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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ordem Liberal: Passe Livre, Copa do Mundo e o capital

De Ordem Liberal - Editor e Redator: Ivan Lima
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Junho de 2013 – Belém - PA _______________________________

Existe apenas uma maneira exequível de melhorar as condições materiais da humanidade: acelerar o crescimento do capital acumulado em oposição ao crescimento da população”. Ludwig von Mises em A Mentalidade Anticapitalista, capítulo 1, pag.15.
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Passe livre, copa do mundo, e o capital.

A população brasileira tem péssimos serviços de transportes, saúde, educação, e outros e é saqueada pelo estado em seus rendimentos, os frutos do seu trabalho, exatamente sob a alegação que são para funcionamento desses serviços – e outros. Historicamente impregnada até a alma da mentalidade de que deve viver sobre a supremacia e benevolência dele, não vê que está na total retirada do estado da economia, a solução para os problemas destes e de outros que a aflige. E que subsídios sociais como passe livre, bolsas, e outros “benefícios doados pelo estado” maquiados de “direitos” são medidas compensatórias, e que, por tabela, cumprindo sua agenda de ideologia coletivista, também fique implícito, sobretudo aos mais pobres, (que ele, estado, cria) que sua onipresença na vida dos indivíduos é imprescindível para não deixa-los perecer nas garras do capitalismo...


É incalculavelmente danosa, a queima de recursos originada da produção individual, que exatamente ele estado, e seus governos, promove para ludibriar a população com as chamadas políticas públicas, em áreas como as acima citadas e outras nas quais se imiscui como copa do mundo e olimpíadas. A inflação, também é outro monstro de quem o estado e seus governos juram aos indivíduos defendê-los, convocando seus exércitos treinados e muito bem pagos de economistas keynesianos e marxistas, imprensa e funcionários públicos, na batalha contra ele. E, prosaicamente, ora culpa o chuchu, ora o tomate, etc., pela aparição da terrível criatura na economia dos indivíduos... Jogo de cena, para encobrir o verdadeiro monstro fabricando o monstro da inflação: ele, o estado, ao controlar preços para “atingir as metas de inflação”, e ao agredir a moeda, manipulando-a fraudulentamente com a emissão de ¹dinheiro de papel, e também para criar e distribuir privilégios através de seus bancos e demais políticas demagógicas e de subsídios, queimando imenso capital, poupança e renda dos indivíduos.

É historicamente provado: ausência de estado na economia é igual a imenso e incalculável capital nas vidas dos indivíduos que laboriosamente o originam, (incluindo a adoção do padrão ouro) e que certamente sabem muito bem como administrá-lo para os seus interesses em educação, saúde, ²transporte, previdência e outros. A economia totalmente desobstruída pela ausência do estado traz contínua explosão de riqueza e prosperidade inimagináveis pelos indivíduos do cenário mundial atual.

Num ambiente assim, ao estado então é concedida pelos cidadãos livres, as suas verdadeiras funções: garantia da propriedade privada, intocável, efetiva segurança e defesa dos indivíduos contra eventuais bandidos, pleno funcionamento do mercado e a administração da justiça. Tudo para que os indivíduos em paz e liberdade possam usufruir os doces frutos do seu trabalho.

A ausência do estado na economia, numa ordem liberal, cria a plenitude civilizada da divisão do trabalho e cooperação social voluntária, em atuação harmônica com as inexoráveis leis econômicas, estas, achincalhadas quando não totalmente ignoradas pelo estado intervencionista. O estado origina a imensa pobreza que ele fabrica ao instituir um universo de proibições e regulações ao trabalho com estatutos e leis como ECA e CLT, com a criação de privilégios para meia dúzia de pessoas, excluindo, com eles, consequentemente, milhões e milhões de outras por sua absurda exigência de salário mínimo e carteira assinada, numa relação que deveria ser livre entre pessoas mentalmente sãs. A ausência do estado na economia elimina privilégios e inclui no mercado de trabalho os milhões de marginalizados pelas aludidas leis e estatutos e promove a equidade de todos perante a lei, mais a plenitude da democracia representativa. A democracia representativa atual, com profundas distorções de sua função original, oriundas também da degradação intervencionista do estado na economia, sofre, como todo o tecido social, deformações, e corrupção.

Podemos comparar os efeitos danosos que o intervencionismo causa aos indivíduos, a todo o tecido social, como o efeito da pedra jogada no lago sereno: a toda a água do lago a pedra nele atirada vai causando desarmonia, dano em sua placidez.

Enquanto os indivíduos não mudarem de mentalidade, elegendo o empreendedorismo, economia de mercado, ou capital, como o elemento de profunda transformação em suas vidas e na sociedade, separando com essa mudança de mentalidade, o estado da economia, assim como se separou o estado da religião, suas vidas sempre será como a de um leão, dando voltas, enfurecido, aflito, confuso, empobrecido, porque prisioneiro de uma jaula chamado estado.

Uma pequena grande história sobre portos.

Como sabemos, está sendo travada no âmbito do estado a discussão sobre a questão dos portos brasileiros. Um amigo de estudos certa vez me relatou que ele ainda viu no chamado cais do porto, em Belém, a figura do “costureiro”. Era trabalhador (es) que de pé e com uma enorme agulha na mão, esperava navios trazendo mercadorias que chegavam em sacos de serapilheira, para invariavelmente costura-los para seguirem os seus destinos. Mas, felizmente parecem existirem dias aziagos para a inutilidade e a visão jurássica de sindicalistas e políticos apologistas do engessamento da ação humana, e num desses dias, um daqueles indivíduos laboriosos e criativos viu na extinção do “agulhão portuário” uma oportunidade de ter algum lucro para melhorar o seu bem estar consequentemente servindo a outros na cooperação social. Ele criou o sistema no transporte marítimo de cargas chamado Roll on – Rol Off , trazendo sob os céus dos mares o inovador container que passou a transportar produtos de modo seguro, sem prejuízos de danos e outros como o custo tempo e de pessoal gasto nas “costuras...”

Em todo o mundo ganharam os consumidores com a baixa nos custos finais das mercadorias, os portos se modernizaram, resultando em riqueza e aumento de renda per capta para todos. A referida inovação em transporte marítimo propiciou em muitos casos até mesmo requalificação do pessoal, em outras e melhores funções, como muitas vezes ocorre quando há inovações de produtos ou serviços no mercado. Em pleno século 21, uma discussão bizantina dessas somente ainda é possível exatamente em países em que só se louva como a um deus o valor trabalho e se demoniza, cospe e se espanca impiedosamente, o capital sem o qual trabalho só é engessamento no atraso e na miséria. E segurando o agulhão nos portos da vida...

Estupro na Nova Zelândia.

Determinada senhora de 36 anos está sendo alvo naquele país de acusação por ter estuprado indivíduo de 11 anos. Levanta-se forte reação no país questionando o porquê de que só mulheres poderem se dizer – ou ser vítimas - de estupro e nunca, segundo muitos questionadores envolvidos na discussão do ocorrido, estupradoras. Sim, você pode dizer que isso é razoável, mas falarei um pouco da equidade da lei e a criação de privilégios.

Criar privilégios é uma das armas usadas pela mentalidade da correção política, que luta pelas ideias do coletivismo e o elevado engessamento ou supressão da economia de mercado. Os apóstolos da filosofia que dita que a sociedade é constituída de “conflitos irreconciliáveis” precisam sempre estar criando e alimentando conflitos na sociedade, pois a divisão do trabalho e a cooperação social voluntária desmentem sua filosofia. Por isso continuamente são criadas medidas politicamente corretas, geralmente gestadas por organismos internacionais como ONU e UNESCO, ou pelos governos locais, criando-se privilégios de grupos, sexo, ou faixas etária que certamente só podem causar revolta e conflito como o que atualmente ocorre sobre aquele caso na Nova Zelândia.

Igualdade perante a lei, eliminando-se normas, estatutos e leis de privilégios. Eliminá-las, extingui-las! Se criar privilégios como a inimputabilidade de menores criminosos ou leis para especificamente punir violências contra mulheres, idosos, negros, indígenas, etc., me parecem à luz da razão ser sim, medidas que violam exatamente um dos princípios basilares da civilização que é precipuamente estabelecer a equidade de todos perante a lei.




A política da bisbilhotice e intromissão na vida doméstica do indivíduo.

A politica da sanha do politicamente correto continua avançando na sua destruição da liberdade. Recentemente foi realizado em Belém um fórum – certamente patrocinado com recursos tomados do cidadão - sobre e contra “trabalho infantil doméstico”, que visa impedir os jovens de receberem dos pais, em casa, no âmbito domestico, os primeiros ensinamentos teóricos e práticos da cooperação, aprendendo como administrar uma residência, cuidar e ter responsabilidade com os irmãos, noções e aulas práticas de higiene, limpeza e organização que vão de aprender a lidar com utensílios como pratos, panelas, talheres, á como cozinhar e cuidados inerentes, lavar roupa, limpar banheiro, sanitário, etc. Essa é uma cultura presente no sentimento, na natureza humana. Os pais treinarem e ensinarem os seus filhos a aprenderem, pequenos, as primeiras lições de administração, educação, e ética é perfeitamente natural, lógico, saudável. Em todas as classes, de uma ou outra maneira, se exerce essa cultura. Coibir exageros? Mero juízo de valor a que não cabe ao estado se imiscuir na vida privada de ninguém, sob a alegação preventiva ou qualquer outra, pois todo individuo é inocente até prova em contrário, e cada um responderá por seus atos perante a lei. Na realidade, o que se visa, está bem lá no fundo dessas políticas “protetivas” a que nenhum indivíduo mentalmente saudável solicitou muito menos às crianças que auxiliam seus pais, aprendem, e desenvolvem suas individualidades também nas tarefas domésticas. Ao se jogar uns contra outros, filhos contra pais principalmente, o que se visa é criar o clima propício para a existência de espírito de burocracia de polícia política, e fazer com que os indivíduos vivam em permanente terror: de serem caluniados e denunciados para o estado por “explorarem trabalho infantil doméstico”, por conhecidos e vizinhos de má fé, ou até pelo cão da casa... Exagero? Lembre-se da loucura a que os estados totalitários levam os indivíduos, seus escravos.

O que se visa mesmo - e se está arduamente trabalhando para isso – com políticas engenhosamente laboradas em fóruns como este que trata da proibição de ³“trabalho infantil domestico” é se atirar a seta venenosa e fatal no coração da liberdade individual, bem lá no seu centro e ninho basilar: a residência do individuo, e o seu conceito espiritual, o lar, para causar pânico, inimizade, desconfiança, quebra de autoridade, enfim, o estado policial destruindo o tradicional conceito de família para melhor dominar e aniquilar o conceito de individualidade que desperta no ser humano a importância e o apreço por sua liberdade. Reaja!

Ivan Lima

Ivan Lima, 62, é publicitário. Liberal da tradição clássica e Escola Austríaca de Economia. Fundador do boletim Ordem Liberal.
E-mail: ivanlima8@hotmail.com - Celulares: (91) 91442492 e 83532646

Governo Limitado - Propriedade - Liberdade – Paz


¹O que iniciou a tragédia atual na economia do mundo, quando o padrão ouro foi substituído por ele, dinheiro de papel.

²Direta ou indiretamente o estado intervencionista está presente em tudo, e muito embora o transporte público seja de exploração privada é concessão pública. O estado então exerce forte regulação, e intervenções que gravam o investimento, como passe livre e demais políticas demagógicas, restringindo danosamente com o universo de seus custos proibitivos de taxas, impostos e outros à racionalidade econômica, naturalmente encarecendo e degradando frota, serviço e relação com o consumidor. Qualquer fluxo real de investimento em plena melhoria de transporte público caso fosse livre o capital, para sempre atender mais satisfatoriamente ao usuário, inclusive no que tange à demanda quanto ao aumento populacional seria lógico. Estabelecem-se apenas, os pequenos investimentos da iniciativa privada das respectivas localidades, para atender sofregamente compromissos, mas o capital vultoso, fundamental para um serviço altamente satisfatório comparativamente ao de hoje, fica distante da empreitada – geralmente capital do estrangeiro - que não lhe oferece segurança, pois o ameaça queimá-lo impiedosamente com tanto engessamento e saque de intervenção estatal. Do contrário, no país, pelo menos nas metrópoles, o arcaico e caro ônibus (combustível, material, etc.) nem mais existiria como meio de transporte de massas como em outras partes do mundo, onde foi possível o capital atuar com a liberdade que exige o cálculo econômico, a racionalidade. Finalmente, observe-se: redução, ou congelamento de tarifa é medida paliativa, política. Mesmo sendo por curto período causa ainda mais gravame ao serviço que já se tem, pois custos com matérias primas como ferro, e produtos como pneus e outros, mais salários, impostos, taxas, etc., vão continuar incidindo sobre o serviço com suas variações. A questão não é política, mas econômica.

³ No momento mesmo em que estava sendo ultimada esta edição do Ordem Liberal, ouvi pela rádio a noticia de que em determinado bairro de Belém estava havendo passeata contra o trabalho infantil domestico. As hordas totalitárias do estado coletivista já estão às portas de nossas casas.


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