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domingo, 5 de setembro de 2010

Por que, apesar de tudo, sou otimista

Por Klauber Cristofen Pires

Já tenho dito que não confio nas pesquisas eleitorais, do mesmo modo que não confio nas urnas eletrônicas. Não confio em ambas, e pela mesma razão básica. Se o PT tem tomado para seus propósitos todas as instituições - inclusive a Receita Federal, como temos visto, por que razão sobrenatural restaria incólume somente o TSE? Ora o petismo, transfigurado em sua corrente religiosa sob a denominação de "Teologia da Libertação", conseguiu conspurcar até mesmo a última coisa do que poderia haver de sagrado, ao editar um Bíblia marxista.


Foi daquele vídeo do Cajuru em que ele, no programa Raul Gil, decide não tirar o chapéu para as pesquisas eleitorais e para o próprio Lula, que soube ser o Ibope propriedade de um dirigente de um grande time de futebol carioca. ôpa, que isto significa? Posso aqui ser preconceituoso, mas  simplesmente não consigo fazer a distinção entre um dirigente de um clube de futebol de um banqueiro  do jogo do bicho ou coisa pior. Se qualquer motivo que eu apresentasse para não confiar objetivamente nas pesquisas eleitorais, este é um dado subjetivo que no meu entender é fulminante. 

Por certo, o cenário é de fazer tremer as pernas. Estamos olhando para o fundo do precipício, equilibrando-nos nos pés à ponta do barranco escorregadio. Ainda sim, castigue-me Deus por minha cegueira, se estou errado, mas vejo que há chances de esta funesta situação vir a se reverter,  e estou muito longe de me referir ao atual processo eleitoral, do qual já tenho me enojado há tempo. 

Não, não vou falar de uma possível vitória serrista, primeiro porque Serra é tão esquerdista quanto qualquer petista. Sob outras circunstâncias, poderia ter sido ele o candidato de Lula.  Não sou teimoso, nem do contra. É o próprio Serra quem se afirma assim. Portanto, estou a reivindicar novos tempos, mais lá adiante.

Não nos enganemos quanto ao pleno poder - quase total - que Lula e o PT exercem sobre a máquina pública. Este de fato existe. O problema é que tem se tornado caro, pois  é cada vez mais mantido com dinheiro, vez que os militantes voluntários e os eleitores desinteressados estão cada dia mais escassos.

Em declaração recente, Dilma Roussef defendeu mais um aumento sobre a carga tributária, porque, segundo ela própria, esta é a única maneira de expandir o bolsa-família. Quanto a este aspecto, temos dois "poréns" a discutir: primeiramente, o consenso popular sobre a carga tributária está em uma tal posição que, se esta não baixa, também não se permitirá subir sem resistência, e isto lhe consumirá talvez mais popularidade do que os novos votos a serem garantidos pelo bolsa-voto-de-cabresto. Parece, pois, usando de um raciocinio econômico, o lucro marginal está para tender a zero para cada item percentual que se inclua sobre o montande de tributos a serem exigidos da população. Por outro lado, na verdade, os atuais gastos do governo já estão insustentáveis, de modo que a bolha inflacionária que Lula criou deverá estourar no próximo governo, seja qual for o mandatário, e isto merece uma reflexão paralela. 

Segundo o exposto, chego até mesmo a louvar uma vitória de Dilma Roussef.  Tenho percebido como as democracias têm sido injustas com os governantes probos e austeros: invariavelmente, depois de limparem a casa  - o que sempre exige o sacrifício de todos - e quando chega a hora de colherem os frutos, os seus mandatos expiram e os seus adversários perdulários e inescrupulosos vêm para desfrutar do banquete ruidoso. Penso que exatamente isto se dará caso Serra logre vencer este pleito. Forçosamente, seu governo será marcado pela necessidade imperiosa de ajustes severos, com todos os louros sendo colhidos por Lula, que retornará, triunfante, ensinando como se deve governar por mais oito anos (e àquela altura do campeonato, talvez, para sempre). Assim, uma vitória petista tem ao menos o condão de afastar completamente a idéia de mais uma "herança maldita". 

Retornemos, contudo, ao norte de nossa discussão: apesar de tudo, e note-se que só expus tendências preocupantes até então, o glamour petista tem se esvaziando. Lula e o PT já não são reverenciados por artistas e personalidades públicas como era tão comum acontecer. Atualmente, de forma aberta, Lula tem sido denunciado pelos humoristas capitaneados pela turma do Casseta e Planeta, com a acusação formal de Marcelo Madureira de ter recebido inúmeros "recadinhos" a dar pito sobre os seus programas. Da mesma forma, temos Carlos Vereza com seu blog a engrossar a fala dos descontentes, um fato impensável há uns anos atrás.

Incrivelmente, até mesmo os colunistas mais famosos da mídia tradicional enfim, se deram conta do projeto totalitarista do PT, ou então abandonaram o barco como os ratos que prevêem seu naufrágio. Dora Kramer, Mírian Leitão, Merval Pereira, Guilherme Fiúza e Augusto Nunes eram nomes que na melhor das hipóteses, se esquivavam de comentar sobre o Foro de São Paulo e mais ainda, sobre o  pacto de solidariedade daquele partido com as FARC, mas que hoje abertamente denunciam as manobras petistas e suas intenções. 

Ao tempo em que isto ocorre, as instituições embrionárias liberal-conservadoras vão prosperando. Ainda me lembro de um tempo em que Olavo de Carvalho lamentava a extinção do Instituto Liberal de Brasília, tendo o do Rio de Janeiro também expirado, sendo que a única entidade restante no Brasil era o Instituto Liberade. Hoje o próprio IL tem operado bastente, tendo sido o responsável pelo Dia da Liberdade de Impostos, evento famoso que contempla várias capitais do país. Além deste, bastante diligentes também têm sido o movimento Paz no Campo, o Legítima Defesa, o  Instituto Millenium, o site Mídia sem Máscara, o Escola sem Partido, o Instituto Ludwig von Mises Brasil, o movimento Viva Brasil, o Ordem Livre, o movimento contra o aborto e outros que no momento estão em estágio mais próximo do inicial. 

 Do lado das religiões, enfim, os bispos, padres e pastores conscientes abrem a voz contra o aborto, contra o sexualismo desenfreado, contra o casamento gay, contra a eutanásia, contra a liberdade de expressão e todas as propostas petistas-esquerdistas-comunistas.

Do lado da política, a aparição do Sr Índio da Costa abre uma capítulo novo, pelo precedente inédito de denunciar abertamente as ligações do PT com o Foro de São Paulo. Imagino que seu estilo fará escola. Vamos ver.

Enfim, aos poucos, a opinião pública vai sendo mudada pela oferta  do contraditório a todo o discurso hegemônico que tem dominado o país durante mais de uma centena de anos. Eu penso mesmo que este era o dever que nos faltava, sempre salvo por sua negligência pela ação das Forças Armadas. Não, não os quero de novo. Vamos continuar a fazer a nossa parte, com um trabalho consistente e capaz de fazer a população repudiar toda esta gente com a roupa manchada de sangue e iniquidades.

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