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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Relativismo cultural: um golpe contra a civilização cristã

Legenda: Crime de ódio: Alcorão / Arte: Bíblia Sagrada


A doutrinação ideológica nas escolas não há de fenecer tão cedo. Pelo contrário, avança até mesmo sobre crianças do ensino fundamental. Urge combatê-la.
Por Klauber Cristofen Pires

Ontem, dia 23/02/2012, quis o destino sobrepor dois fatos para fazer-me escrever novamente sobre o que se chama por relativismo cultural.
Por primeiro, veio minha filha, que tem 10 anos de idade e frequenta o 7º ano fundamental, pasmem, de uma escola católica, a comentar comigo sobre uma sua professora que defendeu o infanticídio tal como costumeiramente praticado pelos indígenas com fundamento de que se trata da cultura própria deles, que todos devemos respeitar.
Sobre o segundo acontecimento, peço permissão para enunciá-lo lá na frente, depois de comentar sobre o havido acima.
Ciência X Doutrinação Ideológica
Então vamos lá: assuma-se como correto o método que os sociólogos reivindicam como científico, qual seja, o de isentar-se de seus próprios valores para estudar e descrever determinado grupo humano que esteja servindo como seu objeto de pesquisa. Em verdade, qualquer estudioso de qualquer área do conhecimento sabe que precisa conceder o que se denomina de “suspension of judgement” (suspensão de julgamento) para que possa emitir um juízo de valor abalizado somente ao cabo de sua leitura ou apreensão por outro meio de qualquer tipo de informação. Por exemplo, não teríamos como conhecer da forma mais fidedigna como vivem os índios brasileiros se os seus retratistas, imbuídos do pudor cristão, os tivessem registrado vestidos com roupas ocidentais.
Entretanto, há uma grave distorção quando alguns (na verdade, a maioria) destes cientistas dissimulam uma falsa isenção para usá-la como engodo eficaz para a inoculação em cabeças inocentes do veneno da ideologia marxista que defendem.
A falácia do golpe intelectual está em que a isenção se restringe à observação e descrição do objeto, não sendo extensível ao seu acolhimento apriorístico como valor idôneo e parelho, como os prestidigitadores das salas de aula pretendem convencer os alunos mais incautos ou inocentes.
Amor ao próximo x Adesão Comportamental
Prega o Cristianismo o amor incondicional ao próximo. Amar não é gostar. Amar é querer bem, é tratar com dignidade, justiça, lealdade e compaixão.
Todo cristão tem o dever de amar os índios, mesmo os índios que praticam o infanticídio. Isto não significa, porém, que devamos assumir seus valores como neutros ou respeitáveis. Aí a coisa muda de figura.
João pode e deve amar seu pai alcoólatra, mas amá-lo jamais significou justificar seu vício. Assim mesmo, o cristão, dotado de sua consciência, não há de aderir ao infanticídio ou à antropofagia como valores neutros só porque tradicionais de um outro povo. Pelo contrário, há de repudiá-lo e há de ensinar àquelas pessoas que seus atos são errados.
Foi isto o que os jesuítas fizeram - sem violência - e ao contrário do que muitos sociólogos e antropólogos engajados na causa marxista vão contestar, a verdade é que há milhares de homens e principalmente mulheres e crianças de origem indígena que dão graças a Deus por terem sido catequizados. Quantos deles, pessoas dignas e produtivas, nem sequer teriam nascido porque seus país ou avós teriam sido enterrados vivos ou mortos com pedradas na cabeça?
Cristianismo x Etnocentrismo e Relativismo Cultural
Pregam os sedutores mestres uma certa dicotomia que alegam ser inescapável, qual seja, a contraposição entre as posições denominadas de “etnocêntrica” e “relativista”, claro, sempre com ostensiva preferência à segunda.
Para melhor clareza, denunciam no etnocentrismo o que enxergam como um apego injustificado à própria cultura a tal ponto de promover o preconceito contra os indivíduos ou povos com cultura diferentes. O indivíduo etnocêntrico seria uma espécie de ser epistemologicamente bitolado, por desconsiderar de forma arbitrária os motivos e pontos de vista alheios, e é normalmente apresentado como uma pessoa (ou grupo social) arrogante e belicoso.
Em contraposição, apresentam o relativista cultural como o cidadão cosmopolita, o sujeito de cabeça aberta, compreensivo e pacifista.
Todavia, há sim uma terceira opção. Na verdade, há uma primeira opção, já que antecede às duas acima apresentadas: O cristianismo não consiste na adoção da posição relativista, porém tampouco da etnocentrista. Consiste, sim, em uma posição universalista!
O Cristianismo é uma doutrina universalista porque não somente aceita mas defende ostensivamente todos os costumes e tradições, todas as raças e todos os povos. O cristão estrangeiro que adentra num lar de um cristão de um povo diferente deve receber a comida que o anfitrião lhe oferecer com a mesma gratidão da que estivesse sendo posta em sua própria mesa.
No Cristianismo tudo o que se pede é que prevaleça o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo, e isto inclui, em decorrência natural e lógica, o direito incondicional à vida de meninos e meninas, de crianças saudáveis e malformadas; do respeito às mulheres, velhos e crianças e à propriedade alheia, bem como a defesa da justiça, da verdade, da caridade e da misericórdia.
O caso do pastor evangélico Youssef Nadarkhani
Agora vem o momento de apresentar o segundo fato do dia: tal como noticiado pelo Jornal Nacional sob o título “Homem convertido ao Cristianismo é convertido à morte no Irã”, que apresentou o drama de Youssef Nadarkhani, que convertido ao Cristianismo desde os dezenove anos de idade e tornado pastor três anos depois, veio a receber a condenação de morte por enforcamento tão somente por ter abandonado a fé cristã.
Prezados leitores, aí está o Reductio Ad Absurdum da posição relativista! Na forma de uma interrogação: devo ser adesista ou maria-vai-com-as-outras a tal ponto que acolha como um valor neutro o fato de que um povo, uma religião ou uma doutrina proclame abertamente a minha morte ou a extinção do meu povo? Será que o extermínio de judeus pelos nazistas ou de cristãos pelos muçulmanos deve ser justificado com base no apelo da neutralidade de valor cultural?
A grande falácia do relativismo cultural reside no fato de que o povo “relativizado” é ele próprio etnocentrista!
Discernimento x Ausência de Jurisdição
Ao ter comentado o caso da escola com a minha filha, e após ela ter tido conhecimento do drama do Pastor Youssef Nadarkhani e ainda, porque lhe revelei sobre a mutilação genital de mulheres muçulmanas, ela, como sempre muito sagaz, perguntou-me porque ninguém fazia nada para impedir.
É uma pergunta muito inteligente porque nela também se esconde o germe da farsa relativista. Em verdade, pouco ou nada podemos fazer contra o governo teocrático muçulmano do Irã por falta de jurisdição, mas isto não traz consigo a justificação dos valores que eles adotam. Por enquanto, podemos mostrar nossa indignação e adotar atitudes tais como boicotar os produtos daquele país, que infelizmente são muito poucos, além do petróleo, que nem isso podemos escolher.
Entretanto, em solo brasileiro, aonde vive uma população arqui-majoritariamente cristã, é nosso dever defender e positivar a defesa da vida, de quem quer que seja. Ou temos vergonha de ser cristãos?
Um apelo às escolas cristãs
Dirijo o presente artigo como um esforço dirimista para o clero da Igreja Católica e para os pastores das igrejas evangélicas; para os diretores e professores cristãos e intelectualmente honestos, bem como aos pais dos alunos, para que se preocupem com o tema e lidem com ele.
O que os propagadores do relativismo cultural têm como objetivo é abalar a nossa sociedade pela implosão dos pilares constituídos pelos valores cristãos. Ora, desde que alguém há de recepcionar como equivalentes quaisquer valores alienígenas, até mesmo antagônicos aos seus próprios, então esta pessoa tornou-se incapacitada de formular qualquer juízo. Em outras palavras, tornou-se um zumbi, facilmente manipulável pelo esperto inimigo.
Ter constatado o que aconteceu à minha filha em uma escola católica e famosa por suas posições conservadoras indica uma inação resultante de uma grave desorientação e em última instância, tange a vergonha de ser cristã. Está na hora de todos pormos os pingos nos “i”s. 


P.S. Leiam também: 

Etnocentrismo ou Relativismo Cultural: Um Ensaio Refutativo

2 comentários:

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