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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Por qual preço você venderia o seu filho?

Por Klauber Cristofen Pires

Não, não temo aparentar hipocrisia: sou servidor público federal, e recebo de muito bom grado um aumento salarial. O problema é que não o aceito a qualquer preço. Que preço? Que tal o de tomarem minha filha de mim? Pois então, esta é a questão que cada um de nós deve apresentar a quem vier com tal proposta: "- ei, amigo, a que preço você me venderia seu filho?" 
Há poucos dias, um colega de trabalho comentou a um terceiro da sala sua disposição em votar em Dilma Roussef, pois, segundo ele, do outro, a nossa classe não teria nenhuma expectativa de receber aumentos.

Prezados leitores, estou falando de um colega que possui nível superior e se encontra de posse de um cargo que está no 1º escalão do serviço público. Indubitável que o seu nível de conhecimento de todos os fatos envolvendo as seguidas iniquidades perpetradas pelo PT, mesmo que com base na engajadíssima mídia tradicional,  não o permitisse isentar-se de um julgamento mais criterioso.

Fatos assim repetem-se todos os dias, em várias camadas da população; os aumentos do funcionalismo público são o bolsa-família da classe média estatizada, assim como os altos juros o são para os banqueiros e os privilegiados contratos e generosos empréstimos para os grandes grupos econômicos, todos mancomunados com o governo para sugar as forças de quem, sem estado, sem sindicato, sem partido e sem ong, labuta diariamente para sobreviver, tendo de produzir para todos e ainda por cima ouvir desaforos e sofrer perseguições de toda sorte.

Não, não temo aparentar hipocrisia: sou servidor público federal, e recebo de muito bom grado um aumento salarial. O problema é que não o aceito a qualquer preço. Que preço? Que tal o de tomarem minha filha de mim? Pois então, esta é a questão que cada um de nós deve apresentar a quem vier com tal proposta: "- ei, amigo, a que preço você me venderia seu filho?"

Certamente que o sujeito vai dizer que não faria isto a preço nenhum. retruque então um pouco mais, e pergunte se o caso é você e se para outro ele o faria; ao fim, desafie-o: então por que o entrega a este governo?

Sim, meus amigos, eu bem que quero receber um aumento, mas não sob o preço de chancelar um partido que é cúmplice das FARC. Omito-me de tecer detalhes sobre isto, que eles estão aí para quem tiver juízo refletir: ôpa, em oito anos de governo Lula, o tráfico de drogas simplesmente não aumentou, mas explodiu! Pois, alguma uma uniquinha vez o Sr Lula falou mal de bandidos? Pelo contrário, sempre falou foi muito bem e ainda insatisfeito, culpou a nós todos, de acordo com a "teoria da exploração desta sociedade injusta capitalista".

Desejo, sim, ser agraciado com algum percentual que melhore as minhas condições pessoais, mas não ao preço de ter traficantes nas portas das escolas a assediarem a minha filha!

Se só isto não bastasse, então trago a recente proposta de lei da palmada, segundo a qual uma criança não pode sofrer nenhuma esécie de constrangimento sob pena de severa ação estatal sobre os pais. Nas escolas e na mídia, largamente se vem pregando que o lugar mais inseguro para a criança é a prória casa, e que o seu pior grupo social é a própria família: é lá que estão os pedófilos, os pais violentos e quando nenhum dos dois, os maiores riscos dos acidentes domésticos. há que o estado intervir! Há que o conceito do pátrio poder seja revisto!

Também não deve ser do desconhecimento de tal indivíduo o descomunal esforço que o governo vem aplicando para transformar as escolas em madraçais petistas. Nunca antes a doutrinação ieológica nas instituições de ensino foi tão intensa e descarada. Pois pergunto:  umas cifras a mais no fim do mês compensam transformar a minha filha (ou seu filho ou filha) em uma ovelha do PT?

Se não for suficiente, trago à baila, ainda mais, o projeto de instalação das máquinas de camisinha nas escolas públicas (e que depois, por decerto, será estendido para as privadas). Sim, anseio e necessito de uns trocados a mais, por quê não? Porém, desde já renuncio a ele se o preço for a implementação de medida tão nefanda, que pretende promover o sexismo desprovido dos conceitos morais e religiosos alimentados pela família e pelo incentivo ao comportamento furtivo para os encontros sexuais sem o conhecimento dos pais (onde os jovens praticarão seus atos sexuais?)

Tomando por conta que a proposta de legalização do aborto vem a cabo para intentar resolver o desastre do imenso número de moças solteiras grávidas e de companheiros abandonando suas parceiras por meras conveniências, será que a expectativa de maiores ganhos salariais pode compensar o peso na consciência por apoiar o assassinato em massa de bebês no ventre e de tantas desgraças causadas pelo imediatismo da busca frenética pelos prazeres sensuais? Será que eu quero um futuro assim para a minha filha ou futuramente, para meus netos e netas?

Mais grave do que o já exposto:  é de amplo conhecimento a qualquer pessoa mediana que o PT almeja implantar uma censura a este país, tendo realizado várias tentativas para tal fim. Oras, mas por quê tanta sanha em calar os meios de comunicação, as instituições, as entidades religiosas e ate mesmo as pessoas comuns? Qualquer governo tão empenhado em tal projeto não pode ter propósitos elevados, mas justamente, tem em vista implementar as medidas mais execráveis que por ora restam ocultas. Então, este é o preço que hei de pagar?

Nos últimos três anos, a classe à qual pertenço foi agraciada com uma série de três aumentos consecutivos, sobre os quais adianto que senti pouco benefício, haja vista a percepção da respectiva expansão monetária pelo comércio, de tal forma que tudo em volta tem sido majorado também: o colégio, o aluguel, a luz, o telefone, os alimentos nos supermercados e tudo o mais. Isto, bem entendido, sugere o embrião de uma espiral inflacionária que está por acontecer, por mais empurrada para a frente que o possa fazer este governo perdulário. Não preciso e não desejo aumentos salariais às custas do desequilíbrio financeiro do país. Isto pode soar um pouco piegas, mas a história fala bem alto: durante a gestão Sarney, aplicava-se um gatilho salarial para compensar, sempre atrás, uma hiperinflação de mais de oitenta por cento ao mês, ao que restávamos cada vez mais pobres.

Meus amigos, eis os fatos e os motivos para os quais somente uma pessoa desprovida de bom senso ou assaz oportunista pode negligenciar. Não nego que um possível futuro governo Dilma há de agradecer à lealdade do funcionalismo público com generosidade, haja vista o quanto o próprio Lula tem por mais estratégica esta união do que por seus próprios ex-colegas do ABC. Entretanto, como já coloquei meus motivos, relato como é alto o preço a pagar, pelo que o declino sem chance de arrependimento. E você, por qual preço pretende vender seu filho?

2 comentários:

  1. O petista/comunista/nazista/socialista não se importa em receber mais e ver a inflação aumentar, desde que veja que os outros não tem o aumento que ele tem. Isso acontece porque a mentalidade dele é movida pela inveja, como qualquer esquerdista. O esquerdista se importa é com o quintal dos outros, ele se importa se o sujeito tem um carrão e ele não tem, independentemente de quanto esforço o sujeito tenha feito para ter o carrão. O esquerdista não suporta ver o outro melhor. Então, não quer que o outro tenha, se ele, fazendo o esforço que já faz, não pode ter. É o "não quero fazer para ter" e "quero impedir que outros tenham, não importa o esforço que façam". É isso que move essas ideologias: a inveja.

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  2. Klauber, concordo plenamente com você. Também sou funcionário da União, mas não desejo elevar meu salário em detrimento do bom andamento das finanças públicas. Não quero ser um privilegiado. Parabéns pelo excelente artigo.

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