Se o Tribunal gaúcho determinou a retirada dos crucifixos de suas dependências, evidentemente, por mera lógica, sob o mesmo argumento, deveriam os senhores desembargadores e funcionários, se apresentar para expediente normal, na sexta-feira de Páscoa.
Confira abaixo o comunicado divulgado pela assessoria do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
“Justiça Estadual terá expediente diferenciado na próxima quinta-feira.
No próximo dia 5/4, quinta-feira, a Justiça Estadual irá funcionar em horário diferenciado.
O expediente será das 9h às 13h no Tribunal de Justiça e no 1º Grau de jurisdição, de forma ininterrupta, mantendo-se os respectivos serviços jurisdicionais sob regime de plantão. Ficará a critério dos magistrados definição com relação à realização das audiências já designadas.
A determinação é do Presidente do TJRS, Desembargador Marcelo Bandeira Pereira, e consta na Ordem de Serviço nº 003/2012-P.
Na sexta-feira (6/4), feriado nacional, haverá regime de plantão para atendimento das medidas urgentes.”
COMENTO:
Nada de especial neste comunicado do TJ/RS. Afinal de fato, na próxima sexta-feira, teremos um feriado nacional, motivado por uma data de cunho eminentemente religioso. Oooopss! Aqui está o problema.
Recentemente, o Conselho da Magistratura desta mesma Corte, determinou a retirada dos crucifixos de suas salas, sob a alegação de ser o Brasil um país laico.
Então algo está estranho. Tem cheiro de coisa ruim no ar. Se o Tribunal gaúcho determinou a retirada dos crucifixos de suas dependências, evidentemente, por mera lógica, sob o mesmo argumento, deveriam os senhores desembargadores e funcionários, se apresentar para expediente normal, na sexta-feira de Páscoa. Oras, o Brasil é laico e obviamente não se deve interromper as atividades forenses devido à um "suposto" feriado cristão!!!!
Suas excelências deveriam se valer do mesmo argumento da laicidade estatal para prestar sua atividade jurisdicional, já tão lenta e morosa. Mas o Tribunal não funcionará na Sexta da Paixão.
Faz algum sentido? Não. É claro que não.
Os senhores desembargadores, com certeza, irão aproveitar este "sacrilégio" cristão, com suas famílias, seus amigos. Viagens, passeios e lazer os esperam.
O ridículo não tem limites.
Já foi dito neste blog que esta falta de tolerância religiosa, lembrando sermos laicos e não ateus, obrigaria, por exemplo, a também banir a celebração do Natal, a mudança dos nomes de algumas cidades e estados (São Borja, Santo Ângelo, Espírito Santo) e, claro, a destruição imediata do Cristo Redentor.
Conseguem imaginar? Pois é, eu também não.
Imagino que você defenda também o Estado Islâmico e suas leis. Pois, sua lógica é uma lógica Talebã. Acredita que o Estado deve ter uma religião e destruir o diferente. Ou, caso seja laico, deve impor o ateísmo.
ResponderExcluirEu concordo com a ideia de que o Estado deve ser laico, que se retirem os crucifixos. E, se a população em geral não ficar escandalizada, que sejam abolidos os feriados religiosos.Mas isso não acontecerá, pq lamentavelmente a maioria das pessoas é religiosa.
Mas que conversa é essa Francis.denis, o comentário do Alexandre Seixas é muito claro. O que ele coloca em xeque não é a “religião” ou “falta de religião” do Estado mas, a falta de lógica dos nossos magistrados que deveriam ocupar seus tempos julgando coisa úteis!
ResponderExcluirQuanto à sua acusação de “lógica Talebã”, faça-me o favor, olhe-se no espelho e veja você querendo impor sua “religião ateista”. Agora aprenda com o maior Best-Seller de todos os tempos: “Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: “Me deixe tirar esse cisco do seu olho”, quando você está com uma trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.” (Mt 7.3 – 5).