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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – Fonte IBGE



Por Ricaqrdo Bergamini

Base: Julho de 2011

Em julho, IBGE prevê safra de grãos 6,2% maior que a safra recorde de 2010

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A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) indica produção da ordem de 158,8 milhões de toneladas, superior em 6,2% à obtida em 2010 (149,6 milhões de toneladas) e 1,7% menor do que a estimativa de junho. É o que indica a sétima estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) em 2011.

A área a ser colhida em 2011, de 48,8 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 4,9% frente à área colhida em 2010 e 0,3% menor que a informação de junho.

As três principais culturas (arroz, milho e soja), que somadas representam 90,5% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas respondem por 82,3% da área a ser colhida e registram, em relação ao ano anterior, variações positivas de 1,6%, 4,2% e 3,3%, respectivamente. No que se refere à produção, o arroz e a soja mostram, nessa ordem, acréscimos de 18,9% e 9,2% enquanto que o milho redução de 1,1%.


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Entre as grandes regiões, esse volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: região Sul, 65,9 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 55,5 milhões de toneladas; Sudeste, 17,2 milhões de toneladas; Nordeste, 15,8 milhões de toneladas e Norte, 4,3 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, são constatados incrementos em todas as regiões: Norte, 7,9%, Nordeste, 34,5%, Sudeste, 0,9%, Sul, 2,6% e Centro-Oeste, 5,7%.

O Mato Grosso ocupa a liderança na produção nacional de grãos, com uma participação de 19,6%, suplantando o Paraná nesta avaliação para 2011. A safra paranaense de grãos sofreu problemas climáticos recentes, estiagem em maio, geada em junho e excesso de chuva em julho de 2011, que ocasionaram prejuízos quantitativos e qualitativos às culturas do feijão 2ª e 3ª safra, da aveia, do trigo e principalmente do milho 2ª safra.

Estimativa de julho em relação à produção obtida em 2010

Dentre os vinte e cinco produtos selecionados, quatorze apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (72,5%), amendoim em casca 1ª safra (25,2%), arroz em casca (18,9%), batata-inglesa 1ª safra (13,5%),cacau em amêndoa (4,4%), cevada em grão (9,0%), feijão em grão 1ª safra (30,2%), feijão em grão 2ª safra (5,2%), mamona em baga (46,3%), mandioca (7,9%), milho em grão 1ª safra (3,4%), soja em grão (9,2%), sorgo em grão (24,3%) e triticale em grão (27,3%). Com variação negativa: amendoim em casca 2ª safra (39,8%), aveia em grão (-9,4%), batata-inglesa 2ª safra (3,3%), batata-inglesa 3ª safra (0,1%), café em grão (6,6%), cana-de-açúcar (5,1%), cebola (7,1%), feijão em grão 3ª safra (6,1%), laranja (1,8%), milho em grão 2ª safra (7,5%) e trigo em grão (14,8%).

Destaques na estimativa de julho em relação a junho

Destacam-se as variações nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de junho, de nove produtos: algodão herbáceo em caroço (-2,3%), arroz em casca (0,7%), aveia em grão (-4,7%), café em grão (2,0%), feijão em grão total (-2,9%), milho em grão 2ª safra (-11,0%), soja em grão (-0,1%), trigo em grão (-3,4%) e triticale em grão (2,9%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A produção estimada é da ordem de 5,1 milhões de toneladas, 2,3% menor que a apontada em junho. Esse decréscimo reflete, notadamente, a alteração no rendimento médio que retraiu de 3.760 kg/ha para 3.665 kg/ha, variação negativa de 2,5%. O Mato Grosso, maior produtor, com participação de 50,7% na produção nacional, foi o principal responsável por esse decréscimo. Nesse Estado, embora a área prevista de 718.636 ha supere em 0,6% a informada anteriormente, a produção esperada de 2.562.510 toneladas diminuiu 3,4% em face da revisão do rendimento médio da cultura (-4,0%) devido à falta de chuvas que afetou a segunda safra do produto.

ARROZ (em casca) – A produção esperada de 13,4 milhões de toneladas e a área plantada de 2,8 milhões de hectares são maiores em, respectivamente, 0,1% e 0,7% em relação aos números de junho. Estes ganhos decorrem das revisões nos dados de colheita do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional. Nesse Estado, comparativamente à informação do mês passado, houve um incremento de 0,8% na área colhida, agora estimada em 1.170.109 hectares gerando um aumento na produção de 1,2% avaliada em 8,9 milhões de toneladas.

CAFÉ (em grão) – A produção nacional de café está estimada em 2.684.353 toneladas (44,7 milhões de sacas de 60 kg). Acréscimo de 2,0% em relação ao levantamento realizado no mês anterior, apesar de prevalecer a afirmativa de que a bianualidade do cafeeiro esteja em seu ciclo de baixa. Em Minas Gerais, maior produtor nacional, detectou acréscimo de área de colheita estimada em mais de 3.200 ha. No Espírito Santo, 2º maior produtor do País, acréscimos foram verificados no rendimento médio (+4,4%) e na produção (+3,2%) em relação ao mês anterior. O Estado apresenta predominância da espécie canephora (conilon e clones). Desde o final de 2010 as condições meteorológicas estiveram francamente favoráveis e a produção total do Estado (arábica + conilon) está estimada em 708.417 toneladas (11,8 milhões de sacas), fruto do rendimento médio de 1.452 kg/ha (24,2 sacas/ha), o maior do país, considerada a produção de ambas espécies.

FEIJÃO (em grão) Total - A produção nacional de feijão, considerando as três safras do produto, está avaliada em 3.695.292 toneladas, inferior 2,9% a do mês anterior. As produções dos feijões de 1ª e 2ª safras apresentaram decréscimos de 0,1% e 8,6%, respectivamente, enquanto que o feijão 3ª safra registrou acréscimo de 2,0%. A inexpressiva diminuição na produção do feijão 1ª safra deve-se às alterações nos dados de colheita que já se encontra encerrada em quase todo o País. No que se refere à segunda safra do produto, a redução na produção, em relação ao mês anterior, recai principalmente sobre as revisões nas informações efetuadas nos principais centros produtores. No Paraná, maior produtor nacional, com a colheita encerrada neste mês houve uma redução na produção, frente a junho, de 5,2% devido à adversidade climáticas que acompanharam a cultura ao longo do ciclo. Na Bahia, segundo maior produtor, houve uma retração na produção de 34,8% com a redução verificada no rendimento de 31,8% por conta da estiagem. Para a terceira safra de feijão, o incremento na produção é resultado das modificações nos dados de Minas Gerais onde foram reavaliados os números em São Romão (Norte), Presidente Olegário (Noroeste) e Uberlândia (Triângulo), gerando aumento na produção (1,9%) assim como no estado do Mato Grosso (10,4%) e em Goiás (2,5%).

MILHO (em grão) Total - A produção nacional do milho em grão em 2011, para ambas as safras, totaliza 55,5 milhões de toneladas, variação negativa de 4,1% frente a de junho. Esse decréscimo foi decorrente das modificações efetuadas nos dados da segunda safra do produto, já que a primeira, que se encontra colhida nos principais centros produtores, registrou acréscimo na produção de 0,7%, estimada em 34,2 milhões de toneladas, em função, notadamente, de reavaliações em Minas Gerais (0,7%), Rio Grande do Sul (1,8%) e Santa Catarina (2,3%). Com relação à 2ª safra do produto a produção prevista de 21,2 milhões de toneladas apresenta expressiva redução de 11,0% em comparação à estimativa de junho. O Paraná, segundo produtor nacional neste período de plantio, foi o principal responsável por este decréscimo, apresentando significativa queda na produção de 30,2%, estimada agora em 5,2 milhões de toneladas, decorrente da estiagem em maio, geadas dos dias 27 e 28 de junho e chuva excessiva no momento da colheita em julho. Da área plantada de 1.720.526 ha, 124.913 ha foram totalmente perdidos, reduzindo a área produtiva para 1.595.613 ha, sendo 7,9% inferior a do mês passado, o mesmo ocorrendo com o rendimento médio esperado, que cai 24,3%. A colheita iniciada em junho desenvolveu-se de forma lenta em julho, totalizando até o final do período apenas 13% da área prevista. Vale destacar ainda que, no Mato Grosso do Sul, além da estiagem, o milho 2ª safra também foi atingido pelas geadas resultando numa redução na produção de 11,1%.

SOJA (em grão) - Produção recorde esperada de 74,8 milhões de toneladas decresce apenas 0,1%, quando confrontada à informação de junho, consequência de ajustes nas estimativas. Na região Centro-Oeste, responsável por 45,1% da produção nacional, houve diminuição de 0,2% na produção por conta das revisões efetuadas no Mato Grosso (-0,3%) e em Goiás (-0,1%) onde a cultura já se encontra colhida.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) - Para as lavouras de inverno, cujos cultivos concentram-se, predominantemente, nos estados do sul do País, destacam-se as diminuições nos dados de produção da aveia (4,7%) e trigo (3,4%) e o acréscimo no triticale (2,9%). Para o trigo, a mais importante dessas culturas, a produção esperada de 5,1 milhões de toneladas é 3,4% inferior a do mês passado. A exemplo do ocorrido com o milho, as fortes geadas verificadas nos dias 27 e 28 de junho, prejudicaram muito as lavouras paranaenses que se encontravam mais adiantadas, nos estágios de floração e frutificação, ocasionando uma perda total de área de 34.845 ha, sendo prevista, no momento, uma área a ser colhida de 983.881 ha, representando uma redução de 4,2%, bem como ocasionando uma diminuição da produtividade esperada em 5,6%. A produção do Paraná, avaliada agora em 2,5 milhões de toneladas, sofreu redução de 9,6% em função das adversidades climáticas (estiagem e geadas) fazendo com que a participação do Estado, na produção nacional do trigo, reduza de 57,0% para 49,2%. Vale ressaltar que a queda na produção nacional foi atenuada pelo ganho previsto de 5,4% no Rio Grande do Sul, segundo maior produtor.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).

Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.



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