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terça-feira, 7 de setembro de 2010

AGORA É TARDE!

Por Heitor de Paola
(Extraído do site Papéis Avulsos)

Desde que o ovo da serpente gerado pela relação incestuosa USP/UNICAMP pariu seus filhotes políticos ainda nos últimos anos dos governos militares, alguns poucos perceberam e denunciaram que o fim dos partidos liberais e conservadores estava próximo, era questão de poucos anos. PT e PSDB nasceram com o projeto claríssimo de banir da vida política nacional o que denominavam ‘direita’, que para seus próceres estava umbilicalmente ligada à ‘ditadura militar’. Assim definidas, as forças liberais e conservadoras foram marcadas para fenecer lentamente. Ainda resistiram bravamente nos governos Sarney, Collor e Itamar, mas finalmente sucumbiram em 94.

A imprensa foi completamente infiltrada, os raros que denunciavam a trama tucano-petista para conquistar a hegemonia da informação foram aos poucos afastados, as redações se tornaram verdadeiros nichos de revolucionários, sob o olhar cúmplice dos donos de TV e jornais. O que resta hoje na imprensa são tucanos safados e mentirosos simulando ser comentaristas neutros, denunciando farsescamente o PT como se os dois partidos não fossem idênticos. Na realidade, sua atividade jornalística visa tão somente manter a farsa. A identidade dos dois partidos fica patente na entrevista dada por FHC a Cristovam Buarque em dezembro de 2004. Nela, pelas palavras do líder máximo dos tucanalhas, torna-se claro o que hoje muitos tentam patética e ridiculamente negar: Não discutimos nem disputamos ideologia. É poder, é quem comanda. E mais adiante revela as mentiras que embalaram sua eleição e a de Lula: Na campanha, é natural um certo oportunismo. Com jogada de marketing, você cria um mito, conta uma história. O meu mito era fácil, era o real, moeda, estabilidade. O Lula era ele próprio, a vida dele. Eu não estava mentindo, realmente tinha feito o real. O Lula também não, representa a ascensão de uma camada.

O PT, cevado nas tetas marxista-leninistas modificadas pelo gramcismo, assumiu a ponta de lança da revolução, enquanto o PSDB se apresenta com o bom-mocismo característico dos Fabianos, verdadeiros lobos em pele de cordeiro deixaram para os primeiros se apresentar com pele de lobos mesmo. Paulatinamente, trabalhando em pinça, foram acabando com todos os que se opunham a seus projetos socialistas a golpes de acusação de ‘direitismo’, ‘aliados da ditadura militar’, ‘neoliberais’ e outros epítetos que tudo fizeram para tornar ofensivos aos olhos dos eleitores. É claro que, para enganar a platéia, se apresentam como opostos, acusando-se mutuamente das mesmas coisas que, juntos, sempre acusaram os outros, desnorteando o eleitor. Juntos, transformaram a palavra esquerda numa palavra mágica significando democracia e liberdade, com conteúdo oposto ao que ela realmente representa: o horror da tirania e do genocídio comunistas.

Enquanto o PT fundou e representa um projeto continental de dominação comandado de Cuba, o Foro de São Paulo, o PSDB não lhe fica atrás, pois também não representa um projeto nacional, mas os interesses globalizantes da Comissão Trilateral, do Diálogo Interamericano e do Council on Foreign Relations.  Os tucanos colocaram em prática as metas de controle populacional defendidas pelo Diálogo: legalização do aborto, esterilização em massa, legalização da união de homossexuais e enfraquecimento da Igreja Católica que deveria ser substituída por um misticismo individualista sem necessidade da intervenção sacerdotal.

O execrável PNDH que ameaça nossas tradições mais caras teve suas duas primeiras versões aprovadas nos governos de FHC, que também iniciou os processos de indenizações das “vítimas da ditadura” e criou o Ministério da Defesa, tirando os Militares das decisões políticas da Nação e destinando as Forças Armadas a se tornaram meras milícias internas, enquanto começaram a financiar a guerrilha do MST. Os tucanalhas de plantão na imprensa se desdobram para negar o óbvio: que o PNDH 3 nada mais é do que o desdobramento lógico e aprofundamento dos dois primeiros. É claro que, sendo menos palatável, o trabalho sujo foi deixado pelos tucanalhas para seus irmãos siameses.

Seguindo sua vocação sorrateira, o PT, mesmo antes de ter alguma expressão política significativa, foi tomando conta do aparelho do Estado infestando-o com seus militantes em todos os níveis, a ponto de hoje em dia a administração pública brasileira, assim como a das empresas estatais, estar quase totalmente dominada. Com o total controle sobre os bancos estatais e com a classe empresarial brasileira dependente de seus empréstimos, é fácil compreender a enxurrada de dinheiro que a campanha de sua candidata tem recebido. Do controle da máquina de arrecadação fiscal decorre a facilidade de acesso aos dados de quem bem entendem.

Enquanto havia tempo para reverter o quadro, os que o previam ficaram como Cassandras fadadas ao descrédito. Agora é tarde, Inês é morta! Está tudo dominado pelo tucano-petismo. Podem dizer orgulhosos: missão cumprida! O estado totalitário tucano-petista está definitivamente implantado e não há a menor perspectiva de terminar enquanto continuarem se revezando no poder eternamente. Entenda-se: um estado totalitário não é necessariamente autoritário, basta controlar totalmente a vida dos cidadãos nos mínimos detalhes, ainda mais quando, numa verdadeira vocação totalitária, o próprio povo pede para ser cada vez mais controlado. Basta ver o apoio às proibições imbecís implantadas pelos dois partidos e, mais ainda, o pedido infantil para mais controle ainda, como a ridícula lei da ‘ficha limpa’ que dá aos poderosos um poder ainda maior de cassação dos adversários – reais, e não fictícios – de causar inveja a qualquer ditadura. Fim de linha para o liberalismo e o conservadorismo no Brasil, ao menos no futuro previsível. Vença que vencer, é indiferente.


Versão ampliada do artigo encaminhado para publicação no Jornal Inconfidência, Belo Horizonte, MG

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