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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Morreu de velho o último caudilho


Ernesto Caruso

        Era rotulado como o inimigo número um das Forças Armadas. Fez política até os últimos momentos da sua vida. Morreu aos 82 anos no dia 22 de junho de 2004. Fez história a sua maneira, fomentando alianças e rompendo no passo seguinte. Produzia lideranças, mas que empunha manterem-se à sua sombra à moda caudilho dos pampas onde se forjou. Nas campanhas políticas colocava o lenço vermelho no pescoço que o tornava mais aguerrido: Leonel Brizola.


Não alimentava mágoas, dito por suas próprias palavras ao retornar do exílio. Entendeu a Revolução de 64, como um capítulo da História, sem com ela concordar, mas sem perseguição pessoais, como se comprova atualmente.

JK morreu em 22/08/1976, quase aos 74 anos, em um acidente. Considerada morte suspeita foi investigada pelo Congresso, nada provado. A quem interessaria a morte do presidente da paz, do sorriso e da anistia, e qual o seu nível de periculosidade?

Em dezembro de 1976, faleceu João Goulart, tido e sabido como avesso ao derramamento de sangue diante da possível guerra civil, caso oferecesse resistência ao Movimento de 64. Foi vítima de ataque cardíaco com histórico da doença em sua fazenda na Argentina, onde estava juntamente com a esposa. Qual o perigo que representaria 12 anos após a sua deposição na fase de distensão do governo Geisel, a culminar com a Lei da Anistia em 1979.
Brizola que retornara, disputou as eleições de 1982, tomou posse e governou o Estado do Rio de Janeiro. Quem diria, o líder revolucionário do grupo dos 11, dos recursos advindos de Fidel Castro para a guerrilha, em cordial relacionamento com os militares.

Assim, a vida do ex-governador, percorreu os caminhos os mais diversos possíveis, são e salvo até quando Deus quis. 
Quanto a Jango, o assunto tomou vulto com a Comissão da Meia Verdade. Notícias se somam à morte, ocorrida há quase quarenta anos, sem que a família autorizasse a autopsia, com processos judiciais na Argentina (1982) e no Uruguai (2000). A Comissão Externa da Câmara Federal, cujo relator foi o Dep. Miro Teixeira, também apurou a morte de Jango por vários meses em 2001 e não foi conclusiva.

Moniz Bandeira, preso após 31 de março, que escreveu o livro “O governo João Goulart”, e que com ele esteve um mês antes de sua morte, expõe em entrevista a Argemiro Ferreira aspectos interessantes. A suspeita de assassinato remonta ao dia imediato ao seu falecimento; agora é uma exploração do depoimento de um delinquente uruguaio, Mario Barreiro; o deputado Miro Teixeira não o convocou para depor por não ter credibilidade; não existe nenhuma prova, de que houve a Operação Escorpião; não é admissível apresentar como verdade uma versão que não pode ser comprovada por documentos ou outros depoimentos; Maria Tereza declarou que  “a autópsia só é feita quando existem dúvidas sobre a causa da morte. Não foi este o caso”, “Vi meu marido sofrendo o infarto”.

Como transcorridos quase 40 anos o assunto vira notícia do dia, manchete dos telejornais? É só espetáculo ou há segundas intenções? Vai ser feita a autópsia com auxílio de peritos do Uruguai e da Argentina. Não faltou o de Cuba? Haverá vestígios de veneno? E se encontrado, quem foi o assassino (a, os, as)? Não houve suspeitas sobre gente próxima ao Jango? Ora, como é possível subestimar a capacidade do cidadão para analisar o surreal desse quadro?

Em se tratando de assassinato, a esquerda terrorista/comunista deveria pedir perdão e indenizar a família do tenente Alberto Mendes Júnior da PMSP, morto à coronhadas na cabeça pelo grupo de Lamarca, em 10 de maio de 1970, no Vale do Ribeira. Dia das Mães em que a família do policial militar estava de luto. Herói e mártir que se entregou para substituir e salvar os seus soldados e foi brutalmente morto. Indenização de terrorista, só no Brasil! Fácil, sem passar pelo Judiciário. Calote do precatório só para trabalhador.

A Comissão da Meia Verdade tenta de tudo. Desespero.
Dia desses ao ler o depoimento de filho de terroristas presos, lá estava escrito que a demora em entregá-lo, quando bebê, aos parentes, foi encontrar um par de algemas que coubesse nos seus punhos.

Prática de convencimento da sociedade mesmo que não ocorra, mas de tal modo retumbante na mídia para depois aprovar na CCJ da Câmara, plenário, Senado, a mudança da Lei da Anistia. Será?

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