Meus amigos,
Este articulista foi entrevistado pela jornalista Sophia Sheimberg, e a íntegra do diálogo vocês podem ler no blog dela, Entrevistas & Debates.
Abaixo, um pequeno trecho...:
E&D: Estatísticas do governo apontam para a queda no número de mortos nas estradas após a aplicação da lei seca. Você, no entanto, vê a lei com certa desconfiança. Por quê?
KCP: Não houve uma queda no número de mortos que se possa aferir como o resultado direto da lei seca. No Pará, após ter sido constatada a inocuidade da lei perante a persistência dos tristes números, um policial rodoviário federal revelou um dado interessante: apenas três por cento dos acidentes com morte são devidos ao estado de embriaguez. Logo, qualquer diminuição do número de acidentes devido ao estado de embriaguez somente poderia representar uma fração da fração, isto é, a um resultado inexpressivo. Agora, atente-se para o fato de que não defendo que pessoas em estado de embriaguez dirijam: refiro-me, sim, a um fenômeno muito peculiar dos novos tempos, típico da mentalidade fascista, que é punir o que se chama “crimes de risco”, isto é comportamentos que não constituem de per se agressões à vida ou à propriedade de terceiros. Em uma sociedade livre e de direito, o estado de embriaguez seria considerado como um elemento agravante, isto é, acessório à culpa ou ao dolo, e a polícia não estaria a abordar os cidadãos que dirigissem normalmente, mas sim somente aqueles que, por qualquer motivo, estivessem dirigindo de forma perigosa.
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