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terça-feira, 2 de abril de 2013

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE Base: Fevereiro de 2013


Produção industrial recua 2,5% em fevereiro

 Por Ricardo Bergamini


Em fevereiro de 2013, a produção industrial recuou 2,5% em relação ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, praticamente eliminando a expansão de 2,6% registrada em janeiro. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou queda de 3,2% em fevereiro de 2013, após registrar avanço de 5,5% em janeiro último. O setor industrial acumulou crescimento de 1,1% nos dois primeiros meses do ano. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 1,9% em fevereiro de 2013, assinalou redução na intensidade de queda frente às marcas registradas em dezembro (-2,6%) e em janeiro (-2,0%).


15 dos 27 ramos investigados tiveram queda na produção

A queda de 2,5% da atividade industrial na passagem de janeiro para fevereiro alcançou 15 dos 27 ramos pesquisados, com destaque para a influência negativa exercida pelo setor de veículos automotores, que recuou 9,1% nesse mês, eliminando o avanço de 6,2% verificado em janeiro último. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de farmacêutica (-10,8%), refino de petróleo e produção de álcool (-5,8%), bebidas (-5,2%), alimentos (-1,3%), mobiliário (-9,9%), celulose, papel e produtos de papel (-2,0%) e indústrias extrativas (-1,9%). Com exceção deste último setor, que acumulou perda de 8,8% nos últimos dois meses, os demais apontaram resultados positivos em janeiro último: 0,3%, 5,5%, 1,2%, 0,6%, 10,2% e 0,3%, respectivamente. As principais pressões positivas sobre a média da indústria vieram de outros equipamentos de transportes (9,6%), máquinas e equipamentos (1,7%), fumo (36,2%), que recuperou parte da perda de 53,7% registrada em janeiro, e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,6%).

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com janeiro, bens de consumo duráveis (-6,8%) tiveram a queda mais elevada no mês, eliminando a expansão de 2,9% registrada no mês anterior. A produção dos segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (-2,1%) e de bens intermediários (-1,3%) também mostrou recuo em fevereiro. O primeiro interrompeu dois meses seguidos de taxas positivas, que acumularam expansão de 0,9%. Já o segundo eliminou o crescimento de 1,2% verificado no mês anterior. O setor de bens de capital (1,6%) apontou o único resultado positivo entre as categorias de uso nesse mês, segundo avanço consecutivo nesse tipo de confronto, acumulando ganho de 10,9% nesse período.

Média móvel trimestral fica estável

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral repetiu, no trimestre encerrado em fevereiro de 2013 (0,0%), o patamar registrado no mês anterior. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, os segmentos de bens de consumo duráveis (-1,5%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,4%) apontaram taxas negativas nesse mês, com ambos eliminando os avanços observados em janeiro último (0,5% e 0,2%, respectivamente). O segmento de bens intermediários (0,0%) ficou estável pelo segundo mês seguido frente ao patamar do mês anterior. O setor produtor de bens de capital, ao crescer 2,9%, registrou o único resultado positivo e intensificou o ritmo de expansão frente ao índice de janeiro (2,2%).

Indústria cai 3,2% na comparação com fevereiro de 2012

Na comparação com o mesmo mês de 2012, a indústria recuou 3,2% em fevereiro de 2013, com perfil disseminado de resultados negativos: a produção caiu em três das quatro categorias de uso e em 18 das 27 atividades pesquisadas. Fevereiro de 2013 (18 dias) teve um dia útil a menos que igual mês do ano anterior. Os principais impactos negativos ocorreram nas indústrias farmacêutica (-14,6%), extrativas (-9,9%), de edição, impressão e reprodução de gravações (-13,0%) e de metalurgia básica (-8,9%), pressionadas por medicamentos, no primeiro setor; minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, no segundo; revistas, livros e jornais, no terceiro; e lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono, no último. Outras contribuições negativas relevantes vieram de alimentos (-3,7%), outros produtos químicos (-3,6%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-16,0%), produtos têxteis (-11,1%), celulose, papel e produtos de papel (-4,9%) e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (-13,9%). Entre as nove atividades que ampliaram a produção, os principais impactos ocorreram em veículos automotores (6,4%), outros equipamentos de transportes (9,6%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,8%).

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo semi e não duráveis (-5,8%) e de bens intermediários (-4,4%) apontaram as taxas negativas mais acentuadas nesse mês no índice mensal. No primeiro segmento, que mostrou a queda mais elevada desde janeiro de 2009 (-8,6%), o desempenho desse mês foi explicado pelos recuos em todos os seus grupamentos, com destaque para a queda de 11,5% verificada em outros não duráveis, por conta principalmente da menor fabricação de cigarros, medicamentos, revistas e livros. Os demais resultados negativos foram observados nos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,0%), carburantes (-4,4%) e de semiduráveis (-2,2%), pressionados, sobretudo, pelos recuos na produção de cervejas, chope e refrigerantes, no primeiro subsetor, gasolina automotiva e álcool, no segundo, e toalhas de banho, rosto e mãos de algodão e vestidos, no último. A redução na produção de bens intermediários (-4,4%), recuo mais intenso desde setembro de 2009 (-7,1%), foi influenciada em grande parte pelos resultados negativos vindos dos produtos associados às atividades de metalurgia básica (-8,9%), indústrias extrativas (-9,9%), alimentos (-14,1%), outros produtos químicos (-4,2%), celulose, papel e produtos de papel (-6,2%), minerais não-metálicos (-4,7%) e produtos têxteis (-6,8%), enquanto as influências positivas foram registradas por refino de petróleo e produção de álcool (2,4%), borracha e plástico (3,6%), produtos de metal (3,1%) e veículos automotores (1,3%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os resultados vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (-3,8%), revertendo o avanço de 2,7% observado em janeiro último, e de embalagens (3,0%), segunda taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação.

Os bens de consumo duráveis (-2,2%) também apontaram taxa negativa em fevereiro de 2013, mas menos acentuada do que a da média da indústria (-3,2%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pela menor fabricação de telefones celulares (-12,6%), eletrodomésticos da linha branca (-4,3%), motocicletas (-15,0%), automóveis (-0,6%), eletrodomésticos da linha marrom (-1,0%) e de outros eletrodomésticos (-1,2%).

O setor produtor de bens de capital, ao crescer 9,1% em fevereiro de 2013, assinalou o segundo resultado positivo no índice mensal e foi particularmente influenciado pela expansão observada no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (20,2%), impulsionado pela maior fabricação dos itens aviões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, caminhões e chassis com motor para caminhões e ônibus. Vale destacar também os resultados positivos assinalados pelos grupamentos de bens de capital para energia elétrica (10,7%), para fins industriais (4,7%) e agrícola (6,9%). Os demais subsetores mostraram queda na produção: bens de capital para construção (-16,9%) e para uso misto (-2,7%).

Índice acumulado em 2013 cresce 1,1%

No índice acumulado em 2013, frente a igual período do ano anterior, a indústria cresceu 1,1%, com crescimento em 11 dos 27 ramos investigados. O ramo de veículos automotores, que avançou 21,6%, exerceu a maior influência positiva, impulsionado pelo crescimento na produção de aproximadamente 80% dos produtos investigados, destacando-se a maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, automóveis, caminhões, veículos para transporte de mercadorias, chassis com motor para caminhões e ônibus, reboques e semirreboques e motores diesel para caminhões e ônibus. Houve influência da baixa base de comparação, já que o setor recuou 27,7% no acumulado dos dois primeiros meses de 2012. Outras contribuições positivas relevantes vieram dos setores de refino de petróleo e produção de álcool (5,8%), outros equipamentos de transporte (8,9%), borracha e plástico (4,6%), bebidas (4,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,4%). Entre as 16 atividades que reduziram a produção, os principais impactos foram em edição, impressão e reprodução de gravações (-10,9%), metalurgia básica (-6,7%), indústrias extrativas (-3,7%), máquinas e equipamentos (-2,3%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-12,5%), fumo (-40,8%) e produtos têxteis (-7,0%).

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o primeiro bimestre de 2013 mostrou maior dinamismo para bens de capital (13,3%) e bens de consumo duráveis (4,0%), impulsionados especialmente pela maior fabricação de bens de capital para transporte (caminhão-trator para reboques e semirreboques, aviões, caminhões, veículos para transporte de mercadorias, chassis com motor para caminhões e ônibus e reboques e semirreboques), no primeiro segmento, e de automóveis, no segundo. Vale destacar que os dois segmentos também foram influenciados pela baixa base de comparação, uma vez que nos dois primeiros meses de 2012 registraram quedas de 16,4% e de 15,4%, respectivamente. Por outro lado, a produção de bens intermediários assinalou variação negativa de 0,3%, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis recuou 1,5% no índice acumulado no ano.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

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