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terça-feira, 22 de maio de 2012

REVANCHISMO OU ………. CONTROLE MENTAL DO FUTURO?


Por  Heitor de Paola - Papéis Avulsos

Numa das salas do MINILUV, o interrogador O’Brien pergunta ao interrogado, Winston, funcionário do MINITRUE, com a mão num controle de voltagem com o qual aplica os choques, dependendo se a resposta “for certa” ou “errada”:
- Na tua opinião Winston, o passado tem existência real? (…) Existe concretamente no espaço?
- Não
- Então onde é que existe o passado, se é que existe?
- Nos registros, está escrito.
- E em que mais?
- Na memória dos homens
- Muito bem. Nós, o Partido, controlamos todos os registros
e todas as memórias. Controlamos o passado, não é verdade?
-  Mas como pode impedir que a gente lembre das coisas? É involuntário, está fora do indivíduo. Como podes controlar a memória? Não controlaste a minha!
- Ao contrário, foste tu que não a controlaste. Por isto estás aqui: porque fracassaste em humildade e disciplina. Não queres fazer o ato de submissão, que é o preço da sanidade. (…) Lembras que escreveste em teu livro: ‘Liberdade é a liberdade de escrever que dois mais dois são quatro’?
O’Brien mostra a mão esquerda com o polegar oculto e pergunta:
-  Quantos dedos tenho aqui, Winston?
- Quatro.
- E se o Partido disser que são cinco….quantos?
- Quatro!
Uma explosão de dor com alta carga de voltagem
Depois de várias descargas Winston não sabe mais quanto são e, em seu desespero, diz:
- O que você quiser, 4, 5 o que seja mas pára!!!
- Não Winston, assim não adianta. Estás mentindo. É preciso que acredites que pode ser 4, 5, 3 ou nenhuma ou todas ao mesmo tempo!  Depende do que Partido diga!
(Depois disto Winston é mandado para a Sala 101)
Embora as funções de Winston no MINITRUE fossem exatamente apagar o que o Partido desejava que fosse apagado e criar o passado que o Partido quisesse criar para controlar o futuro, ele não tinha apreendido o “espírito da coisa”: as respostas não interessavam, mas sim a destruição do próprio conceito de verdade!

Tenho insistido com amigos militares da reserva que me honram com convites, como o último, para integrar o Painel “1964 – A Verdade” em 29 de março passado,  que não se deixem iludir pela ideia de que as investigações da ‘Comichão da Verdade’ terão caráterrevanchista’. Como já se enganaram a creditando que os processos indenizatórios tinham o caráter que lhe emprestou Millôr Fernandes: de investimento,  como se o interesse fosse apenas pecuniário.Como afirmei no post de ontem, Orwell anteviu um futuro com os olhos do seu presente imediato, sem se dar conta de que os choques elétricos não mais seriam no futuro em que estamos. Os choques foram suaves e paulatinas mudanças nos livros didáticos e as notas que dizem o que é certo ou errado e na plena dominação hegemônica da mídia.

Exemplos imaginários:

1- Qual o papel do Brasil na Guerra do Paraguai?

R 1- Lutaram contra um tirano, Solano López, e venceram limpadamente. NOTA: zero

R 2 – Massacraram os pobres paraguaios que lutavam por sua liberdade. Cumpriram a finalidade imperialista, hoje exercida pelos americanos. NOTA: Dez!

Os primeiros sabiam que precisavam mentir para passar. Hoje, dificilmente! Todos se convenceram, principalmente depois dos ‘anos de chumbo’ que os militares brasileiros não passam de tiranos torturadores.

Não se enganem com as pesquisas que indicam alto índice de aprovação das Forças Armadas. A Igreja Católica também tem altos índices, num país cuja maioria segue rituais africanos, orientais ou coisa nenhuma. Por inércia, dão nota alta à Igreja. Mas pergunte: e quanto à pedofilia? Ah, bom aí a Igreja é culpada, os padres deveriam casar para resolver seus problemas sexuais! (Já ouvi esta barbaridade de pessoas que se dizem católicas!

Ora, os casos de pedofilia na Ig
reja sequer atingem 3% do total, o restante é distribuído uniformemente por todos os grupos gay – os mesmos que têm ojeriza à Igreja, à Bíblia e aos Mandamentos.
Um exemplo real: terminada a II Guerra Mundial, Stalin não poderia reconhecer que a mesma tinha sido iniciada pela aliança Germano-Soviética, engendrada  pelo Pacto Mólotov-Ribbentropp. O que fizeram, ele e seu Comissário para Cultura, Andréi Zhdánov? Criaram a mentira, em que muitos ainda acreditam, chamada Grande Guerra Patrióticainiciada em 1941 pela invasão da URSS pela Wermacht, em não em 1939 com a inspiração direta de Stalin, da qual Hitler era apenas uma peça no xadrez russo.

Querem ver como atua a mídia ainda hoje para calar a boca de que quer falar a verdade? Acessem o vídeo em Bolsonaro tenta falar a verdade, sem saber que os entrevistadores conhecem muito bem a verdadeira intenção do programa!

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