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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Bolha imobiliária prestes a estourar...na China!



China, a bola da vez? Crise imobiliária se acentua; milhares de agências fechadas. 

Tradução: Klauber Cristofen Pires

As casas estão perdendo valor e os financiadores descapitalizados. As aflições do mercado imobiliário afetando a economia. São notícias velhas nos Estados Unidos, mas agora o ar tem começado a vazar de uma outra grande bolha imobiliária – na China.
Os preços das residências em todo o país têm declinado em novembro pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com um índice de preços nas cem maiores cidades compilados pela Academia de Índices da China, uma firma imobiliária independente. A média dos preços na área de Shangai desceu cerca de 40% do seu pico em meados de 2009, para aproximadamente $176,000 por uma casa de 1000 pés quadrados (aprox. 93 m²).
As vendas despencaram. Em Beijing, um inventário de quase dois anos está entupindo o mercado, e mais de mil agências imobiliárias têm fechado as portas neste ano. Construtoras que antes vendiam antecipadamente seus projetos em questão de horas estão cada vez mais desesperadas. Uma imobiliária no lado leste da cidade de Wenzhou está oferecendo uma BMW na garagem.
A virada têm deixado atônitos os compradores tais como o residente de Shanghai Mark li, que pensava que os preços só subiriam. O engenheiro de softwares fechou por duzentos e cinquenta mil dólares a compra de um apartamento de três quartos em Agosto, apenas para testem,unhar semanas depois que a construtora cortou os preços em 25% em unidades idênticas para atrair compradores em um mercado em desaceleração.
Ultrajado, Li e centenas de outros que pagaram pelo preço cheio vandalizaram o escritório de vendas, brigaram com os empregados e protestaram por três dias antes que a polícia quebrasse a manifestação. Ir embora àquela hora significaria perder o abatimento de setenta e cinco mil dólares que ele emprestara de seus pais, que são da classe trabalhadora.
Eu ainda não contei a eles,” Li, 29, disse da queda do valor de sua casa. “Isto vai deixá-los muito preocupados, e agora já é tarde.”
Tudo é muito sinistramente similar aos primeiros estágios da crise imobiliária nos E.U.A. A grande diferença é que o governo chinês pisou forte no freio.
Ao logo do ano passado ele (o governo) havia segurado os empréstimos e proibido a compra de mais de uma casa em diversas cidades, em uma medida para desencorajar os especuladores e baixar os preços. As autoridades chinesas dizem que estão tentando domar a inflação e amansar a revolta pública sobre os custos dos imóveis, os efeitos colaterais do governo para estimular a economia com o crédito fácil durante a crise financeira global. Eles haviam prometido manter alguns limites para a compra de imóveis para o previsível futuro.
Porém, as preocupações estão crescendo acerca da habilidade de Beijing de conduzir um pouso suave.
O setor da construção civil é um imenso empregador e atualmente conta para aproximadamente um quinto da produção econômica chinesa. Os governos locais são altamente dependentes das vendas de terras para financiar os serviços públicos e para pagar o débito municipal. Os bancos emitiram números recordes de financiamentos imobiliários e empréstimos para construção, cuja consequência é a de que os bens imóveis estão agora perdendo valor.
Uma quebra no setor imobiliário possivelmente irá reverberar além da China. A farra das construções ajudou a abastecer um boom global em matérias-primas, incluindo o ferro brasileiro e o cobre chileno. E isto irá estorvar uma economia que o resto do mundo estava contando por seus novos consumidores e oportunidades de investimento.
A Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento, sediada em Paris, alertou na semana passada que um colapso das maiores construtoras imobiliárias chinesas porá o sistema bancária daquela nação em risco, uma ameaça que lançará suas sombras sobre o panorama econômico da segunda maior economia do mundo.
Alguns analistas, contudo, sustentam que estes temores são exagerados.
Centenas de milhões de chineses da zona rural têm sido removidos para as cidades nas últimas décadas, aumentando a demanda por novas casas.
E os chineses não são nem de perto tão vulneráveis à especulação quanto os americanos. Os compradores de seus primeiros imóveis são obrigados por lei a pagar uma entrada de 30% e muitos pagam mais. Os especialistas dizem que o governo poderá também levantar estas restrições.
Não acredito que a China esteja em perigo de uma quebradeira ao estilo do que aconteceu nos E.U.A., disse Alistair Thornton, uma analista do IHS Global Insight baseado em Beijing. “Eles ainda mantêm muitas alavancas de controle caso o mercado mova-se mais rápido que o esperado.
Todavia, por ora, Thorton disse, Beijing está comprometida em reforçar sua credibilidade depois de ter prometido trazer os preços do mercado imobiliário de volta à Terra. Desde que o governo começou a abrir o setor à iniciativa privada nos anos 90, “o mercado tem somente subido...e eles querem passar adiante a mensagem de que esta não é uma aposta em sentido único”, ele disse.
Isto tudo são novidades para os milhões de chineses para quem a aquisição da casa própria tem se tornado uma obsessão. A mania tem cimentado em si mesma na psique nacional, inspirando as músicas e até mesmo novas gírias em uma selvagem novela popular. Os compradores de imóveis presos às suas dívidas têm sido apelidados de “fang nu”, ou “escravos das casas”. Aos casais que se casam sem ter uma casa dizem que têm um “luo hun”, ou um “casamento nu”.
Com o valor das propriedades atualmente caindo, os zangados compradores têm participado de pelo menos sete manifestações nos últimos três meses nas cidades que incluem Beijing e Shanghai. Multidões têm destruído os escritórios e reivindicam o ressarcimento de até 40% depois que as construtoras baixaram os preços para novos compradores.

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