforços para elegê-lo pela terceira vez; será?

Ouvi de um secretario municipal, salvo engano do Acará que, haviam apoiado Almir no primeiro turno, mas, que passariam a apoiar Ana Julia no segundo em razão do tratamento arrogante, deselegante, desatencioso, pretensioso dispensado por Almir ao Prefeito e seus seguidores políticos; disse o secretario que, também assim presenciou Almir se comportar com outros prefeitos.

Não terá sido “oba-oba” do já ganhou na megalomaníaca cabeça de Almir, que propiciaram estes possíveis tratamentos, do não preciso de vocês?

Não terá sido por não ter aceitado o apoio em sua campanha da liderança do PMDB? Será que esta aproximação de hoje, não deveria ter sido feita naquela especifica época?

O presente comportamento de Almir deixa claramente evidenciado a todos o seguinte: 1-Jatene ao abdicar da reeleição em favor de Almir, o fez por um elevado sentimento de respeito e consideração; pesou a condição de “ser humano” não o lado político de Jatene; abdicou pelo coletivo. 2-Faça o que fizer rume para o norte que desejar Almir nunca poderá convencer seus próprios eleitores de que Jatene não é uma ótima opção para governador, esta condição ele mesmo já a registrou na historia de nosso Estado, não tem retorno ou arrependimento. 3-Ao optar por novo rumo, Almir o faz por vendeta, isto esta explicito para todo o povo paraense, e, no fundo, nos momentos de lucidez, ele sabe perfeitamente disto, sabe também que, o Jatene é o melhor candidato. Equivocado permanece por radicalismo em função do seu egocentrismo.

Fui procurado pelo Jatene e pelo Eduardo Salles por ocasião da primeira campanha ao governo em que Almir foi eleito. Engajei-me na campanha, e, trabalhamos juntamente com o Major Itacy, Dr.Pedro Monteiro, Benvinda entre outros; enviei panfletos para Conceição do Araguaia; coloquei veiculo, e, motorista particular a disposição da campanha; o Jatene sabe disto. Nada recebi em contrapartida de Almir. Pontualmente, pela decepção do esquecimento, proferia sua alcunha que designava aquele pequeno ser da família dos murídeos, não pela fisionomia, mas, pelo esquecimento do recebido, entretanto, em nenhum momento abdiquei de minhas convicções ideológicas em razão de acreditar no PSDB, mesmo nos momentos de reflexão, onde o coração pedia o afastamento, a razão sobressaia abortando os anseios pessoais por perceber que, o partido atendia o coletivo correspondendo aos anseios do povo. Meu caráter falou e fala mais alto do que, meus desejos pessoais, e, de minha revolta pelo não agradecimento ao recebido por Almir.

Sei que é difícil comparar o que se passou comigo ao que se passou com Almir Gabriel, alem da desproporcionalidade entre os fatos, a individualidade de encarar desencontros ou contrariedades é mensurada somente por quem a sente, entretanto, quando os agentes envolvidos buscam o coletivo,e, principalmente possuem caráter, não se deixam sucumbir pela vendeta pessoal, e, em nome do bem comum e de uma historia de vida, assimilam os dissabores do contraditório. Aprendi isto depois de maturar os desencontros sofridos já aos 53 anos, hoje estou com 60 anos; será que o Dr.Almir desaprendeu ou como dizem, depois de certa idade voltamos a ser crianças?

Esta drástica e questionável mudança, jamais convencera ninguém que o tenha seguido ate hoje, muito menos aos que hoje são procurados. Sua conduta debilita a confiança dos seus seguidores que podem abandoná-lo em futuras caminhadas, o senhor esta jogando fora um passado de respeito, vendendo uma historia vitoriosa de vida, fraquejando no caráter, contrariando as verdades que defendia, e, decepcionando quem via em sua pessoa um grande político, inclusive minha pessoa.

Alguém me iluminou com os pensamentos seguintes, que os presenteio ao senhor:Quando me amei de verdade,comecei a perceber como é ofensivo forçar alguma situação ou alguém,inclusive a mim mesmo,somente para realizar aquilo que desejo,mesmo sabendo que não é o momento ou que as pessoas não estão preparadas.Hoje sei que o nome disso é RESPEITO.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, dessa maneira, errei menos. Hoje descobri a HUMILDADE.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, mantenho-me no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isto é PLENITUDE.

Amadureça,cresça,tire o fel do coração, olhe a estrada já percorrida; a historia escrita e vivida; a confiança obtida; a semente plantada.

Nem sempre o semeador é o colhedor. A vida continua, e, será bem vivida para todos os que têm paz de espírito.

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