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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Pesquisa Anual da Indústria da Construção – Fonte IBGE Base: Ano de 2010


(Clique nos gráficos para ampliá-los)
Por Ricardo Bergamini

PAIC 2010: incorporações, obras e serviços de construção chegaram a R$ 258,8 bilhões, 23,3% a mais do que em 2009


Em 2010, as incorporações, obras e serviços das empresas de construção chegaram a R$ 258,8 bilhões, um aumento real de 23,3% em relação a 2009. Excluindo-se as incorporações, o valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 250,0 bilhões, dos quais R$ 107,0 bilhões (42,8%) vieram de obras públicas, participação ligeiramente menor do que em 2009 (44,0%). A receita operacional líquida foi de R$ 245,2 bilhões, registrando expansão real de 23,4% sobre 2009.

O número de empresas ativas com uma ou mais pessoas ocupadas na indústria da construção foi de 79,4 mil em 2010, um aumento de 24,6% em relação às 63,7 mil empresas de 2009 e de 50,2% em comparação com as 53 mil de 2007, primeiro ano da série histórica com o uso da versão 2.0 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE.
Em 2010, as empresas de construção empregaram cerca de 2,5 milhões de pessoas e tiveram gastos com pessoal ocupado de R$ 63,1 bilhões, que representaram 30,7% do total dos custos e despesas da construção (R$ 205,6 bilhões). Os gastos com salários, retiradas e outras remunerações foram de R$ 41,9 bilhões, com um salário médio mensal de R$ 1.300, 8,7% superior em relação a 2009 (R$ 1.196). O valor médio pago em 2010 repetiu o resultado do ano anterior, aproximadamente 2,6 salários mínimos mensais.

A composição da receita bruta do setor de construção repetiu, em 2010, o padrão de 2007, com aumento de 96,3% no total da receita bruta, de R$ 134 bilhões para R$ 263,1 bilhões. As obras e/ou serviços executados pelas empresas da construção, que em 2007 representavam 93,4% do total das receitas do setor (R$ 125,2 bilhões), mantiveram a liderança em 2010, com 94,0% (R$ 247,3 bilhões).

Entre as regiões, o Sudeste deteve a maior participação em pessoal ocupado (56,1%) e no valor das incorporações, obras e serviços da indústria da construção (63,6%) em 2010. Porém, o Nordeste teve o maior crescimento entre 2007 e 2010 (de 17% para 19% e de 11,7% para 13,8%, respectivamente). O Centro-Oeste também teve crescimento, de 7,2% para 7,6% e de 6,8% para 7,4%. Ambas as regiões se beneficiaram dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Programa Minha Casa, Minha Vida e dos preparativos para a Copa do Mundo em 2014.

Em 2010, o valor das incorporações, obras e/ou serviços executados para as empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas atingiu R$ 212,5 bilhões, assinalando um crescimento real de 20,9% em relação a 2009 e 61,5% no confronto com 2007.

Essas e outras informações estão disponíveis na Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) 2010, que levantou informações sobre o segmento empresarial da indústria da construção em todo o território nacional e um recorte específico das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, comparando os dados com 2009 e 2007.
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O número de empresas ativas captado pela pesquisa passou de 52,9 mil em 2007, para 63,7 mil em 2009 e para 79,4 mil em 2010, assinalando um aumento de 24,6% em relação a 2009 e de 50,2% em comparação a 2007.

Em 2010, as 79,4 mil empresas do setor da construção realizaram incorporações, obras e serviços no valor de R$ 258,8 bilhões, assinalando um aumento real de 23,3% em relação ao ano anterior. Excluindo-se as incorporações, o valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 250,0 bilhões, dos quais R$ 107,0 bilhões foram obras contratadas por entidades públicas, representando 42,8% do total das construções, participação ligeiramente inferior à registrada em 2009 (44,0%). A receita operacional líquida foi de R$ 245,2 bilhões, registrando uma expansão real de 23,4% no confronto com o ano de 2009.

As empresas do setor da construção empregaram cerca de 2,5 milhões de pessoas, número superior aos 2,0 milhões de pessoal ocupado total em 2009 e tiverem gastos com pessoal ocupado de R$ 63,1 bilhões, que representaram 30,7% do total dos custos e despesas da construção (R$ 205,6 bilhões). Os gastos com salários, retiradas e outras remunerações foram de R$ 41,9 bilhões, o que significou um salário médio mensal de R$ 1.300, valor 8,7% superior em relação a 2009 (R$ 1.196). Em termos de salários mínimos, o valor médio pago em 2010 repetiu o do ano anterior e ficou em aproximadamente 2,6 salários mínimos mensais.

Receita bruta da construção cresce 96,3% entre 2007 e 2010


A composição da receita bruta do setor de construção repetiu, em 2010, o padrão de 2007, com aumento de 96,3% no total da receita bruta, de R$ 134 bilhões para R$ 263,1 bilhões. As obras e/ou serviços executados pelas empresas da construção, que em 2007 representavam 93,4% do total das receitas do setor (R$ 125,2 bilhões), mantiveram a liderança na estrutura em 2010, com 94,0% (R$ 247,3 bilhões).

Também como em 2007, as empresas da atividade de obras de infraestrutura se destacaram pela maior contribuição no valor total das receitas brutas. Os R$ 114,3 bilhões representaram 43,5% do total da receita bruta em 2010, reduzindo 0,3 ponto percentual frente à participação observada em 2007 (R$ 58,7 bilhões). As empresas do setor de edificações contribuíram com cerca de R$ 107,0 bilhões em 2010, 40,7% do total, crescendo 1,6 ponto percentual em relação a 2007 (R$ 52,5 bilhões), enquanto as empresas de serviços especializados para a construção, que obtiveram R$ 41,8 bilhões de receita bruta em 2010, responderam por 15,9% do total, perdendo participação em relação a 2007 (17,0%).

No tocante ao pessoal ocupado, as empresas com 250 ou mais pessoas ocupadas, por terem maior escala de produção e acesso a financiamentos, contribuíram com R$ 139,0 bilhões em 2010 e aumentaram sua participação de 47,8% em 2007 para 52,8% em 2010. Já as empresas com 1 a 49 pessoas ocupadas e 50 a 249 pessoas ocupadas contribuíram em 2010 com, respectivamente, R$ 62,4 bilhões e R$ 61,7 bilhões. Estas empresas tiveram redução de participação no total da receita bruta ao passarem de 26,1% para 23,7%, no caso da faixa de 1 a 49, e de 26,1% para 23,5% para as de 50 a 249 pessoas ocupadas.

A estrutura de custos também se manteve com poucas alterações na comparação entre 2007 e 2010, com destaque para o grupo salários, retiradas e outras remunerações e o grupo obras e/ou serviços contratados a terceiros, que aumentaram 1,0 ponto percentual frente à participação observada em 2007. Por sua vez, o grupo “outros custos e despesas” perdeu 1,7 ponto percentual no mesmo período.


Máquinas e equipamentos representam 50,7% dos investimentos

Em 2010, os investimentos realizados em ativos imobilizados para todas as empresas do setor de construção totalizaram cerca de R$ 7,4 bilhões, dos quais 50,7% foram em máquinas e equipamentos, 21,6% em terrenos e edificações, 21,0% em meios de transporte e 6,7% em outras aquisições (móveis, microcomputadores etc.). Essa estrutura repete o ranking de 2007, com crescimento na participação de máquinas e equipamentos em 5,8 pontos percentuais e perda de participação de 4,5 pontos percentuais de outras aquisições no período.

Valor adicionado da construção cresceu 97,6% entre 2007 e 2010

O valor adicionado da atividade de construção cresceu 97,6% no período de 2007 a 2010, passando e R$ 63,3 bilhões para R$ 125,1 bilhões. Na divisão por atividades, a construção de edifícios teve aumento de 97,6%, de R$ 25,5 bilhões para R$ 50,1 bilhões; nas obras de infraestrutura, o aumento foi de 97,0%, de R$ 25,7 bilhões para R$ 50,6 bilhões; e os serviços especializados para construção tiveram acréscimo de 99,8%, passando de R$ 12,2 bilhões para 24,4 bilhões.

Embora a atividade econômica como um todo tenha passado por uma fase de turbulência decorrente da crise internacional entre o último trimestre de 2008 e o primeiro semestre de 2009, a atividade de construção teve um crescimento contínuo no decorrer do período 2007-2010, favorecido por diversas medidas, como a desoneração do IPI nos materiais de construção, aumento dos desembolsos do BNDES, expansão do crédito imobiliário e investimento em obras do PAC, entre outras.

Programas governamentais e obras para a Copa do Mundo aumentaram a participação do Nordeste e Centro-Oeste na indústria da construção

Entre as regiões, o Sudeste deteve a maior participação em pessoal ocupado (56,1%) e no valor das incorporações, obras e serviços da indústria da construção (63,6%) em 2010. Porém, a região que mais cresceu no período 2007-2010 foi o Nordeste, que passou de 17% para 19% em pessoal ocupado e de 11,7% para 13,8% no valor das incorporações, obras e serviços. O Centro-Oeste também cresceu em participação, de 7,2% para 7,6% e de 6,8% para 7,4%, respectivamente. Estas regiões têm recebido investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Programa Minha Casa, Minha Vida e pelos preparativos para receber a Copa do Mundo em 2014. Destacam-se, no Nordeste, a transposição do rio São Francisco, a ampliação do sistema de esgotamento sanitário para o emissário submarino de Salvador e as ferrovias Transnordestina, Leste-Oeste. Já no Centro-Oeste, os destaques ficam com a construção da Ferrovia Norte-Sul e as obras de asfaltamento e duplicação de diversas estradas, entre elas a BR-163, BR-158 e BR-364.

Valor das incorporações, obras e serviços de empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas aumentou 61,5% em quatro anos

Em 2010, das 74,9 mil empresas da indústria de construção, 11,8 mil tinham 30 ou mais pessoas ocupadas. Essas empresas compõem o “estrato certo” da pesquisa e são sempre pesquisadas em sua totalidade, enquanto as informações das empresas com menos de 30 pessoas ocupadas são coletadas por amostragem.

O valor das incorporações, obras e/ou serviços executados para as empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas atingiu R$ 212,5 bilhões, assinalando um crescimento de 20,9% em relação a 2009 e 61,5% no confronto com 2007, descontados os efeitos inflacionários. O valor das incorporações de empreendimentos imobiliários foi de R$ 5,6 bilhões em 2010, representando 2,6% do total dos valores das obras e/ou serviços, participação superior a de 2009 (2,0%) e semelhante à de 2007 (2,7%).

As obras residenciais executaram construções no valor de R$ 43,8 bilhões, correspondendo a 20,6% do total das obras e/ou serviços em 2010, mais do que em 2009 (16,2%) e 2007 (15,1%). Este ganho de participação deve-se, principalmente, aos edifícios residenciais, que passaram de R$ 26,0 bilhões em 2009 para R$ 39,4 bilhões em 2010, aumentando sua participação de 15,8% para 18,5% no total da construção nestes dois anos. Esse aumento está relacionado com o aumento do crédito imobiliário e do número de unidades financiadas, influenciados pela redução das taxas de juros e ampliação dos prazos de financiamento, expansão da renda e do emprego, e alterações no marco regulatório do crédito imobiliário.

Os produtos do grupo de edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciaisresponderam por R$ 31,1 bilhões em 2010, representando 14,6% do total das obras e/ou serviços da construção, perdendo participação em relação aos anos de 2009 (18,9%) e 2007 (16,9%). Esta queda de participação pode ser explicada pelo recuo da construção de edifícios comerciais (shoppings, supermercados, lojas, etc.), que passou de R$ 10,7 bilhões em 2009 para R$ 8,1 bilhões em 2010. Por outro lado, as construções de edifícios industriais (fábricas, oficinas e galpões industriais, etc.) passaram de R$ 8,9 bilhões para R$ 9,5 bilhões entre 2009 e 2010; e os edifícios não-residenciais (hospitais, escolas, hotéis, garagens, estádios, etc.), cresceram de R$ 6,7 bilhões para R$ 7,3 bilhões no mesmo período.

As obras de infraestrutura, grupo de maior peso na construção, apesar de ter aumentado o valor das construções de R$ 81,7 bilhões (2009) para R$ 99,6 bilhões (2010) reduziram sua participação de 49,6% para 46,9%. Os produtos de maior destaque foram: pavimentação de rodovias (R$ 12,7 bilhões); construção de rodovias (R$ 7,7 bilhões); plantas e instalações industriais (R$ 7,7 bilhões); usinas, estações e subestações hidrelétricas, termelétricas, nucleares e eólicas (R$ 6,1 bilhões); pontes, elevados e túneis (R$ 5,0 bilhões), dutos - oleodutos, gasodutos, minerodutos (R$ 4,8 bilhões); e ruas, praças, calçadas e outras obras de urbanização (R$ 4,6 bilhões).

Já o grupo de serviços especializados para construção atingiu o valor de R$ 32,3 bilhões, correspondendo a 15,2% dos valores das obras e/ou serviços em 2010, participação superior a de 2009 (13,3%), mas inferior a de 2007 (16,2%). Os produtos que se destacaram foram escavação e movimentação de terras (terraplenagem), com R$ 8,3 bilhões e administração de obras (R$ 3,2 bilhões).

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

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