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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Uma pergunta para os defensores da legalização das drogas

 Da próxima vez que aquele grupo de ajuda aos viciados vier me pedir dinheiro, vou lhes responder para que vão encher a paciência do Sr Fernandinho Beira-Mar.



Por Klauber Cristofen Pires


Em determinado cruzamento no caminho entre o meu lar e o meu trabalho reúnem-se alguns cidadãos a pedir contribuições que segundo afirmam será destinada à recuperação de drogados. 

Comovo-me sinceramente com o esforço dos voluntários, de tal forma que lhes respondo que ainda hei de depositar-lhes o esperado óbolo, uma vez que antes estejam plenamente atendidas algumas outras instituições que reputo estarem à frente de minha ordem pessoal de prioridades; nesta lista, por exemplo, encabeçam as que cuidam de crianças com câncer e as Apae, bem como outras de importância relativamente igual ou secundária.

Quando, enfim, não sobrar mais nenhuma dasassistida entre as entidades que cuidam de pessoas que não pediram por seus males, passarei então àquelas cujos doentes foram os  algozes de si mesmos. Vejam, não é, absolutamente, uma questão de insensibilidade, mas de mera limitação dos meus recursos materiais. 

Claro, ao ouvirem isto, percebo de imediato a frustração nos semblantes daquelas pessoas que sob o sol causticante de Belém dão o máximo de si pelo bem que pretendem praticar. É uma pena. Entretanto, se estou aqui a digitar estas linhas, é porque este grupo levantou uma questão que considero relevante. Exdplico adiante.

Os leitores devem ter tido conhecimento de famosas lides judiciais que foram deflagradas contras empresas como as fabricantes de cigarros e as redes de fast-food, sob o argumento de que seus produtos são considerados nocivos à saúde. Além das hollywoodianas batalhas nos tribunais, a ideologia que se formou em torno do assunto - se podemos usar corretamente esta expressão -  fomentou a criação de órgãos interventivos que atualmente regulam os teores de gordura, sal e açúcar nos alimentos, bom como as embalagens, a propaganda e até mesmo a forma e os locais de comercialização.

Vamos agora à questão: como responderá o Sr Fernandinho Beira-Mar se em um tal cenário de drogas legalizadas vier a ser judicialmente demandado por algum consumidor pelo alegado mal que seu produto tenha lhe causado à saúde? Ainda: submeter-se-ão os fornecedores aos órgãos de regulação tal como ovinamente fazem as demais empresas comuns?

Pensando bem, da próxima vez que eu for abordado por estas pessoas, vou primeiramente lhes perguntar quanto os traficantes já doaram para sua instituição...

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