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terça-feira, 27 de setembro de 2011

A desindustrialização e o risco do governo apagar fogo com querosene

 A evidente desindustrialização nacional poderá acarretar um movimento protecionista. Ai de nós!

Por Klauber Cristofen Pires


A consciência de que o Brasil vive um período de relativa desindustrialização está se tornando evidente aos olhos de todos, sendo que as suas causas tem origem em políticas funestas adotadas tanto pela gestão lulista como pela sua sucessora. 

Alguns exemplos: 

- O Inmetro mantém por política abster-se de exigir do produto importado  - especialmente o chinês - os mesmos requisitos técnicos que aplica ao produto nacional.
- Toda e qualquer atividade produtiva na Amazônia está sendo impiedosamente perseguida por pressão de ong's estrangeiras. Vale lembrar que a extinção da indústria madeireira significa também a da indústria moveleira; que a repressão à pecuária corresponde à depressão na indústria do couro, com ênfase sobre os calçados; e que o impedimento à agricultura do milho está levando à falência as granjas nos estados do Norte, especialmente o Pará. 

- Para fazer proselitismno com Fidel Castro e Al Gore, o governo lançou mão de desastroso intervencionismo sobre a atividade alcooleira, de tal forma que transformou o país inventor do álcool e principal produtor do mundo em importador do produto.

- O governo está atualmente patrocinando eventos no sul do país pagos com dinheiro público para orientar os empresários sobre como abrir empresas no exterior (leia-se como mudarem-se para lá). A indústria calçadista gaúcha está se transferindo para a República Dominicana, em um processo do tipo corta-etapa (Os Estados Unidos fizeram o mesmo, mas depois que os salários dos americanos se tornaram tão altos que não havia mesmo outra possibilidade que não a de expandir-se em países mais pobres).

- Levemos em conta que a burocracia, os impostos e a intervenção direta estatal já atingiram seu ponto-limite, gerando custos que tornam o produto nacional irremediavelmente anti-econômico. 

Há quem possa pensar que certas doenças econômicas são tratáveis como a Psicologia, isto é, que o próprio conhecimento do diagnóstico seja por si só o remédio eficaz. Ledo engano. O meu temor e qe creio que de fato ocorrerá é que o governo, agarrando-se aos seus vícios perdulários como um bêbado à sua garrafa, busque políticas tão alternativas quanto desastrosas, especialmente um gradual retorno à política protecionista de substituição de importações. Um exemplo claro nesta direção foi a recente decisão de apenar os veículos importados com aumentos de IPI, numa óbvia demonstração de concessão ao lobby dos grandes da indústria automobilística.

Tais medidas impulsionarão a inflação, deteriorarão a qualidade do produto nacional e farão com que este se torne ainda mais indesejado no mercado externo.

É como se diz: apagará fogo com querosene.

2 comentários:

  1. Imagine uma situação como essa nas mãos de megalômanos que pensam ter a solução para tudo,é o que estamos vivendo.
    Não haverá saída sem uma recessão para o mercado se ajustar automaticamente,sem intervenção estatal.
    Mas e as eleições?E as empresas que estão de joelhos se erguerão aniquilando as que dependem do papai Estado.
    Mas recessão para um governo que vive de imagem e não de ações,que na maior parte são um desastre,isso é inconcebível.

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  2. Gustavo Caravellossetembro 27, 2011 5:01 PM

    Klauber, você poderia falar mais sobre o proselitismo com Fidel e Al Gore - caso do nosso Etanol ? Muito obrigado, amigo. Meus parabéns pelo seu site.

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