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terça-feira, 16 de abril de 2013

A errante política econômica manteguista



Mantega anuncia política de contenção do consumo para combater a inflação por ele mesmo criada por tanto...incentivo ao consumo!

Por Klauber Cristofen Pires

 “De volta ao passado”, ou  “(Mais) uma década perdida”, ou “Novamente, o vôo da galinha”; ou “Veio a chuva, e os macacos, como sempre, não construíram suas casas”...Qual o título diferente que devo escolher para o mesmo filme tantas vezes já visto?

Há males que vêm para o bem, isto é, se forem percebidos em tempo de se aprender com os erros e começar a fazer as coisas do jeito certo. Sob este estrito ponto de vista, até que foi bom que o PT conquistasse o terceiro mandato presidencial com Dilma Roussef no poder. Quem sabe, teria sido ainda melhor com o próprio Lula.

Sim, porque veio o tempo da bonança, das vacas gordas,  em que admitir milhares de barbudinhos de carteirinha para cargos de chefia de órgãos inchados e outros tantos criados só para recebê-los podia ser dito com soberba e em tom de deboche, como o próprio Lula uma vez afirmou ser esta a sua receita para debelar a crise.

Marolinha? Estamos em 2013 sob um cenário bastante diferente, vendo aproximar-se à proa uma recessão das brabas, e com direito à inflação que cresce exponencialmente. Subitamente, os ganhos que a classe trabalhadora imaginou ter conquistado e que renderam ao PT o prestígio nas urnas serão alcançados por um dragão esfaimado. Verão então, os que acreditaram que se pode enganar a economia, como se come um salário mínimo numa só bocada.

O Brasil, que emergiu dos governos militares como a maior potência agrícola do mundo, tendo produzido a comida mais barata, que espalhou ao mundo a moda das churrascarias de rodízio, hoje assiste ao infame desfile de produtos da feira como se fossem grifes. E não, a mãe natureza não tem nada a ver com isto! Tivemos, sim uma década de perseguição implacável ao agronegócio protagonizada pelo PT e seus diversos aparelhos não governamentais e não partidários:

Para satisfação da ideologia marxista sob pretexto indigenista e quilombola, comunidades inteiras de agricultores produtivos foram escorraçados de Roraima, da Bahia, do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,  Rondônia e outros estados. O MST ainda invade fazendas produtivas com dia e hora marcados sem que os donos possam se valer da polícia para evitar o esbulho e a depredação de suas benfeitorias.

O INCRA, chefiado por integrantes do MST, cínica e hipocritamente tem exigido os maiores índices de produtividade do mundo, que não por acaso são nacionais, como medida para a desapropriação de propriedades rurais, sem que a sociedade tenha um dia cogitado de entregar a nova posse a quem prove ser capaz de fazer melhor.

Na Amazônia, o plantio de diversas culturas, principalmente soja, milho e cana-de-açúcar têm sido ou proibidos ou têm sofrido obstáculos oficiosos por parte do estado, assim como a pecuária, que já chegou a ser vítima de uma campanha nacional promovida por ativistas judiciais do Ministério Público e até pelo programa Fantástico, da Rede Globo. Na Revista Veja desta semana, o Carrefour anuncia que suas carnes são certificadas pela ONG Rain Forest, o que significa que ele provavelmente boicota a pecuária da Região Norte, possuidora de já de uma parte significativa parte do rebanho nacional de qualidade.

Algum dia você, prezado leitor, teve alguma sensação de estar sendo enrolado ao ouvir o economês do Sr. Mantega e seus auxiliares, ou ainda, de boa parte do jornalismo que se esforça para dar algum sentido inteligível às suas palavras ou ao rumo de sua política econômica? Pois, tenha certeza, estão realmente tentando ludibriá-lo e você não está só.

A economia, embora possa cifrar-se por grandes somas em alguns empreendimentos, tem suas bases em princípios basicamente simples e auto-intuitivos:  Como tenho dito, um dos maiores economistas da história, Ludwig von Mises, não trocava uma dona de casa por nenhum burocrata de terninho e vocabulário difícil.

Quem, como eu, viu as coisas com a simplicidade que o caso requer, teve a chance de profetizar: um dia a conta chega. Está chegando, sim, mas para o povo que acreditou no mito da cornucópia.

Durante a festa da gastança, o governo keynesianista do PT acreditou veementemente que estimular a demanda promoveria o crescimento, daí ter baixado as taxas de juros e aberto o crédito como nunca se viu, bem como aumentado o salário mínimo a valores irreais ao mesmo tempo que abria facilidades para o consumo daqueles produtos que ele escolhesse: hoje carros, amanhã eletrodomésticos, na semana que vem computadores e Iphones, e assim por diante.

O povo foi lá, gastou o dinheiro que tinha e que não tinha, atolou-se até a cintura no crédito consignado e agora assiste a Dona Dilma e o Sr. Mantega pronunciarem em tom solene que farão uso da política de aumento de juros para conter a inflação (leia-se: para conter o consumo que eles mesmos incentivaram). Ah, e já está dando nos jornais: a projeção de aumento do salário mínimo também foi reduzida.

A situação acima mostra como somos governados por verdadeiros tontos arrogantes que não têm a mínima ideia do que estão fazendo: agem de forma errante e proclamam com estupefação para a imprensa que os leva a sério: “- o caminho é por aqui!”

Nada contra juros baixos. Nada contra salários altos. Nada contra as pessoas poderem comprar o que precisam e o que desejam. Porém, tudo isto deve acontecer sob os auspícios da verdadeira economia, fundada em liberdade de empreendimento, baixos impostos para todos – sem as políticas fascistas de incentivos aos amigos do rei, digo, do partido, e sem  manipulação da produção ou do consumo.

As pessoas devem estar livres para escolher o que precisam ou desejam comprar dentro de um ambiente isonômico para que o melhor atendimento das necessidades mais urgentes possa ocorrer, e assim, incentivarem à melhor aplicação possível dos recursos da sociedade. A eficiência em atingir esta meta é o fator determinante para a prosperidade continuada da nação.

Por outro lado, é a poupança, e não o endividamento, que é capaz de patrocinar o investimento, e este por sua vez, promover a criação de empregos e aumentos dos salários. Quem gasta o dinheiro presente e futuro farta-se hoje e passa fome amanhã. Não é preciso ser um PhD para concluir algo tão óbvio.

É importante que se dê a maior divulgação a isto para as pessoas se darem conta do erro que também cometeram ao endossarem as políticas petistas. É hora de mudar, mas não a esmo, e sim pela senda da austeridade nos gastos públicos, na desburocratização, na igualdade de todos perante a lei, no alívio dos tributos e no respeito à propriedade privada.

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