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sexta-feira, 20 de maio de 2011

A classe social do crime

white_collar_crime.jpgMatheus Viana – Revista Profecia


Cinco jovens de classe média alta formavam quadrilha especializada em roubar artigos de luxo em Franca. Quando o que possuem não consegue suprir a cobiça que os enreda, alguns se enveredam pela rota alternativa do crime.



A falácia de que a precária condição socioeconômica de um indivíduo é o fator determinante para que trilhe a rota da criminalidade é desmascarada mais uma vez. Segundo informações da EPTV (Empresa Paulista de Televisão), filiada da Rede Globo no interior de São Paulo, cinco jovens de classe média alta de Franca, a 395 km da capital paulista, são apontados como integrantes de uma quadrilha especializada em roubar artigos de luxo.

De acordo com a Polícia Civil, as armas utilizadas pelo bando eram seus sobrenomes. Todos eles, na faixa etária de 20 a 25 anos, são filhos de empresários e membros de famílias tradicionais da cidade. Os jovens aproveitavam a frequência que desfrutavam em casas de famílias com alto poder aquisitivo, obtinham informações de quando elas viajariam e planejavam os furtos.

Leonardo Engler Pugliesi e Rafael Rodrigues Rossin, ambos de 20 anos, e João Paulo Limírio, de 25,estão detidos no Centro de Detenção Provisória de Franca. Leonardo Pugliesi foi preso em flagrante, na primeira quinzena de maio, em um apartamento onde foi encontrado, além de dinheiro, objetos roubados como relógios, roupas, perfumes e equipamentos eletrônicos. Tiago Engler Pugliesi, de 24 anos, irmão de Leonardo, e Guilherme Rodrigues Alves, de 21, estão foragidos. De acordo com informações obtidas em investigação, o grupo arrecadou, além dos objetos, cerca de 1 milhão de reais no período de seis meses. “Eles não levavam objetos de pequeno valor. Escolhiam a dedo aqueles objetos que tinham valor monetário”, explica o delegado responsável pelo caso, Márcio Garcia Murari.

Conforme preconiza o adágio popular: a ocasião faz o ladrão. É notório que, como membros de famílias de classe média alta, o quinteto não roubava por necessidade. É exatamente aí que está o “x” da questão. Sim, eles roubavam por necessidade. Embora não fosse econômica, está explícita a necessidade de suprir a devoção ao consumismo e ao materialismo vigente.

Enriquecer de maneira fácil e rápida é o lema deste tipo de criminoso. Mais do que isso, vemos neste caso a comum ‘cobiça insaciável’, um mal que aflige a sociedade pós-moderna. A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa atribui este tipo de comportamento à ‘glamourização’ da criminalidade na mídia. Ou seja, a vida no crime é relatada de maneira suntuosa e sedutora o que alimenta a volúpia do indivíduo propenso a um comportamento infrator.

No entanto, este tipo de comportamento não surge de uma hora para outra. Quando o que possui não consegue suprir a cobiça que o enreda, este indivíduo se envereda pela rota alternativa do crime. O que quero dizer com isso é que este tipo de crime é oriundo de um consumismo desenfreado que, por sua vez, é fruto da extrema devoção às riquezas. O apóstolo Paulo preconizou há milênios: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. (I Timóteo 6:10). E isso independe da classe social.

8 comentários:

  1. Que texto lamentável. Mistura falta de educação familiar, onde se aprende os limites da vida em sociedade e como direcionar seu talento para não só gerar riqueza para a sociedade como ser bem pago para isso, e assim poder consumir o quanto quiser, com uma suposta "cobiça insaciável", que se abateria sobre a sociedade capitalista (ah, Capitalismo, este malvado!). Que coisa!

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  2. James, fiquei com a mesma impressão. Lamentável...
    Ao invés de culpar os jovens, que roubaram porque assim quiseram, culpa, em última instância, o capitalismo.
    Parece até que acessei um daqueles blogs esquerdopatas....

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  3. Acho que ambos não entenderam o texto. Aqui critiquei exatamente a falácia esquerdopata de que o pobre é inserido no crime por conta de sua classe social. O que quis dizer é que este raciocínio é equivocado. O criminoso é criminoso independente da classe social. Não critico o capitalismo, mas sim quando o amor ao dinheiro ela o indivíduo a cometer um crime.

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  4. "Acho que ambos não entenderam o texto. Aqui critiquei exatamente a falácia esquerdopata de que o pobre é inserido no crime por conta de sua classe social. O que quis dizer é que este raciocínio é equivocado. O criminoso é criminoso independente da classe social. Não critico o capitalismo, mas sim quando o amor ao dinheiro leva o indivíduo a cometer um crime."
    Eu entendi muito bem o texto... Você apenas trocou a classe social pelo dinheiro. Igualzinho aos esquerdistas, tenta retirar do agente a responsabilidade pelo crime.

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  5. Isso é o que você diz. Você é livre para pensar o que quiser. Radicalismo de direita é tão nocivo quanto o de esquerda. A extrema devoção ao dinheiro, que faz o indivíduo atribuir a ele um valor que sobrepuja o do ser humano, é um mal a ser combatido. E isso é completamente diferente de desenvolvimento econômico privado – que defendo. Portanto, colocar a crítica à valorização extrema do capital e a crítica ao capitalismo – e de todo desenvolvimento que a economia liberal proporciona – no mesmo patamar é indício de carência de coerência intelectual. Isso sim é lamentável!

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  6. Não é possível entender a democracia sem o uso de uma hermenêutica sã e desprovida de radicalismos. Mas você é livre para pensar o que quiser, para não compreender o que disse e fazer acusações infames peculiares de quem não possui argumentação lúdica.

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  7. Isso é o que você diz. Você é livre para pensar o que quiser.
    - Isso é o que está escrito. Sim, ainda sou livre para pensar, dizer e escrever o que quiser.

    Radicalismo de direita é tão nocivo quanto o de esquerda.
    - Em que momento fui radical?

    A extrema devoção ao dinheiro, que faz o indivíduo atribuir a ele um valor que sobrepuja o do ser humano, é um mal a ser combatido.
    - Cito pequenas passagens de seu texto: "Sim, eles roubavam por necessidade. Embora não fosse econômica, está explícita a necessidade de suprir a devoção ao consumismo e ao materialismo vigente." "Quando o que possui não consegue suprir a cobiça que o enreda, este indivíduo se envereda pela rota alternativa do crime. O que quero dizer com isso é que este tipo de crime é oriundo de um consumismo desenfreado que, por sua vez, é fruto da extrema devoção às riquezas."
    Parece até que os jovens foram forçados pelo maldito capital a cometer os crimes. Eles não foram forçados a nada. Tomaram a decisão. Nesta passagem, você retira a responsabilidade da pessoa do agente e a coloca em fatores externos, como se fosse algo inexorável. A mesma coisa fazem os esquerdistas.

    E isso é completamente diferente de desenvolvimento econômico privado – que defendo.
    - Estamos juntos.

    Portanto, colocar a crítica à valorização extrema do capital e a crítica ao capitalismo – e de todo desenvolvimento que a economia liberal proporciona – no mesmo patamar é indício de carência de coerência intelectual. Isso sim é lamentável!
    - Apenas critiquei a passagem que responsabiliza o materialismo e o consumismo pelos crimes, ao invés dos agentes.

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  8. Não é possível entender a democracia sem o uso de uma hermenêutica sã e desprovida de radicalismos.
    - Concordo. Fui radical por acaso? Te desrespeitei? Tentai censurar sua opinião? Sou tachado de radical por criticar seu texto?

    Mas você é livre para pensar o que quiser, para não compreender o que disse e fazer acusações infames peculiares de quem não possui argumentação lúdica.
    - Eu compreendo o que disse. Acusações? Quais? Te injuriei? Difamei? Caluniei?
    O que seria argumentação lúdica? Não seria lúcida?

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