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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Obama, os democratas e o neo-protecionismo

Por Klauber Cristofen Pires

Os Estados Unidos ainda vão ser o país do futebol, do carnaval e da pizza. Lendo os jornais, tomo ciência de que o presidente americano pretende anistiar os imigrantes ilegais e de que uma nova lei comercial exige que os exportadores mantenham representantes residentes naquele país para serem "processados". No que isto vai dar?


Um dado interessante do gigantismo da economia norte-americana é o que aquela nação importa mais do que consome e exporta mais do que produz, um sinal evidente de que processa em larga escala produtos estrangeiros para recomercializá-los no mercado externo, em uma operação que podemos chamar de "estado da arte" da agregação de valor.

Todavia, isto não significa necessariamente que serão exatamente  os produtos importados os que tomarão o rumo ao exterior. Na complexidade daquela economia, pode se dar que o importado venha a ser consumido para que o congênere nacional seja exportado.

Com a entrada em vigor do "Ato de Prestação de Contas dos Fabricantes Estrangeiros de Produtos Manufaturados" , aprovado pelo Comitê de Energia e Comércio da Câmara, todo este dinamismo tende a sofrer uma barreira. Um símbolo muito bem concebido para o comércio, imaginado nos tempos em que este consistia em uma atividade exclusivamente privada, é um pé com asas; pois bem, ano após ano, os americanos estão agrilhoando novas bolas de ferro aos seus pés alados. 

Doravante, tornar-se-á mais difícil importar, e com isto, obter conhecimento, transformar ou substituir produtos nacionais. À  toa, pois qualquer comerciante é responsável natural pelo que vende. Nos periódicos brasileiros, a queixa se situa sobretudo para os micro e pequenos exportadores, que não têm uma produção de escala capaz de arcar com tais custos burocráticos.

Por outro lado, a legalização de centenas de milhares de imigrantes ilegais têm um propósito certo: gerar uma população votante favorável ao queridinho do mundo. Obama, pois, já não é mais unicamente presidente dos americanos, senão também dos mexicanos, hondurenhos, brazucas e outras espécies exóticas, quase toda esta gente imbuída de uma mentalidade assaz estatólatra (sem contar os muçulmanos).

Com uma sociedade cada vez menos conectada aos princípios estabelecidos pelos founding-fathers, o assistencialismo e o protecionismo tenderão a crescer assim como a água acumulada no porão de um navio tende mais e mais a aderná-lo. Vai virar.

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