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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE

Por Ricardo Bergamini

Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE

Base: Setembro de 2010


Em setembro, vendas do varejo crescem 0,4%. Receita nominal sobe 0,9%


Em setembro, o comércio varejista do país registrou, com relação ao mês anterior (com ajuste sazonal), crescimento de 0,4% para o volume de vendas e de 0,9% para a receita nominal. Com isso, o setor completa cinco meses consecutivos de taxas positivas, no volume de vendas, e de nove meses para a receita nominal de vendas. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional registrou, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 11,8% sobre setembro do ano anterior e de 11,4% e 10,7% nos acumulados dos nove primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses, respectivamente. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 15,2%, 14,4% e de 13,7%.


Volume de vendas cresce em quatro das dez atividades pesquisadas

Para o volume de vendas com ajuste sazonal, os resultados indicam que quatro das dez atividades obtiveram variações positivas: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,8%); Móveis e eletrodomésticos (1,1%) e Combustíveis e lubrificantes (1,0%). As variações negativas foram em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%); Tecidos, vestuário e calçados (-0,2%); Material de construção (-0,2%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-0,7%); Veículos e motos, partes e peças (-0,8%)e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,2%).

Já na relação com setembro de 2009, na série sem ajuste sazonal, todas as oito atividades do varejo obtiveram aumentos no volume de vendas, cujas taxas, por ordem de importância no resultado global, foram as seguintes: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,7%); Móveis e eletrodomésticos (14,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (15,8%); Combustíveis e lubrificantes (10,3%); Tecidos, vestuário e calçados (12,6%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (11,6%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (28,5%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (9,7%).

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,com variação de 9,7% no volume de vendas, em setembro, sobre igual mês do ano anterior, foi responsável pela principal contribuição à taxa global do varejo. Esse resultado se justifica pelo aumento do poder de compra da população, decorrente do crescimento da massa de rendimento real habitual dos ocupados (10,1% sobre setembro de 2009, segundo a PME). Os resultados da atividade em termos de acumulados nos nove primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses foram de 10,0%.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos, com aumento de 14,4% no volume de vendas em relação a setembro do ano passado, proporcionou o segundo maior impacto na formação da taxa de desempenho do Comércio Varejista. Para tanto, vem sendo fundamental a política de expansão do crédito e o crescimento da massa real de salários. No acumulado do ano, a atividade apresentou taxa de variação de 18,4%, e nos últimos 12 meses, de 16,1%.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., exerceu o terceiro maior impacto na formação da taxa do varejo, com variação de 15,8% no volume de vendas em relação a setembro de 2009. As condições econômicas favoráveis no que diz respeito ao comportamento da massa de salários e a retomada do crédito são os principais fatores que explicam o desempenho positivo do segmento. Em termos acumulados, a taxa para os primeiros nove meses do ano foi de 8,5% e para os últimos 12 meses, de 8,3%.

O segmento de Combustíveis e lubrificantes, com variação de 10,3% no volume de vendas em relação a setembro de 2009, exerceu a quarta contribuição na taxa global do varejo. Em termos de desempenho acumulado no ano a taxa de variação da atividade chegou a 6,8%, e nos últimos 12 meses a 5,9%. Contribui para esse desempenho a estabilidade dos preços dos combustíveis (1,9% contra 4,7% do índice geral, em 12 meses, segundo o IPCA) e a melhora da conjuntura econômica, induzindo ao aumento da frota de veículos automotores em circulação. O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que aumentou seu volume de vendas em 12,6%, foi responsável pela quinta contribuição à taxa global do varejo. Em termos acumulados, os resultados foram de 11,0% para os nove primeiros meses do ano e de 9,2% para os últimos 12 meses. A atividade continua sua trajetória de taxas positivas mesmo com os aumentos de preços no segmento, a saber: 5,9% de variação no grupo vestuário, contra acréscimos de 4,7% no índice geral, no acumulado dos últimos 12 meses, segundo o IPCA.


A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a sexta maior participação na taxa global do varejo, apresentou crescimento de 11,6% na comparação com setembro do ano passado, e taxas acumuladas de 11,7% no ano e de 11,6% para os últimos 12 meses. Esse resultado mostra que a atividade continua tendo, também, seu desempenho relacionado ao movimento da massa real de salário e do crédito, somadas à essencialidade dos produtos do gênero.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pela sétima maior contribuição na formação da taxa global, obteve acréscimo no volume de vendas, em setembro, da ordem de 28,5% sobre igual mês do ano anterior e taxas acumuladas no ano de 25,3% e, nos últimos 12 meses, de 20,4%. A queda dos preços dos produtos do setor, principalmente os de microcomputadores (-6,6% nos últimos 12 meses, medido pelo IPCA), explica tais variações.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento de 9,7%, continuou exercendo a menor contribuição no resultado do varejo. O indicador acumulado no ano obteve variação de 8,8% e o dos últimos 12 meses de 9,1%. Estes resultados são decorrentes da melhoria da renda.


O Comércio Varejista ampliado registrou variações em relação ao mês anterior de -0,9% para o volume de vendas e de -0,7% para a receita nominal, ambas as taxas com ajustamento sazonal. Comparado com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de 5,9% para o volume de vendas e de 9,2% para a receita nominal. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, o setor apresentou taxa de variação de 11,4% e 12,0%, respectivamente, para o volume de vendas e de 14,1% para ambos acumulados no que tange à recita nominal.

A atividade de Veículos, motos, partes e peças registrou queda de -4,0%, no volume de vendas, em relação a setembro de 2009, acumulando no ano e nos últimos doze meses variações da ordem de 10,7% e 14,4%, respectivamente. Esta variação negativa expressa uma acomodação, uma vez que o setor vinha apresentado, nos últimos meses, taxas elevadas de crescimento.

Quanto a Material de Construção, as variações foram de 16,8% na relação com setembro de 2009, de 16,4% no acumulado do ano e de 12,5% nos últimos 12 meses. As medidas oficiais de incentivo à construção civil e o observado aumento de renda, explicam os resultados positivos no volume de vendas da atividade.

Todas as UFs registram alta na comparação com setembro de 2009

Todas as Unidades da Federação tiveram resultados positivos na comparação com setembro de 2009, sendo as taxas mais significativas observadas em: Tocantins (76,8%); Roraima (46,4%); Paraíba (28,5%); Rondônia (28,2%) e Maranhão (24,1%). Quanto à participação na composição da taxa do Comércio Varejista, destacaram-se, pela ordem, São Paulo (10,7%); Rio de Janeiro (13,0%); Minas Gerais (12,8%); Rio Grande do Sul (13,6%) e Paraná (11,5%).

Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram Tocantins (37,2%); Roraima (36,2%); Rondônia (24,1%); Mato Grosso (14,9%) e Paraíba (14,8%). Em termos de impacto no resultado global do setor, os destaques foram os estados de São Paulo (3,7%); Minas Gerais (10,2%); Rio Grande do Sul (9,8%); Rio de Janeiro (5,1%) e Paraná (7,3%).

Ainda por Unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam vinte e um estados com variação positiva, na comparação com o mês imediatamente anterior, sendo os destaques: Roraima (12,0%); Tocantins (3,9%); Acre (3,7%); Maranhão (2,7%) e Rio de Janeiro (2,7%).

No trimestre, avanço de 11,1%

O resultado de 11,1% do Comércio varejista no terceiro trimestre do ano de 2010 ficou acima do observado no segundo trimestre (10,3%), situando-se, porém, abaixo da taxa do primeiro trimestre (12,8%). Comparando as taxas do segundo com o terceiro trimestre de 2010, temos os seguintes comportamentos por atividades: altas para Outros artigos de uso pessoal e doméstico (de 5,9% para 13,2%); Combustíveis e lubrificantes (de5,7% para 9,1%); Livros, jornais, revistas e papelaria (de 7,8% para 10,3%); Tecidos, vestuário e calçados (de 10,6% para 12,8%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (de 22,42% para 24,4%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, passando de 8,5% para 9,3%. Já as reduções de taxas ocorreram em Móveis e eletrodomésticos (de 19,6% para 14,4%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (de 11,2% para 10,7%).

Em termos do Comércio varejista ampliado, a taxa de variação do terceiro trimestre, de 10,8%, superou a do segundo trimestre do ano (8,2%), influenciada pelos comportamentos das atividades descritas acima, bem como as taxas de Veículos, motos, partes e peças, que variou de 3,3% para 9,1%, e de Material de construção, de 16,8% para 17,3%.



Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

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