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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Por quê eu não confio nas pesquisas eleitorais

Por Klauber Cristofen Pires

O que me faz pensar que as pesquisas de opinião são manipuladas? Não, não tenho em mãos nenhum flagrante, mas apenas o bom-senso que deve nortear a cabeça de cada homem ou mulher de média informação...
Há quem sustente que os institutos de pesquisa necessitam manter intacta a sua credibilidade junto ao mercado, daí zelarem pela idoneidade das pesquisas. Muita calma aí nesta hora: que representa o "mercado"? Por acaso estamos falando de um mercado livre, onde todas as pessoas exercem as suas transações mutuamente benéficas de forma espontânea e voluntária? Parece-me que não é bem assim, mas antes, os institutos trabalham para uns quantos poucos grupos políticos, e dentre estes, hegemonicamente, o PT, que já aparelhou a maior parte de todas as instituições e que mantém uma proveitosa simbiose com o grande empresariado oligopolista, facilitando-lhes contratos com o estado em troca de financiamento das suas campanhas e projetos de governo. Neste mercado bastante reduzido, onde o PT é o cliente preferencial e aparentemente permanente, afigura-se não só seguro como também promissor inflar-lhe generosamente os números, com vistas à garantia de futuras e cada vez mais frequentes contratações de pesquisas que indiquem a legitimidade do atual governante no poder por ia de sua ampla popularidade. 

Bom sigamos também por outro indício: se Lula obtém 80% de popularidade, porque o filme "Lula, o Filho do Brasil", foi um fracasso tão retumbante? Outra: de onde teria vindo a majestosa vaia do Maracanã, em um dos poucos momentos em que Lula não se expôs para uma platéia previamente selecionada? E ainda mais: com tanta popularidade na bagagem, por que o PT se sentiu tão inseguro a ponto de decidir retirar da pauta do PNDH-3 as chamadas cláusulas polêmicas, entre as quais a que prevê a legalização do aborto, o controle social sobre a mídia e a sujeição do Poder Judiciário às reuniões de conciliação entre invadidos e o MST? Oras, com 80% de popularidade, dava pra passar como um trator....

Vejamos agora uma destas raras amostras em tempo real:  para tanto, peço ao leitor que assista ao vídeo que anda bombando no You Tube, em que o entrevistado Cajuru decide não tirar o chapéu para as pesquisas de opinião, e pergunta diretamente à platéia sobre as suas preferências: ora, mesmo com as faixas de erro estatístico, e mais ainda uma boa dose de arredondamento, percebe-se visualmente de forma indiscutível que aquela amostragem de gente (que reconheçamos, é bem popular) disposta a votar em Dilma mal passa de 10%!

Por fim, reitero que aqui no Pará o PT não teve dúvidas quando o resultado não lhe agradou: entrou com uma ação no TRE/PA para questionar o método de consulta e requerer a proibição de divulgação do resultado! Oras, oras, oras: então, digníssimo leitor, quem sou eu para discordar do PT? Se ele entrou com uma ação judicial por um resultado desagradável, ele deve saber o que está fazendo, ou não? Pense naquele malandro que sempre desconfia da sua mulher: ela é honesta, e ele é o safado(!), contudo, ele a julga por seus próprios olhos, então a segue, a vigia, a tranca em casa, a obriga a vestir roupas cafonas e lança comentários grosseiros sobre a infeliz.

Se o instituto em questão, segundo o PT, anuncia um resultado que ele considera inidôneo por lhe revelar a desvantagem, então a mesma suspeição deve recair também nos resultados que lhe favorecem, e eis aí a Sra Dilma Roussef a parecer um foguete em ascensão. Difícil de acreditar, não é?

Um comentário:

  1. Klauber,

    Pior que uma provável fraude nas pesquisas é a ABIN ser responsável pelas CHAVES CRIPTOGRÁFICAS das urnas eletrônicas!!!

    http://www.abin.gov.br/modules/mastop_publish/?tac=CEPESC

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