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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Dilma cria a própria herança maldita. Se reeleita, aumentará conta de luz em 20%.

Extraído do Coturno Noturno

Mentira eleitoral tem perna curta.
Ao baixar a conta de luz, Dilma sangrou as empresas da área. Ao retardar os aumentos para não comprometer a sua campanha pela reeleição, Dilma joga para 2015 um aumento que pode chegar até 20%, segundo fontes do setor. Abaixo, matéria da Folha de São Paulo.

O governo poderá ter que repassar às empresas de distribuição de energia elétrica até R$ 13 bilhões em 2014 para manter o esforço de reduzir as contas de luz, programa implantado neste ano. É o que prevê a Abradee (associação das distribuidoras). Os cálculos foram feitos após o governo anunciar nesta semana o adiamento do sistema de bandeiras tarifárias, que começaria a ser implantado em 2014. Por esse sistema, custos extraordinários na contratação de energia junto aos produtores seriam repassados mensalmente à conta de luz dos consumidores.
Sem esse sistema de bandeiras, as distribuidoras de energia voltarão em 2014 à situação de 2012, quando os custos adicionais de contratação de energia eram compensados uma vez por ano, com defasagem, no reajuste tarifário aprovado para cada empresa. Os custos extraordinários acontecem quando as empresas precisam contratar energia a um preço superior à média do sistema, geralmente das usinas térmicas.
Em 2013, com a redução nas tarifas e o volume reduzido de chuvas, as empresas distribuidoras reclamaram que não tinham como suportar os pagamentos extraordinários até o reajuste anual. O governo publicou então um decreto se comprometendo a cobrir boa parte desse custo com recursos do Tesouro. A conta terá que ser paga pelos consumidores ao longo dos próximos cinco anos. O custo acumulado está em R$ 9,6 bilhões.
Segundo Nelson Fonseca Leite, presidente da associação, as empresas não têm como suportar, em 2014, o pagamento desses valores extras até o reajuste anual. De acordo com ele, isso comprometeria o pagamento de impostos e investimentos, entre outros problemas. Diante desse cenário, Leite disse que vai voltar a negociar com o governo a extensão do subsídio dado neste ano até que as bandeiras entrem em vigor.
A Abradee estima que o custo pode variar de R$ 4,2 bilhões a R$ 13 bilhões. Pelas contas da entidade, cada R$ 1 bilhão a mais de custo extras significa um reajuste adicional de 1% a 1,2% nas contas dos consumidores, além da reposição garantida de parte da inflação. Por isso, segundo a entidade, sem o subsídio, os reajustes das contas de energia poderão chegar perto dos 20%, o mesmo percentual prometido pela presidente Dilma como redução média do custo da conta de luz.
ADIAMENTO
Ao anunciar o adiamento das bandeiras tarifárias, a Aneel argumentou que algumas distribuidoras relataram ser "praticamente impossível" cumprir os prazos previstos para implantar o sistema em janeiro do ano que vem, como previsto.Ontem, a Abradee negou a versão. Segundo a entidade, a avaliação é que poucas empresas podem ter dificuldades na adaptação, mas nada que justifique o adiamento. Procurada pela reportagem, a Aneel não havia comentado as declarações da entidade até a conclusão desta edição.

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