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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Consciência, Brasil!



      Na arte da guerra, dividir é preciso. E não pairam dúvidas quanto ao imenso potencial do berço esplêndido sobre e sob base territorial, como poucas, postas à disposição das sociedades terrenas e, portanto ambicionado pelo poder econômico cada vez mais centralizador. Filão grandioso de recursos naturais nas mãos dessas entidades, como o nióbio; hídrico, de toda forma combatido, inclusive por meio de atos de terrorismo, como na construção da Usina de Belo Monte; em especial, outros minerais, para exploração futura sob controle temporário da ignorância e de nações que irão fragmentar o solo pátrio,  na Amazônia, claro. Nação indígena que inocentemente se propala.  
Por Ernesto Caruso

   
         No caudal da repartição, o materialismo histórico fez e faz de tudo para destruir a sociedade existente. Estamos colhendo o que plantaram em especial no meio estudantil, a formar quadros e, na televisão e rádio, a moldar consciências. As novelas ajudaram muito e as lutas de classe lá estavam presentes. Os mocinhos eram quase perfeitos na luta do bem contra o mal. Daí as mudanças. A figura paterna é representada pelo “durão”, coercitivo, autoritário, em conflito permanente com o filho. O desejo de afirmação mesclada com a rebeldia, incentivada, produz o desregrado, o viciado, o surgimento e crescimento do narcotráfico. A autoridade é desacreditada, o policial não presta. O professor que era respeitado (os alunos se levantavam quando o mestre entrava na sala) perde a autoridade. Hoje, apanha na cara.  
         A família existe apenas para a burguesia. O capital é o inimigo. Morte à empresa! O trabalhador dedicado é o puxa-saco e o empregador, o capeta. A propriedade privada é questionada. A religião era o ponto forte na latino-américa e se desenvolve a Teologia da Libertação. Igreja progressista contra os “nefastos” conservadores. A conquista dos intelectuais era o caminho para influenciar as massas contra as elites.   
         Os heróis são vilipendiados como Caxias, chamado de “herói” dos massacres pela revista Dever de Casa, enquanto governantes reabilitam terroristas e criam novos ídolos. Ensina-se às crianças a estória da formiguinha rica contra a pobre.
         Diferenças étnicas e de gênero e ditas minorias devem ser exploradas como propósito. Tudo em deprimento da unidade.
         Os artigos 231 e 68 do ADCT da CF, respectivamente versando sobre o reconhecimento de direito sobre as terras que ocupam os índios e os quilombolas, têm sido deturpados no que concerne à expansão dessas áreas ao contrário do imposto pelo verbo no tempo presente e não no pretérito, a fatiar o território.
         A Constituição de 1946 preconizava à luz do passado a “incorporação dos silvícolas à comunhão nacional”.
         Tais dissensões fraturam a estrutura e a unidade nacional. Antagonismos e desencontros estão presentes na disputa de vagas das universidades, agora rivalizadas pela cor da pele e etnias. Discutir a necessidade da identidade fornecida pela FUNAI para os que estão incorporados à comunhão nacional, ainda que reprovável não ter sido aceita em caso bastante divulgado para o exame do ENEM recentemente realizado. 
         No contexto, criar e exaltar o dia da consciência negra, se faz tão inconveniente como criar o dia da consciência branca. Cultuar Ganga Zumba ou Zumbi está em outro patamar da História a reverenciar todos aqueles que lutaram contra a escravidão empunhando armas ou abnegadamente no campo das idéias culminando pela abolição em 13 de maio de 1888. Lei Áurea que restou incompleta pela falta de absorção da mão de obra e descompasso na escolaridade. Desnível de estudo ainda não compensado em pouco mais de doze décadas, mas um país mestiço a honrar os antepassados.
         Lembrar que a mulher começou a votar em 1932 (oito décadas) e assim, ainda estamos longe de uma sociedade bem distribuída na pirâmide da vida.
         Se correções e medidas afirmativas há por fazer em prol das pessoas e para atender as estatísticas, que governantes e legisladores probos estendam as mãos e valorizem as camadas mais necessitadas com a pele mais escura ou mais clara. A consciência da unidade e da solidariedade o Brasil precisa urgentemente.  


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