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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Acredite se quiser: Celso Ming afirma que "MST é movimento conservador"!


Caríssimos leitores, por favor, me ajudem! Será o jornalista Celso Ming algum idiota ou um malandro-agulha? Pois pasmem: em sua coluna, afirmou que o MST é um movimento “conservador”!

Por Klauber CristofenPires

Continua sem acreditar? Estou me referindo ao seu artigo “Esvaziado e sem rumo”, publicado no Estadão do dia 14/02/2014. Cito:
Ao contrário do que muita gente pensa, o MST é um movimento conservador. Nasceu em 1984 como fruto da Pastoral da Terra da Igreja Católica, em cuja órbita continua girando. Na prática, sua função social foi organizar e impor certa disciplina a camadas subempregadas na periferia das grandes cidades, graças a promessas de acesso à terra e práticas de liturgia de "enturmação".

Como pode ser um jornalista velho, que escreve num dos maiores jornais no país, entregar-se tão gratuitamente a tamanha estultice?

Claro que não há ingenuidade nisso! Há aquela malandragem manjada: agora que o MST está realmente em fase de declínio, por não contar com a aprovação por parte da maior parte da população, a salvação é jogá-lo no colo dos conservadores. Como diz um dito popular...”filho lindo, de olhos azuis, sempre tem pai...”

O jornalista pretende induzir os seus leitores ao engano por sugerir que o MST, por ter sido uma criação da Igreja Católica, é fruto de mentes conservadoras. Ele está apostando que haja ainda muitas pessoas suficientemente estúpidas desconhecedoras da origem da Teologia da Libertação, ligada à Via Campesina, um movimento terrorista da esquerda internacional, louvadíssimo pelo próprio Fidel Castro.

A Teologia da Libertação é uma corrupção do cristianismo católico, na forma de uma leitura secular e marxista da Bíblia e da Tradição, que foi criada por agentes comunistas infiltrados no corpo eclesiástico, tendo sido denunciada pelo dissidente soviético Anatoli Golytsin, em seu livro “New lies for old”, traduzido no Brasil sob o título “Novas mentiras velhas”, do qual extraio o seguinte trecho, com negritos meus (há muitos outros trechos no livro que falam das organizações de massa, ou seja, das instituições conhecidas hoje como “ong’s”):

“A adoção da nova política do bloco e a estratégia de desinformação envolveu mudanças organizacionais na União Soviética e por todo o bloco. Na União Soviética, como em outros países comunistas, foi o Comitê Central do partido que reorganizou os serviços de segurança e de inteligência, o ministério de relações exteriores, outras seções do governo e aparatos político-governamentais, além das organizações de massa, a fim de adequá-las todas à implementação da nova política e torná-las instrumentos desta”. (pág 45)

A denúncia de Golytsin é de todo coerente com a cabal descoberta filósofo da Escola de Frankfurt, Gyorgy Luckács, e do filósofo marxista italiano Antonio Gramsci.

O primeiro afirmou que:

 “...a quase nula adesão das massas à causa revolucionária,“diagnosticada” pelo inimigo a combater, não era o capitalismo, mas a cultura ocidental, assentada sobre a tradição religiosa judaico-cristã, o direito romano e a filosofia grega[i]”. Assim ele exclamava: “Quem nos salvará da cultura ocidental?”

Já a doutrina gramscista consiste em inverter o processo revolucionário, fazendo com que a população esteja pronta para recebê-lo sem resistência quando este acontecer, adotando como estratégia dominar todas as instituições humanas, incluindo as religiosas, educacionais, midiáticas, culturais, jurídicas e governamentais, de modo que as pessoas desconheçam haver uma coordenação central e se sintam constrangidas por pensarem tratar-se de manifestações honestas, espontâneas e universais, submetidas regularmente ao princípio democrático. Citando Olavo de Carvalho[ii]:

“O ideal do Gramsci é que o partido revolucionário se torne, como diz ele, “autoridade onipresente e invisível de um imperativo categórico, de um mandamento divino”. Quer dizer, o partido está sendo obedecido por todo mundo e sem que o pessoal saiba a quem está obedecendo. Obedecem porque já não têm esquemas cognitivos, nem esquemas lingüísticos próprios...”

O jornalista Celso Ming cabe bem no papel do típico malandro-agulha: pretende ser mais sutil do que os escrachados Vladimir Safatle, Leonardo Sakamoto ou Luís Fernando Veríssimo, com um estilo de vendedor de peixe que coloca só um podrezinho no meio do cesto, pra ver se passa. Não passa. Pelo menos, não mais.



[ii] Olavo de Carvalho (por Raimundo Bernardes) - Década de 90 no Brasil: a revolução cultural gramsciana e a filosofia edificante de Olavo de Carvalho, em http://www.olavodecarvalho.org/textos/poesiaeafins01.html

Um comentário:

  1. Obviamente era uma ironia, em que identificou-se como o MST serve como mecanismo de estabilização, apesar de não ter natureza conservadora. Seu comentário foi maldoso, ainda que bastante informativo sobre a verdadeira cor do MST.

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