A brutalidade do estado total

O vídeo acima - regule para ler as legendas em português -  mostra uma operação de agentes federais americanos em um estabelecimento engarrafador de água mineral: eles não estão em busca de terroristas, nem de narcotraficantes ou assaltantes de bancos. A bem da mais pura verdade, nem eles sabem o que estão procurando: vão apenas requisitar os papéis e livros da empresa para realizar uma fiscalização corriqueira. 

Para tanto, cercaram a fábrica com dezenas de homens armados e protegidos com coletes à prova de balas; interromperam o funcionamento da linha de produção; encerraram os funcionários em uma sala, como se reféns fossem, bem como confiscaram-lhes todos os celulares particulares e enfim, proibiram o próprio proprietário ("próprio proprietário": não, hoje em dia isto já não é uma  redundância) de adentrar em seu estabelecimento para tomar conhecimento do que se passava. 

Nós já vimos a  mesma truculência acontecer aqui o mesmo, como foi o caso da Daslu e de uma pequena gráfica que imprimia - legalmente - panfletos da Igreja Católica que advertiam os fiéis a votar contra o aborto. 

Em todos os casos, um mero funcionário público chegando desarmado numa bicicleta teria sido capaz de ser obedecido e obtido as informações requisitadas, já que lidava com pessoas desarmadas, trabalhadoras e pacíficas. No entanto, procedimentos como este tomam o caráter de demonstração de força, com a finalidade ostensiva da intimidação e humilhação. 

É que que passará a acontecer com cada vez maior frequência, enquanto todos não tomarmos consciência e começarmos a reagir contra o estado-pode-tudo.