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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Medidas são de longo prazo, diz Mantega: ai de nós!


O maior dos meus temores: ministro Guido Mantega declarou que as medidas econômica que o governo vêm tomando  são de longo prazo! 
Por Klauber Cristofen Pires

Desmentindo ou assim pretendendo fazer, o ministro da Fazenda Guido Mantega declarou, na última quarta-feira, dia 04 de julho, perante uma plateia de desconsolados empresários, durante o Seminário Econômico Fiesp-Lide em São Paulo: "Não é verdade que estamos fazendo medidas setoriais de curto prazo. Estamos tomando medidas de longo prazo".  Agora, sim, tenho motivos para ficar preocupado!

Os leitores que têm me acompanhado têm sido minunciosamente informados o quanto o planejamento macroeconômico do governo tem se parecido com um bêbado tentando estacionar o carro: absolutamente nenhum investimento público relevante na infraestrutura do país, concomitantemente à farra para sustentar dois megaeventos esportivos que jamais trarão retorno; encarecimento dos preços do gás e da energia elétrica para mimar seus parceiros do Foro de São Paulo; estímulo ao crédito ao mesmo tempo em que deprime o setor produtivo e ergue mais camadas de tijolos sobre o muro das importações; subsídios seletivos para alguns setores em troca do agravamento tributário-burocrático sobre outros...Quem pode enxergar nisto tudo alguma coerência?

A cada dia, a economia nacional vai se afunilando em direção à produção de alimentos e matérias-primas e às empresas cujos donos mancomunem-se com o governo em relações simbióticas de natureza um tanto rapineira.

Diz uma antiga piada que um candidato a prefeito de uma pequena cidade do interior, pleiteando a reeleição e não tendo “necas de pitibiribas” que servisse como vitrine de sua porca administração, viu um prédio em construção com uma placa à sua frente onde se lia “Em obras” e improvisou: “- meus queridos eleitores, lembrem-se que quem trouxe a “Emobras” para a nossa cidade foi eu...!” 

Assim mesmo foi no evento supracitado, em que o Genial Guido do Povo apresentou a desvalorização cambial e a queda nos juros como os mais novos lances estratégicos meticulosamente estudados, quando em verdade não representam mais do que tirar o rabo do fogo, pois os dólares que sustentavam o câmbio, àquela altura já artificialmente alto, caíram fora porque o governo simplesmente não tinha mais como suborná-los.  Vale lembrar que justo há poucos meses atrás, sua chefa ainda reclamava nos belos salões europeus do “tsunami de dólares” aos seus anfitriões em crise, como uma gata que, comendo sardinha, arrotasse atum. 

Para quem quiser acreditar, o Sr Guido Viajando na Mantega chegou a afirmar,  inspirado por algum saudosista surto lulista de megalomania palanqueira: “Ousaria dizer que estamos prestes a começar um novo ciclo de expansão forte da economia brasileira. As mudanças estruturais já estão acontecendo e produzem frutos que serão colhidos em breve”. Aff...

Não obstante, pelo menos nisto sou obrigado a concordar com o Sr ministro: os efeitos de tamanha incúria, de fato, surtirão seus efeitos por um longo prazo. Ai de nós...

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