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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Declaração de Manhattan: discurso de ódio?

Por Klauss P. Tofanetto

Embora tenha sido lançada em 20 de novembro de 2009, somente há poucos dias é que tomei conhecimento da “Declaração de Manhattan”(1). Soube da existência dela pelo blog do Júlio Severo, através de uma notícia pró-vida lá reproduzida, que dava conta de que a Apple estava rejeitando a “Declaração de Manhattan” em sua loja de aplicativos . O aplicativo acabou por ser retirado sob pressão de grupos ativistas do movimento Gay que alegaram que seu conteúdo “provavelmente exporia um grupo a risco”. Vinda a notícia de grupos pró-vida, reproduzida pelo Júlio Severo (que, para mim, é um homem acima de qualquer suspeita), fiquei curioso para conhecer o texto da declaração. O que poderia conter a mesma, até mesmo que remotamente, a ponto de expor um grupo a risco?

Como o link da declaração não foi reproduzido no blog, apelei ao Google e encontrei um resumo em português da declaração de Manhattan (2) Este texto impele o cristão a “ousadamente falar na defesa da natureza sagrada da vida humana, do casamento como união conjugal entre homem e mulher e dos direitos de liberdade de consciência e religião”. Mas como a tradução reduzida me pareceu mais fria que ousada, resolvi entrar no site oficial  (3) e ver se, lendo a íntegra do texto em inglês e fazendo algum esforço, eu poderia ver as coisas pela perspectiva do ativismo Gay – e, assim, encontrar alguma afirmação que pudesse suscitar ódio a ponto de expor um grupo a risco.

A minha agradável surpresa foi notar que o texto original era, ao mesmo tempo, mais incisivo, mais sincero, além de ser calorosamente esclarecedor – especialmente às pessoas que não têm contato ou conhecimento a respeito da história, dos sentimentos e das atitudes cristãs. E quanto mais eu avançava no texto, mais eu notava que ver ali qualquer coisa que se assemelhasse a ódio, “homofobia” (como está na moda dizer hoje em dia) ou encontrar algo que pudesse expor um grupo a risco (exceto o cristão), maior seria a má-fé do sujeito. Subitamente eu me lembrei de um episódio que me ocorreu durante as últimas eleições, quando recebi um e-mail com um artigo de um irrelevante acadêmico que lamentava o fato de o pleito poder ser decidido pelo “ódio religioso”. Note em comum, nestes dois casos, a transmutação da defesa à vida, da família e dos valores cristãos em ódio!

“Por que só recebo e-mails reencaminhados com causas politicamente corretas?” - foi algo que me ocorreu no momento. Recebo-os aos borbotões contra o uso de peles de animais, contra a construção da Usina de Belo Monte (no mesmo momento em que o indivíduo usufrui da energia elétrica para usar o computador e reenviar o abaixo-assinado), contra a corrupção na política (mas o próprio PT fez fama em cima do quê?), etc. Mas, voltando ao assunto, por que não recebo nenhum e-mail contra a “consciência negra”? Nenhum contra a macumbaria? Nenhum contra a maconha ou os 50 mil homicícios anuais no Brasil? Será que meus conhecidos têm medo de serem processados? De serem perseguidos? Medo de causarem polêmica? Naquele momento, tive o raríssimo impulso de enviar um e-mail a todos os meus contatos fazendo um apelo para que lessem a “Declaração de Manhattan” e tentassem encontrar uma só palavra de ódio – afinal, eu não tinha encontrado nenhuma (ou será que estou virando o que a mídia chama de “fanático fundamentalista”, e não consigo mais enxergar o óbvio?)! De qualquer forma, pipocam, na mesma mídia, denúncias de discriminação por todos os cantos: contra os homossexuais, contra os negros, contra as mulheres, contra os índios, até contra os “emos”. Mas como fica a perseguição ao Cristão? O professor Olavo de Carvalho sempre cita a omissão dos meios de comunicação a respeito da perseguição anti-cristã. E, de certa forma, foi disso que tratei no assunto do meu E-mail sobre a “Declaração de Manhattan”: denúncia de perseguição ao Cristão.

Somente uma pessoa me contestou. Um colega, homossexual, que ficou particularmente ofendido. Notei que o que mais o transtornou foi o fato de o texto afirmar como casamento unicamente a união conjugal entre homem e mulher, excluindo todas as outras formas, consideradas imorais. Segundo ele, essa visão seria “excludente”. Como o conheço pessoalmente e noto que seus argumentos são muito mais reflexo de uma cultura intoxicada por pensamento politicamente correto do que má-fé (a pessoa em questão, apesar dos pesares, é uma pessoa de boa índole), tive paciência de explicar algumas coisas para ele e fazer a minha réplica. Por exemplo, excludente seria colocar os homossexuais na cadeia, e não afirmar o óbvio: que o homossexual ao fazer sua escolha, rejeita o casamento. Só lamento o fato de seu discurso conter os velhos argumento anti-Igreja, com todos aqueles chavões da Igreja como instrumento de poder e de arregimentação das massas.

Utilizando como gancho a última afirmação, consigo fazer uma analogia sobre o mesmo sintoma em planos diferentes: num caso, a defesa à vida torna-se ódio. No outro, a pessoa intoxicada de pensamento politicamente correto só conhece a Igreja por seus detratores. O que se fala da Igreja como instrumento de poder é herança de Rousseau, Diderot, Marx, chegando a Dan Brown nos dias de hoje. E tudo é dito diretamente das cátedras Universitárias (este que vos fala fez Universidade um dia e cansou de ouvir esses jargões, inclusive aceitando muita coisa como verdade na época)! Mas depois de ler Sto. Agostinho ou Sto. Tomás de Aquino, pelo contrário, nunca notei uma palavrinha que pudesse ser interpretada como tal.

Para encerrar, faço agora aos leitores do blog, o mesmo apelo que fiz aos meus contatos por E-mail: leiam a “Declaração de Manhattan” e notem que não há uma palavra sequer que possa vagamente remontar a ódio de qualquer tipo que seja. E, se assim perceberem, assinem a declaração, pois é a melhor resposta que as pessoas politicamente desinteressadas e de bem podem dar aos difamadores ou à "intolerâncias dos tolerantes". Não só leiam, mas, se possível, leiam e divulguem!

"Porém, quem anuncia a mensagem de Deus fala para as pessoas, ajudando-as e dando-lhes coragem e consolo". 1Co 14.3

(1) (http://juliosevero.blogspot.com/search?q=apple)

(2) http://manhattandeclaration.org/pdfs/Manhattan_Declaration_Summary_Brazilian_Portuguese_.pdf).%20Este

(3) http://www.manhattandeclaration.org/

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