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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Escravidão

“Alguém pagou alto pelo nosso resgate; não vos torneis escravos dos homens.”
(I Cor 7,23)
            A verdadeira escravidão é a sujeição do homem e utilização da sua mente, de sua força e trabalho para fins econômicos. Enganam-se aqueles que pensam que se livrando das correntes se tornam livres, exemplo da escravidão americana e brasileira. 


             A escravidão é algo mais profundo quando envolve interesses econômicos. É algo que tem a ver com os interesses de grandes corporações econômicas. O poder dessas forças é invisível aos olhos das pessoas comuns e da maioria dos políticos que se satisfazem com o resto da comida desses senhores do mundo. As guerras, revoluções, conflitos internos e externos, tudo é manipulado para satisfazer interesses econômicos de grandes corporações econômicas que nunca saem perdendo, pois operam nos dois lados. 

       O comunismo, o fascismo, ditaduras, repúblicas, democracia, tudo é manipulado pelo poder econômico, que recebem vários nomes, como sociedades secretas, consórcio, etc. Essas forças econômicas de poder incomensurável operam nas sombras, dentro das células sociais, econômicas, ambientais e ideológicas; eles não têm pátria, a pátria deles é o dinheiro. Quem tenta obstaculizar seus interesses é descartado, não importa se comunista ou não. Isso explica porque a América Latina está sendo remontada para servir, via socialismo, os interesses das grandes corporações.

            Paul H. Koch, entre muitos outros estudiosos, historiadores e pesquisadores, admitem a existência de sociedades secretas interligadas que objetivam o domínio global da economia, passando por cima da soberania das nações-estado. 

            No prólogo da edição espanhola de seu livro Illuminati, Koch afirma que durante muitos anos, a teoria da conspiração foi sistematicamente depreciada por grande parte dos historiadores norte-americanos de certa importância e, em seguida, por quase a totalidade dos europeus. Para estas mentes analíticas e eruditas, a existência de um ou vários grupos de seres humanos empenhados em trabalhar na sombra, durante longos períodos de tempo e seguindo planos cuidadosamente traçados, para dominar o poder é pouco menos que um argumento de um romance fantástico ou de um seriado de televisão. Certamente, a primeira tarefa de qualquer conspiração é convencer o resto da sociedade de que não existe conspiração nenhuma. Koch lembra que as redes conspiratórias são muito sujas, complexas e inquietantes do que acreditavam. E que à frente delas não há um Senhor do Mal manejando todos os fios, mas as responsabilidades se esfumam, se perdem, se desfazem em um emaranhado de dados e apontamentos contraditórios que parece sugerir a existência de grupos mais ou menos amplos de conspiradores.  

            Olavo de Carvalho prefere chamar o domínio de capitalistas e banqueiros, de uma elite globalista. Essa elite é uma entidade organizada, com existência continua há mais de um século, que se reúne periodicamente para assegurar a unidade de seus planos e continuidade da sua execução, com a minucia e a precisão científica. Carvalho deu a essa elite o nome de Consórcio, cujo objetivo é instaurar uma ditadura mundial socialista. 

       O Consórcio formou-se há mais de cem anos, por iniciativa dos Rothschild, uma família multipolar, com ramificações na Inglaterra, na França e na Alemanha desde o século XVIII pelo menos. Esse Consórcio reúne algumas centenas de famílias bilionárias para a consecução de planos globais que assegurem a continuidade e expansão do seu poder sobre a toda a Terra, planos que são de longuíssimos prazos, transcendendo o tempo de duração das vidas dos membros individuais da organização e mesmo da existência histórica de muitos Estados e nações envolvidos no processo. O Consórcio é uma organização dinástica, e atua por meio de uma multiplicidade de organizações subsidiárias espalhadas pelo mundo, como por exemplo, o Grupo Bildeberg ou o Council on Foreingn Relations, mas não tem uma identidade jurídica, condição essencial para sua atuação no mundo, permitindo-lhe comandar inumeráveis processos políticos, econômicos, culturais e militares sem poder jamais ser responsabilizado diretamente pelos resultados (ou pela iniquidade dos meios), seja ante os tribunais, seja ante o julgamento da opinião pública. 

                     A responsabilidade recai sobre os governos pelas decisões e ações do Consórcio, fazendo com que os Estados e nações usados como seus instrumentos se tornem seus bodes expiatórios. Esta é a explicação porque tantas decisões políticas manifestamente contrárias aos interesses e até à sobrevivência das nações envolvidas seja depois, paradoxalmente, atribuídas a ambições nacionalistas e imperialistas fundadas no “interesse nacional”. Os exemplos são muitos e envolve Obama; Lyndon Johnson e o Vietnã; Clinton apoiou a Colômbia para o combate ao comércio das drogas, mas com a condição que “as organizações políticas” envolvidas no narcotráfico fossem deixadas incólumes”.

             Sabe-se que o narcotráfico não diminuiu apenas seu controle foi transferido das quadrilhas apolíticas para as Farc, que, enriquecidas e livres de concorrentes, puderam então financiar a construção do Foro de São Paulo e a transformação da América Latina quase inteira numa fortaleza do antiamericanismo militante. Duplamente presenteada, a esquerda latino-americana pôde assim beneficiar-se de um fabuloso acréscimo de poder e ao mesmo tempo protestar, com ares de indignação, contra a “intervenção imperialista” à qual deviam o mais generoso dos favores. 

                O Consórcio, segundo Olavo de Carvalho é formado pelas famílias dos Onassis, dos Dupont, dos Agnelli, dos Schiff, dos Warburg, dos Rothschild, do príncipe Bernhard e a rainha Beatrix da Holanda, o rei Juan Carlos da Espanha, o rei Harald V da Noruega, que para os desinformados, são patriotas americanos, empenhados em exaltar o poder e a glória dos EUA. Olavo de Carvalho, afirma que a identificação do poder globalista com o interesse nacional americano como outrora com o Império Britânico ou variados colonialismos – é apenas uma camuflagem de praxe com que essa entidade onipresente confere a si própria as vantagens e confortos de uma relativa invisibilidade, batendo e roubando com mão alheia para não queimar os dedos nas fogueiras que vai ateando pelo mundo (e contando, para isso, com a colaboração servil da mídia internacional, que pertence a membros do próprio Consórcio).  

             O Consórcio prefere o socialismo. Por quê? Segundo ainda Olavo de Carvalho, à medida que os controles estatais iam crescendo em número e complexidade, as pequenas empresas não tinham recursos financeiros para atendê-los e acabavam falindo ou sendo vendidas a empresas maiores – cada vez maiores. Resultado: o “socialismo” tornou-se mera aliança entre o governo e o grande capital, num processo de centralização do poder econômico que favorece a ambos os sócios e não arrisca jamais desembocar na completa estatização dos meios de produção. Os grandes beneficiários dessa situação são, de um lado, as elites intelectuais e políticas de esquerda, de outro, os “metacapitalistas” – capitais que enriqueceram de tal modo no regime de liberdade econômica que já não podem continuar se submetendo às flutuações do mercado.

            Estudos dessa natureza provam que há um poder econômico global secular que se sobrepõe a nação-Estado, que usa todos os sistemas políticos e ideologias, com preferência ao socialismo que melhor satisfaz seus objetivos de domínio do mercado. Não existe e nunca existiu escravidão separada do econômico. O ferro e o chicote é efeito. Somos todos escravos.

Armando Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br

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