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terça-feira, 22 de maio de 2012

Jornal Nacional dá o braço a torcer e começa a abrir o jogo.


Ontem, dia 21/05/2012, o Jornal Nacional finalmente largou o discurso ufanista pró-governo e começou a reconhecer o que este articulista tem alertado desde há anos!
Por Klauber Cristofen Pires

Prezados leitores,
Não posso deixar de prestigiar a mudança editorial daquele grande grupo empresarial da comunicação que é a Rede Globo, ainda que meio vacilante, no tanto em que me regojizo pela credibilidade das análises que tenho apresentado aos leitores com paciência e perseverança, ainda quando as vacas estavam rechonchudas e um inconsequente Sr. Lula, na função de presidente, desdenhava dos fatos enquanto conduzia irresponsavelmente o país à degeneração econômica.
Jamais agi tal como os cartomantes que dão seus palpites aos programas domingueiros de fim de ano, calhando de um deles ter dado o palpite certo por puro chute. Sempre fiz, sim, avaliações fundamentadas da conjuntura, que dia após dia se confirmavam para encontrarem-se confluentes em um momento de severa crise em um futuro qualquer.
Igualmente, jamais apostei no “quanto pior, melhor”. Eu não sou um deles (Vocês sabem quem!)! Ao contrário do que muita gente pensa, as crises são ainda mais propícias para os projetos totalitaristas, cujos artífices sabem muito bem como apresentar ao público seus bodes expiatórios – que no caso, serão sempre o mercado, a imprensa e as liberdades civis. Pelo contrário, rezo todos os dias para que no estado de latência que antecede a revolução gramscista idealizada pelo Foro de São Paulo os brasileiros acordem e comecem a reagir enquanto há tempo.
Na matéria de ontem, o principal jornal da Rede Globo evidenciou o dirigismo estatal que tem privilegiado alguns setores e prejudicado os demais, prestem atenção, finalmente corroborando as minhas mais severas críticas à politica econômica do governo:
Se olharmos para os setores que cresceram, o quadro é outro. Tiveram forte expansão a indústria automobilística, a farmacêutica, a de equipamentos hospitalares e a de bebidas. São fabricantes que receberam incentivos, ou que são fornecedores do governo ou aqueles que aproveitaram melhor o crescimento do mercado interno.” (grifos meus).


Qualquer país decente haveria de repudiar veementemente um governo que facilita a vida para alguns empresários enquanto onera mais gravemente os demais. Isto não é um regime republicano de um estado de direito!
Como bem constatado pelo autor da reportagem, Tônico Ferreira, a indústria automobilística é o xodó deste governo, a indústria farmacêutica e de equipamentos hospitalares valeu-se primordialmente das compras governamentais e a das bebidas , bem como também, em parte da farmacêutica – ambas beneficiaram-se do crédito facilitado. Perfeito!
Quanto à indústria automobilística, a mesma edição global também apresentou outra reportagem, agora divulgando a estreita cumplicidade entre aquele setor e o governo, na forma de mais um pacote que aposta mais uma vez no caminho do brejo: a redução de IPI para aquisição de veículos e a diminuição de IOF para empréstimos, num flagrante de desesperante apego às falácias profetizadas por John Mainard Keynes.
Fez bem também esta matéria ao apresentar o ceticismo manifestado pelo economista Carlos Eduardo de Freitas, preocupado com a inadimplência do setor que vem aumentando mês a mês, e em março deste ano ficou em 5,7%, o maior número dos últimos 12 anos. Como bem destacado, “ao todo, o brasileiro que comprou carro financiado deixou de pagar R$ 10 bilhões”:
Me surpreende que o governo venha a insistir para aumentar crédito nesse momento. Eu acredito que as empresas, pessoas terão consciência que elas têm um problema de endividamento”, ressaltou Carlos Eduardo de Freitas. (grifos meus)


Caríssimos, vamos desmistificar isto já e mais uma vez – e quantas vezes mais preciso for: quem de vocês, que vivem do trabalho honesto e diário, haveria de achar que a solução para um momento de crise é comprar um carro novo?
Se ninguém em sã consciência há de pensar assim quanto à condução de sua própria economia doméstica, porque acreditar que na gestão da economia de um país um resultado diferente e salutar pode se dar?
Eventualmente, pessoas que realmente necessitam de veículos para trabalhar - os representantes de vendas, por exemplo - podem ver aí uma oportunidade racional de investir. Mas quanto às milhares de pessoas que estão a adquirir um automóvel por mero consumismo, pergunto: que ganho real terão e que acréscimo ao crescimento da economia poderão deflagrar? A minha resposta é um eloquente NADA!
Pelo contrário, o dirigismo estatal confunde as escolhas dos cidadãos – adia o curso da faculdade de João, ou a reforma da padaria do “Seu” Manoel, ou a compra da casa própria da família Silva, ou meramente consome a poupança de Patrícia, Carlos e Luís, que é o que sustenta todas as realizações dos personagens anteriores. Todas essas escolhas que poderiam acontecer - milhões delas - poderiam incentivar a produção, a poupança e o investimento, fazendo florescer empresas dinâmicas, enxutas e dimensionadas de modo a fornecer na justa medida ao mercado os bens e serviços requeridos mais urgentemente pela população - em outra palavras – proporcionando a máxima eficiência na alocação dos recursos, que é, em última instância, o segredo da prosperidade econômica de qualquer sociedade.
Em uma nação permanentemente perturbada pela interferência estatal nas preferências de consumo, emulam-se os falaciosos planejamentos socialistas, estes em que abundam cadernos mas faltam lápis, sobram calças às custas de uma carência de sapatos ou de camisas, ou em que farta leite enquanto faltam frutas e verduras, ou no caso, em que sobram carros zero nas garagens enquanto faltam todas as outras coisas que estão deprimindo severamente todos os setores industriais relegados à condição de párias pelo governo.
São ações assim que causam um empobrecimento, que pode ser relativo, isto é, deixando de enriquecer tanto quanto poderia, tal como o país vinha passando ao seguir transformando a sua estrutura produtiva para servir como mero fornecedor de matérias-primas à China durante os dois mandatos lulistas, ou absoluto, como é o caso em que sai agora da crisálida, sob a condução de sua sucessora, na forma de uma economia socialista de estilo nazi-fascista.
Caríssimos! Não se enganem! Não se trata de uma sincera conversão da emissora carioca à realidade, senão como um arremedo para salvar a credibilidade frente a um cenário que não pode ser mais escondido, porque já adiantado por meio desta fabulosa invenção que é a internet, que nos propicia quebrar a barreira hegemônica da informação na forma de blogues e sites independentes, como este. 

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