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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

CNJ propõe desapropriação de 31 fazendas para resolver conflito na área da Reserva Buriti

Foto: Conselho Nacional de Justiça - CNJ
CNJ propõe desapropriação de 31 fazendas para resolver conflito na área da Reserva Buriti

O Comitê Executivo Nacional do Fórum de Assuntos Fundiários, vinculado ao Conselho Nacional de Justiça, propôs como solução para resolver o conflito entre fazendeiros e índios da Reserva Indígena Buriti, a desapropriação dos 15 mil hectares espalhados pelas 31 fazendas localizadas entre Dois Irmãos Buriti e Sidrolândia, reivindicados pelos terena.
A proposta faz parte do relatório que o coordenador do Comitê, Rodrigo Rigamonte, apresentou em reunião do Ministério da Justiça com as conclusões da comissão formada pelo CNJ para estudar soluções para o conflito entre índios e proprietários rurais no Mato Grosso do Sul.
O relatório, entregue ao presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, aponta seis instrumentos jurídicos a serem utilizados pela União ou pelo governo estadual na solução dos conflitos: a conclusão definitiva do processo administrativo demarcatório com indenização das benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé; a desapropriação de áreas por interesse social; a aquisição direta de terras; o assentamento de pequenos proprietários rurais; a transação judicial; e a indenização do produtor rural por ato ilícito do Estado decorrente da titulação considerada posteriormente ilegítima.
O relatório faz ainda sugestões a cada um dos envolvidos na questão. Entre as sugestões elencadas, o documento recomenda à Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que, ao iniciar o processo demarcatório, faça uma avaliação quanto à possível existência de justo título das terras, possibilitando-se a adoção das alternativas sugeridas pela comissão juntamente com o processo de demarcação.
Sugere ainda aos proprietários rurais e comunidades indígenas a observância e o respeito ao Estado Democrático de Direito, que passa pelo cumprimento às ordens judiciais. Entre outras medidas, o documento pede aos juízos de todo o Brasil que deem prioridade aos processos judiciais relacionados a demarcações de terras indígenas e pede ao governo federal que faça a previsão e inclusão anual de recursos orçamentários para garantia de transferências de terras para as comunidades indígenas, inclusive com a adoção de um cronograma para a solução dos conflitos. Veja aqui a íntegra do relatório final da Comissão.

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