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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

ORGANIZAÇÕES GLOBALISTAS E A NOVA ORDEM MUNDIAL



  Segundo Aristóteles, conhecer a verdade é um dom natural do ser humano, só obstaculizado por fatores acidentais ou privações forçadas. Aristóteles não conheceu o Brasil. 
Por Anatoli Oliynik


          
            Impossível falar das Organizações Globalistas e da Nova Ordem Mundial abarcando toda a sua amplitude a partir do texto de um artigo. O assunto é complexo, maior do que se pode imaginar a primeira vista e exige um mergulho profundo nos meandros das estratégias políticas e labirintos do poder para compreendê-lo em sua inteireza. Embora a literatura seja vasta, apresenta o dificultador de ser praticamente toda ela em língua inglesa.
Assim, no ideário brasileiro “globalização” passa a ser sinônimo de capitalismo e imperialismo ianquista e a “Nova Ordem Mundial” não passa de “teoria da conspiração” e fim de papo.
Um dos poucos brasileiros que escreve sobre o assunto é o jornalista, ensaísta e filósofo, Olavo de Carvalho, mas nem todos leem Olavo porque o establishment brasileiro faz-lhe ferrenha oposição impedindo o seu acesso a grande mídia brasileira. Com isso a maioria das pessoas desconhece o verdadeiro significado da “globalização” e “Nova Ordem Mundial”, e o que isso representa para o Brasil e para o mundo hodierno.
            O meu objetivo não é suprir essa lacuna, pois não tenho todos os elementos e nem conhecimento para tanto, mas o de trazer o assunto à tona, para fora do establishment brasileiro, e com isso despertar a curiosidade das pessoas motivando-as na busca de mais informações.
Inicio esse despertar apresentando um quadro onde figuram cronologicamente as principais organizações e fundações globalistas.

CRONOLOGIA DAS FUNDAÇÕES E ORGANIZAÇÕES GLOBALISTAS
Fundações e Organizações Globalistas que visam a instituição da Nova Ordem Mundial
* Objetivo: Controlar o Mundo *
Ano
Nome
1896
Carnegie Institute of Pittisburgh
1902
Carnegie Institution of New York
1910
1911
1901
Comitê dos 300 2
1902
Rhodes Trust 3 è Rhodes Scholarship
1910
Round Tabe [Mesa Redonda] – (jornal) 4
1913
Round Tabe [Mesa Redonda] – (grupos)
1913
Fundação Rockefeller
1920
Instituto Real de Assuntos Internacionais (RIIA) 5
1920
Liga das Nações
1921
CFR - Council on Foreign Relations [Conselho de Relações Exteriores]
1923
Escola de Frankfurt 6
1936
Fundação Ford
1945
Organização das Nações Unidas (ONU) 7
1947
Instituto Tavistock de Londres 8
1952
Conselho Populacional [braço operacional da Fundação Rockefeller]
1954
Clube Bilderberg
1968
Clube de Roma
1970
Fundação MacArthur
1973
Comissão Trilateral
1982
Inter-American Dialogue [Diálogo Interamericano] 9
Elaborado por: Anatoli Oliynik

1 Direcionada ao entendimento diplomático das nações. Núcleo central que vigora até hoje.
2 1901 é a data provável de fundação que coincide com o ano da morte da Rainha Vitória.
3 Fundada por testamento de Cecil John Rhodes (1853-1902) a Rhodes Trust mantém duas subsidiárias: A Cecil Rhodes Scholardship em homenagem ao seu patrono e o Rhodes Trust Fund.
4 Heitor De Paola indica dois livros fundamentais para entender a Mesa Redonda: The Anglo-American Establishment, de Carroll Quigley e o Tragedy & Hope, também do Quigley.
5 Royal Institute of International Affairs (RIIA). Também conhecido como “Chattan House” fundado em Londres. O RIIA equivale ao CFR – Conselho de Relações Exteriores sediado nos EUA.
6 A Escola de Frankfurt tem por missão a destruição da Cultura Ocidental - “Revolução Cultural”.
7 Sucessora da Liga das Nações. A mudança de nome foi estratégica: mesma missão; mesmos objetivos.
8 Função: Estudos da ciência comportamental na linha freudiana para "controlar" humanos.
9 Fundado por David Rockefeller. Fernando Henrique Cardoso, membro do Dialogo, é quem estabelece a sua ligação com o Brasil.
As organizações supracitadas, todas elas, sem exceção, atuam sob duas camadas: uma pública, de fachada e a outra oculta ou até mesmo secreta da qual o público não tem o mínimo conhecimento. É sobre a face oculta que falarei de ora em diante.
Inicio suscitando algumas perguntas que por certo o leitor ou a leitora está fazendo. Vamos a elas:
O que são essas fundações e organizações descritas no quadro supra e quais são seus projetos?
Respondendo a primeira parte da pergunta:
“São forças históricas, algumas originárias de famílias nobiliárquicas, outras não, mas todas elas visando um único objetivo: Controlar o mundo.”
Complementado a resposta e falando sobre a elite globalista que se forma a partir dessas forças históricas:
“É uma entidade organizada, com existência contínua há mais de um século, que se reúne periodicamente para assegurar a unidade de seus planos e a continuidade da sua execução, com a minúcia e a precisão científica com que um engenheiro controla a transmutação do seu projeto em edifício”. (CARVALHO, pp. 78-9)
Quanto ao projeto:
“O projeto globalista é herdeiro direto e continuador do socialismo fabiano, tradicional aliado dos comunistas.” (CARVALHO, p. 55)
Qual a repercussão dessas organizações para o Brasil?
“Quem quer que tenha acompanhado as grandes mudanças na política econômica, jurídica e cultural do Brasil nos últimos vinte anos sabe que todas elas vieram prontas das centrais globalistas – ONU, OMS, UNESCO, Bilderberg, Rockefeller, Fundação Ford, George Soros, etc.” (CARVALHO, p.76)
Essas as organizações não atuam isoladamente, embora possam fazê-lo e o fazem, elas formam uma espécie de “Consórcio” que Olavo de Carvalho assim descreve:
“O Consórcio atua por meio de uma multiplicidade de organizações subsidiárias espalhadas pelo mundo todo, [ ... ] mas não tem ele próprio uma identidade jurídica. Isso é uma condição essencial para sua atuação no mundo, permitindo-lhe comandar inumeráveis processos políticos, econômicos, culturais e militares sem poder jamais ser responsabilizado diretamente pelos resultados, seja ante tribunais, seja ante o julgamento da opinião pública.” (CARVALHO, p. 80)
No Brasil esses processos são operacionalizados da seguinte forma:
A técnica em si consiste, como sempre, em uma rede de fundações estrangeiras financia outra rede de ONGs do país nativo, para que esta última siga em conjunto as diretivas planejadas no exterior. A rede de ONGs locais aparenta agir por livre iniciativa, mas constitui, na verdade, uma rede de organizações criadas ou mantidas pelas fundações estrangeiras, que impõe aos nativos as estratégias externas. Pela falta de recursos locais, as ONGs nativas não podem fazer senão aquilo que lhes é ditado pelas fundações que lhes fornecem os recursos. Deste modo, devido à ausência de informação, no país alvo, sobre os detalhes deste método de trabalho, as fundações estrangeiras podem dar-se ao luxo de planejar a modificação, sem grande resistência, dos costumes, da moral e da legislação da nação, mesmo contra a vontade do povo nativo e sem que este tenha uma idéia das verdadeiras razões do que está acontecendo. Ao povo, e às autoridades civis e religiosas, é dada a impressão de que tudo é o resultado do destino natural e inevitável da história. (A NOVA ESTRATÉGIA MUNDIAL DO ABORTO, p. 10)
Esta técnica, utilizada para financiar o aborto no Brasil, se aplica, igualmente, a todos os projetos emanados das “centrais globalistas”.
Com relação a rede de ONGs brasileiras, elas exercem um papel duplo: Por um lado atuam como braços operacionais das “centrais globalistas” e por outro como aparelhos privados de hegemonia, na expressão de Gramsci, para ocupação de espaços e hegemonia de pensamento visando a implantação do comuno-socialismo no Brasil.
            Para fundamentar a ocupação de espaços nas mãos dos aparelhos privados de hegemonia, vejamos os dados que coligi a partir das informações do IBGE e IPEA. Em 2004 existiam no Brasil:
§  276 mil Fundações e Associações sem fins lucrativos;
§  1,5 milhão de pessoas trabalhavam nelas;
§  R$ 17,5 bilhões/ano salários e remunerações;
§  1/3 situadas em São Paulo e Minas Gerais:
-        21% em São Paulo;
-        13% em Minas Gerais.
§  62% criadas a partir dos anos 90.
§  US$ 36 milhões foram aplicados no Brasil pela Fundação MacArthur entre 1990 e 2002.
Hoje, este número ultrapassa a 500 mil, segundo informações da Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais (ABONG). As informações do IBGE e do IPEA desapareceram do domínio público, razão pela qual não foi possível atualizar os dados.
            De onde vem todo esse dinheiro e qual a razão da Fundação MacArthur aplicar tamanhos recursos financeiros no Brasil?
            A resposta de onde vem o dinheiro aponta para uma única direção: Para as organizações globalistas.
            Quanto a razão dessa dinheirama toda ser despejada no país a resposta também é única. Vejamos o que nos diz o maior estudioso do assunto no Brasil.
“Toda a bibliografia existente sobre o Consórcio atesta que o objetivo dele é a instauração de uma ditadura socialista mundial.”
E complementa:
“Mas pessoas que desconhecem essa bibliografia, e ademais acostumadas a raciocinar com base nos significados usuais das palavras, sem ter em conta a tensão dialética entre estas e o objetos reais que designam, encontram uma dificuldade medonha em entender que capitalistas e banqueiros possam desejar o socialismo.” (CARVALHO, pp. 82-3)
O assunto é empolgante, complexo, desafiador e acima de tudo GRAVE, mas é dado o momento para interrompê-lo, mesmo estando distante anos-luz de esgotá-lo. Sequer chegamos a arranhá-lo, mas tendo em vista que o meu objetivo não foi de esgotar o assunto, mas o de despertar o leitor e motivá-lo no seu aprofundamento, espero ter alcançado tal desiderato.
De agora em diante é com você.



BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Olavo. “Os EUA e a Nova Ordem Mundial”. São Paulo: Vide Editorial, 2012.
Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul-1 da CNBB. “A Nova Estratégia Mundial do Aborto”. 2012.
DE PAOLA, Heitor. “O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial”. São Paulo: É Realizações, 2008.
ESTULIN, Daniel. “Clube Bilderberg”. Tradução Lea P. Zylberlicht. São Paulo: Editora Planeta, 1ª edição, 2006.

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