Páginas

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O PT é bom de governo, não é?

Enfim, o PT mostra sua competência: medidas eficazes para frear a economia...

Por Klauber Cristofen Pires



Este humilde blogueiro, que trabalha de graça, já deu uns bons palpites por aí. Alocando a modéstia em seu justo lugar, pode dizer com um certo senso de realização que já postou algumas boas previsões que se mostraram acertadas, até mesmo quando contrariava as estimativas de figurões da mídia tradicional que aparecem no dia seguinte com a cara mais limpa do mundo, como se errar nos seus prognósticos fosse antes um mérito em seus ofícios do que um vexame. 
 
Todavia, baixo a minha cabeça no tocante a um prognóstico em particular que se me escapou do crivo: o dia em que eu iria concordar com algum ato protagonizado pelo governo petista. Por essa, reconheço, eu não esperava! Refiro-me à notícia divulgada pelo mesmo no sentido de considerar eficazes as medidas que andou tomando para desacelerar a economia. Caramba! Agora que me toquei! Além de me sentir obrigado a reconhecer que estamos concordes, também devo admitir que o PT no governo se mostrou, enfim, eficiente!

Agora, vamos entender bem! Estamos de acordo que o governo tem sido eficiente em frear a economia! Quanto ao fato de que assim ele deveria agir, isto é lá outra conversa...

Assim se refere o filósofo Olavo de Carvalho quando fala de Ludwig von Mises: "depois que você lê Mises, percebe como os outros economistas são confusos". Realmente, o pensamento miseano, e por extensão, o pensamento dos economistas austríacos, é de uma simplicidade ímpar.  Oras, Mises nem sequer considerava os socialistas como economistas! Então posso me aventar a dizer: o pensamento econômico - isto é, o autêntico pensamento econômico - assenta-se em bases simples, naturais e intuitivamente evidentes a qualquer pessoa. 
 
Veja com que tranquilidade Mises faz pouco caso dos complicadores burocratas econometristas que segundo a gíria atual, "se acham", quando fala sobre inflação: 
 
Uma dona de casa judiciosa sabe mais sobre mudanças de preços que afetem sua economia doméstica do que lhe poderiam ensinar as médias estatísticas. Para ela, de pouco adiantam cálculos feitos sem considerar as mudanças tanto em qualidade quanto em quantidade dos bens que ela pode adquirir aos preços utilizados para calcular o índice. Se, numa apreciação pessoal, ela ‘‘medir’’ as mudanças, considerando apenas os preços de duas ou três mercadorias como um padrão, não estará sendo menos ‘‘científica’’ e nem menos arbitrária do que matemáticos sofisticados ao escolher os seus métodos para computar os dados do mercado. 
 
Então, meus amigos, vou convidar todos aqui a fazerem uma reflexão bem fácil, como se quisesse ensinar uns passinhos básicos de dança; não precisa nenhum de vocês se vexar: não quero saber se alguém é doutor nisso ou naquilo ou se é um verdureiro: apenas consultem o íntimo e respondam o que vocês acham: Crescer faz mal à saúde?  Enriquecer faz mal ao bolso? Se alguém oferecer-lhe uma determinada quantia em dinheiro, qualquer que seja, você se sentirá vacilante ante a generosa oferta com medo de se tornar mais pobre?

Claro que não, certo? Então, por que raios o governo procura conter o que chama de "aceleração" ou "superaquecimento" da economia? Pois eu vou dizer: o que ele está fazendo é tentar conter a sangria que ele mesmo provocou com malogradas medidas intervencionsitas anteriores, particularmente no que tange a facilitação do crédito acima dos limites que o mercado praticaria por sua própria conta e a expansão monetária usada para pagar seus excessivos gastos, e faz isto especialmente punindo quem agiu bem, trabalhando e produzindo com mais talento e empenho.
 
Para uma sociedade livre, em que vigore uma moeda de aceitação universal e espontânea (por consagração histórica, o ouro, ou moeda-papel 100% nele lastreado), onde não haja lugar para um ladravaz sistema de reservas fracionárias e onde o governo não interfira no mercado, qualquer país pode crescer 500% ao ano sem medo de ser feliz.
 
Um fato peculiarmente curioso sobre este acontecimento foi o de que a grande nova foi divulgada em inglês, nos EUA, sendo que a sua versão em português nem sequer ainda está pronta: "Diferentemente dos relatórios anteriores, os números não foram divulgados no Brasil, e sim nos Estados Unidos, onde Mantega participa, esta semana, do Encontro Anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington. O Ministério da Fazenda disponibilizou em seu site uma versão em inglês. A tradução para o português, informou a assessoria do ministro, deverá ser publicada até o final da semana.". 

Prezado leitor, por favor responda: para quem você ligaria, em primeira mão, para dizer que ganhou um prêmio ou recebeu uma promoção no emprego? Não seria para a pessoa que você considera como a mais importante da sua vida? Será que estou tecendo uma intriga gratuita só porque o governo petista decidiu anunciar seu sucesso (friso: em frear a nossa economia)  - com um relatório redigido originalmente em inglês - antes ao governo americano do que ao povo brasileiro? Hã? Foi prestar contas ao seu verdadeiro patrão de fato? Olha lá, é você quem está dizendo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Seja benvindo! Se você deseja comunicar-se, use o formulário de contato, no alto do blog. Não seja mal-educado.