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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Uma proposta aos índios


Por que isolar os índios? Sem os romanos, os anglo-saxões ainda viveriam em palhoças...


Por Klauber Cristofen Pires



Certo dia meu querido pai elaborou uma proposta para a solução dos problemas dos índios brasileiros: presentear cada um deles com um apartamento ou uma casa de alto padrão, e claro, mobiliada, inclusive com TV a cabo; uma caminhonete cabine dupla, um plano de saúde privado e uma renda vitalícia de dez mil reais, tudo isto para até a terceira geração!
Tudo isto para acabarmos de vez com o estatuto que garante aos índios a tutela estatal e a inimputabilidade penal, bem como as gigantescas reservas de que dispõem, passando doravante a conviverem como os demais brasileiros civilizados, sujeitos ao regime da propriedade privada comum.
O que você faria, nobre leitor? Como cidadão brasileiro, você aceitaria arcar com tamanha despesa em benefício das atuais populações indígenas? Pois olhe lá: eu pensei, pensei e pensei, e acabei chegando à conclusão que tal oferta até que me sairia barata!
Vamos às contas: quanto nos custa a Funai? Quanto nos custa patrulhar e defender tamanho território utilizado pelas reservas indígenas, sem que haja uma contrapartida produtiva da parte dos índios? Quanto nos custa prover os índios com verbas para saúde pública e educação pública sem impostos? Quanto nos emperra o desenvolvimento as estradas sobre as quais eles detêm autoridade para fechar e cobrar pedágios e os boicotes que fazem a empreendimentos tais como a Usina de Belo Monte? Quanto nos custa o uso precário e degenerativo que os indígenas fazem de suas terras, e a evasão de divisas pelo contrabando de minerais e outros recursos minerais com a cumplicidade de ong's estrangeiras?
Colocando tudo isto na ponta do lápis, tenho que até temos uma boa barganha! Sim, sou a favor desta ideia!
No site da Agência Brasil de hoje, a manchete de destaque informa que os índios detêm os piores indicadores sociais da Amazônia. Resumo da história: mesmo sendo o alvo da atenção do governo e de ong's, e mesmo recebendo privilégios que jamais um brasileiro comum haveria de sonhar, o modo de vida parasitário dos índios só lhes resulta em miséria.
O conceito do índio selvagem e desaculturado já deixou de existir, vigorando, se muito, em alguns grotões de dificílimo acesso, e mesmo assim não se constituindo senão de alguns poucos indivíduos. O índio comum gosta de remédio, roupa, TV com antena parabólica e falando sério, adora uma cerveja gelada.
Aquela imagem de índios nus pescando e dançando juntos é propaganda da Natura. Sim, não vou dizer que não existe, mas hoje em dia é muito mais como parte do show da própria campanha em prol da manutenção deste mesmo estado de coisas. Trata-se de um esforço de afirmação e de um marketing publicitário-onguista.
Portanto, já está mais do que na hora de o índio se integrar à sociedade, tratando de exercer uma atividade produtiva à sociedade e que lhe dê bom sustento, ao invés de ficar dependurado no estado como um carrapato.
Muito ao contrário do romanticismo ideológico ambientalista, os índios não são os guardiões da floresta coisa nenhuma. São, sim, seus piores algozes. A coivara – a queimada que antecede a plantação da roça de mandioca – é uma invenção indígena, e não raro, por falta de meios adequados de controle, se transforma em uma calamidade que se alastra muito além do previsto. Suas técnicas de plantio exaurem o solo; a caça não tem condições de sustentar as populações, levando os animais à extinção, e a pesca é feita amiúde com a aplicação de venenos e com desrespeito aos períodos de acasalamento e desova.
Não entendo por que os índios devam ser mantidos numa redoma. Todos os povos do mundo foram submetidos aos confrontos civilizatórios, e ao final, restou sempre algo de melhor. Será que os ingleses deveriam até hoje viver em cabanas de palha? Ora, era assim que viviam anteriormente à chegada dos romanos. E os portugueses? Não se tornaram os maiores navegadores do mundo, a primeira nação globalizada do mundo? Sim, mas para tanto se valeram de conhecimentos de matemática e de astronomia adquiridos dos árabes. Por que então os índios brasileiros precisam ser mantidos na idade da pedra polida?
A Igreja católica, quando não tinha vergonha de sua missão, tirou milhares de almas das trevas da pré-história, e fez de muitos índios bons artesãos, bons artistas, bons agricultores e bons comerciantes e excelentes soldados. Quantas vidas há de ter salvo do infanticídio! Quantas vidas há de ter salvo das guerras tribais! Especialmente no norte do Brasil, há descendentes puros de índios que vivem muito bem, ocupando ofícios tais como o de médicos, juízes, funcionários públicos de alto escalão e empresários bem-sucedidos. Atualmente, graças aos esforços da Teologia da Libertação, a Igreja Católica pretende devolvê-los ao Neolítico e intoxicar-lhes com a sua pérfida doutrina de ódio à civilização.
Por fim, meu único temor é o que de a oferta acima, caso efetivada, acabe ainda mais por prejudicá-los do que por ajudá-los. Certo dia, um amigo ventilou a ideia de que toda a pobreza da África poderia ser varrida pela simples transferência de uma parte da riqueza dos países ricos. Pensei então comigo: aí mesmo é que as guerras sem fim seriam deflagradas; aí mesmo é que a fome grassaria! Aí mesmo é que toda sorte de doenças fustigariam os sobreviventes. Aí mesmo é que se implantariam os tiranos mais cruéis e genocidas. Seria a aniquilação total do povo africano...

Um comentário:

  1. Klauber, audacioso e claro teu texto!

    E vou além. Presos a uma cosmovisão de medo, medo dos espíritos, medo de tudo o que os cerca e que, no entendimento de muitas dessas culturas, são espíritos que exigem uma troca, uma barganha, então, o que a atual antropologia faz é condená-los ao medo. Mas medo é exatamente o que impede alguém de ser filósofo!

    Enfim, o que estão fazendo com eles (propositadamente) é impedindo o surgimento do indígena filósofo, aquele que questionará o medo intrínseco à própria cultura e também o medo imposto pela antropologia e pela TL: o medo da perda da cultura!

    Tenho pensado assim!

    Abraços sempre afetuosos.

    Fábio.

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