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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lula vai prestando contas

Por Klauber Cristofen Pires

No dia 17 de agosto, o presidente Lula justificou os notórios atrasos na construção das obras do PAC atribuindo a causa à "inveja" e ao "olho gordo" dos que não realizaram grandes obras no país,  e ainda no mesmo dia culpou os governos passados pela miséria do sistema de ensino. Ôpa, vem que a Dilma também tem a resposta na ponta da língua para o descalabro da saúde pública: a extinção da CPMF. O governo Lula, enfim, anda prestando contas de sua gestão..

Do meu cotidiano como servidor público, e especialmente durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, cansei de vivenciar os militontos com seus risos à Monalisa; confabulavam em rodas e manifestavam aquele ar de superioridade fingidamente complacente com os tempos que haveria de mudarem;  falavam como se tivessem "o" segredo; Que segredo? Que lêssemos os seus lábios: "p-l-a-n-e-j-a -m-e-n-t-o".

"Planejamento" é o rito da missa do deus estado.  O Brasil andava mal por falta de planejamento, e o PT daria um rumo a tudo, porque então as coisas seriam "planejadas".

Passados oito anos da gestão petista, o que alguém pode me dizer que tenha sido planejado? Não, a própria continuação do PT no poder não vale: quero uma obra: uma usina hidrelétrica, uma estrada, uma ferrovia, um porto, uma banda larga de verdade...o quê? Não tem nada? Nadica de nada? Gente, estou falando de oito anos! Que os doutores do riso à Monalisa tenham levado quatro para planejar, teríamos mais quatro para execução!  Mas...nada?

Vai ver a militância dos Democratas não deixou: os burguesinhos tomavam as pás e os martelos hidráulicos dos coitados dos operários; sabotavam os tratores colocando areia nos motores; tocavam fogo nas dependências dos almoxarifados e isto quando não se deitavam em massa sobre os terrenos das obras. Dos andares mais altos, colaboradores deste partido da ultra-mais-que-extrema-direita infiltrados em todos os órgãos emperravam os processos licitatórios e confeccionavam dossiês falsos para chantagear os responsáveis pelas obras. A mídia monopolizada pelo capital, a seu turno, não ajudava nenhum pouquinho, e denunciava todos os escândalos.

Durante toda a gestão lulista, o orçamento foi uma piada de mau-gosto: nada mais que um calhamaço de papéis para darem cumprimento à liturgia da burocracia e da demagogia. O governo jamais se preocupou com isto, a não ser para pagar o luxo do mandatário sem satisfações a dar ao público e para fazer proselitismo com nações sob o tacão das mais mórbidas tiranias.

Daqui há quatro ou oito anos, os índices de segurança, de educação, de saneamento, de saúde pública, e as obras emPACadas estarão do jeito como sempre estiveram ou pior, e a culpa recairá sobre os governos passados. Afinal, dezesseis anos são muito pouco pra se fazer alguma coisa, ou não?

O Sr Serra nem precisaria fazer campanha política: bastaria repetir as falas de Lula e de Dilma Roussef. Seriam muito mais eficazes do que sua insossa e sonífera estratégia propositiva.

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