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sexta-feira, 20 de junho de 2014

O Novo Método da Guerra Global é a Guerra Terrorista. Exemplos na Líbia-Síria-Ucrânia.

Vasily Pavlov. Photo: edge.liveleak.com
Vasily Pavlov.
Photo:
 edge.liveleak.com
Vasily Pavlov é um tenente-coronel aposentado russo, que passou mais de um ano na Síria, com as tropas da Guarda Republicana, como repórter envolvido em filmagens. Relata sua experiencia, tendo em vista a aplicação da experiência líbio-sírio-ucraniana à própria Russia.

Por Alex Maximenko FB e Vasily Pavlov
Com comentários de Jorge Baptista Ribeiro


Ele passa a ideia de que a Rússia vai ser a próxima vítima de uma guerra terrorista, da qual participarão os chechenos islamitas a serviço da elite global. A Ucrânia já estaria passando por esse processo, a seguir seria a vez da Russia. Essa vitimização é muito vantajosa para Putin. E de outro lado, a Ucrânia não estaria sendo vitima da Rússia, mas da elite globalista.

Não vem daí o interesse do artigo, e sim, da descrição que ele faz do "modus operandi" dos guerrilheiros que lutam contra Assad na Síria, e a relação entre a guerra terrorista e o Caos para a liquidação de uma nação. Interessante também é o que apresenta como a única opção para a defesa de áreas povoadas: a articulação de voluntários civis sob coordenação militar.

Faço a seguir um resumo do artigo. E no fim apresento o original em inglês e a tradução.

 O autor diz qual é o tipo de guerra é mais provável hoje. O conceito de guerra moderna hoje mudou completamente. As guerras convencionais estão muito caras e trazem prejuízo econômico ao invasor. E assim, o conceito de um novo método de guerra foi criado, uma guerra terrorista conduzida usando um contingente barato, recrutados localmente e em estados vizinhos. Mil combatentes inexperientes são mais baratos do que um soldado treinado nos métodos modernos de guerra.

O declínio nos padrões de vida dos estados vizinhos e a criação neles de pontos de instabilidade, são lugares para recrutar combatentes, fazer a penetração transfronteiriça, a população tem armas. E isso possibilita, na fronteira do Estado, a criação de uma fonte permanente de combatentes com baixo custo. Desencadeia-se a histeria religiosa ou nacionalista, o trabalho de mídia de massa e, em seguida, o patrocínio e fornecimento de armas.

A Ucrânia, na opinião dele, se encaixa nesses parâmetros, e o que está acontecendo lá é um trampolim preparativo para o que pode acontecer dentro da Russia.  Na Síria, é óbvio que os rebeldes não podem vencer. Mas ganhar não é o objetivo. O alvo é a instabilidade, o processo de guerra. Os combatentes chechenos que retornam da Síria, abertamente dizem que na Síria estão se preparando para a guerra na Russia. E os nacionalistas russos, também são "bucha de canhão" para isso.

Como é que uma guerra terrorista difere de uma guerra comum? Se em uma guerra normal um exército luta contra outro exército, em uma guerra terrorista, onde o objetivo não é a vitória, mas a guerra em si mesma, os militantes lutam contra a população. E nenhum exército no mundo pode defender a sua população contra esses militantes. Mas nenhum país pode manter um exército que é capaz de proteger dos militantes simultaneamente mais do que uma ou duas áreas povoadas. O exército não pode vencer nesta guerra, porque a defesa simultânea de todas as áreas povoadas é impossível. E os militantes, ao contrário de um exército clássico, pode atacar em vários lugares, a qualquer momento e simultaneamente. Em princípio, nunca haverá tropas suficientes.

Se houver, por exemplo, 50 desses grupos (e recrutar milhares de combatentes é elementar), eles não só podem paralisar uma cidade como Peter (talvez eles vão precisar de 1.500 para Moscou), eles podem liquidar uma grande quantidade da população e eles não podem ser liquidados sem destruição do objeto de seu ataque [a população]. O exemplo da Síria é muito revelador, onde o exército por conta própria tentou liquidar os militantes, a cidade ainda foi arrasada.

Mas se, simultaneamente, em 10 cidades, 30-50 grupos terroristas começam a matar a população .... tomar uma torre residencial. O grupo entra, derruba as portas e mata os habitantes. Onde as portas não caem, eles usam um RPG. Em duas horas os ocupantes do bloco residencial são exterminados. Completamente. Em seguida, passam para o próximo. Imagine que 50 desses grupos em Peter, e eliminam com a população.

Mas a Síria mostrou claramente que a única opção para a defesa de áreas povoadas é a presença de voluntários. Somente voluntários amigáveis apoiados pelo exército, podem garantir a defesa de áreas povoadas. O que se entende por voluntários? Eles não são homens andando nas ruas com rifles de assalto. Como foi feito na Síria? Eles são civis, a maioria dos quais serviram no exército (embora isso não seja necessário), que sabem como entrar em contato com um comandante em caso de necessidade. O comandante é um oficial do exército. Em atividade ou aposentado. Ele se reúne periodicamente com eles (eles se conhecem), para exercitá-los. Durante tudo isso, eles vivem suas vidas pacíficas normais. Eles sabem como entrar em contato, o comandante sabe onde conseguir armas. Se os voluntários agem por conta própria, sem coordenação com as forças de segurança, é inútil.

O objetivo da resistência não é a função militar de parar o adversário numa linha de frente, o seu propósito é bloquear o oponente o mais rápido possível, se eles já entraram, para parar a sua "propagação", e para destruí-los usando guerra contra-partidária (se assumirmos que os militantes / bandidos usam métodos partidários). E o exército só é necessário para apoio de fogo, porque o seu poder é, obviamente, muito maior. Assim, em geral, o trabalho é feito por voluntários e o exército está em seus ombros, liquidando os militantes. Somente quando existe essa organização é que os militantes tem medo de entrar e muito rapidamente são destruídos. Em outros casos, infelizmente, só temos experiência negativa.

Explodir um ônibus é trabalho pequeno. Uma guerra terrorista é muito mais que isso. Explodir um ônibus é uma ação única . Não tem nenhum efeito como uma ameaça. Mas se, simultaneamente, em 10 cidades, 30-50 grupos terroristas começam a matar a população ... tomar uma torre residencial. O grupo entra, derruba as portas e mata os habitantes. Onde as portas não caem, eles usam um RPG. Em duas horas o bloco residencial é exterminado. Completamente. Em seguida, passam para o próximo. Imagine que 50 desses grupos em Peter, eles eliminam a população.

Por que não houve resistência em Mariupol? Os cidadãos são realmente incapazes de auto-organização em uma força de combate operacional. Eles podem se auto-organizar em uma multidão, que 100 militantes organizados podem massacrar, independentemente da presença de armas entre os cidadãos. A resistência é algo diferente dessa multidão, pois então o comandante reúne-os, exercita-os para o combate, para o tiro, fixa com antecedência como irão agir em várias situações específicas. Realiza treinamento.

A população é incapaz de auto-organização. Eles podem se organizar sob a direção do exército (forças de segurança), antes do início das hostilidades. Esse é o problema. Quando as hostilidades começam, é muito tarde para organizar qualquer coisa. Primeiro de tudo, não há tempo para a formação, treinamento, coordenação com comando externo. Em segundo lugar, se os militantes já apareceram em uma área povoada, eles não vão permitir que uma resistência apareça. Assim que dois atiradores se encontram, imediatamente um dispara no outro. Eles [os militantes] são muito cruéis.

Na Síria a população não suporta os militantes. Os militantes não perguntam à população se apoiam algo ou não. Eles vêm para saqueá-la, e assassinarem. Eles não precisam de qualquer apoio da população. Eles vêm para matar a população. Os militantes não precisa de mudança de regime. Eles não precisam conquistar o país. A essência da guerra terrorista é a destruição do país como uma unidade econômica. O objetivo da guerra é o caos, e não a conquista. Uma guerra terrorista é a maneira mais rápida e mais barata para destruir um país.

O conceito de guerra terrorista é aplicável não apenas para países pequenos. Síria, por exemplo, tem 25 milhões de pessoas. Ucrânia tem 45. São países muito grandes. A essência da guerra terrorista não está na conquista, mas na destruição. Porque um país destruído é considerado um objetivo aceitável. Simplesmente a destruição física da economia. Assim ele se torna um território sem dono, subdesenvolvido, caótico.

Os acontecimentos na Ucrânia não me horrorizaram tanto por causa das vitimas, como por causa do cenário adiantado que confirma meus piores medos de que os preparativos estão em andamento,  e a possibilidade [de se desencadear uma guerra terrorista contra a Rússia] é muito alta. Como vamos reagir? Ainda temos tempo, mas... não muito tempo atrás eu pensei que nós tínhamos 3 ou 4 anos .... agora eu não sei, é difícil de prever, não é mais na Ucrânia, eu não sei como os eventos irão se desenvolver lá [na Russia].

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O Novo Método da Guerra Global é a Guerra Terrorista. Exemplos na Líbia-Síria-Ucrânia.

Uma leitura obrigatória para todos , especialmente os membros do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia [RNBOU]. 

Por Vasily Pavlov, tenente-coronel aposentado do exército russo e correspondente ANNA na Síria
2014/06/16

Traduzido e editado por Vozes da Ucrânia


Permitam-me, antes de tudo eu me apresentar. Eu sou um tenente-coronel aposentado. Eu passei um pouco mais de um ano na Síria com as tropas da Guarda Republicana como um repórter militar voluntário. Eu estava envolvido nas filmagens e, é claro, vendo como o exército sírio operava, que problemas surgiram, e ... Eu já manifestei isto antes e gostaria de dizer isto, para que possa ser discutido por pessoas que não estão diretamente relacionadas com este assunto, para que possam olhar para as possíveis ameaças, em função da experiência síria, para as ameaças que podem surgir para nós. Para olharem para a aplicabilidade da experiencia Líbia-Síria, e agora, para a experiência líbio-sírio-ucraniana.

Allow me first of all to introduce myself. I am a retired Lieutenant Colonel. I have spent just over a year in Syria with the troops of the Republican Guard as a volunteer military reporter. I was engaged in filming and, of course, seeing how the Syrian army operates, what problems arose, and… I have voiced this before and would like to tell this so that it can be discussed by people who are not firmly related to this topic, so that they can look at the possible threats on the basis of the Syrian experience, threats that can arise for us. To look at the relevance of the Libyan-Syrian, and now already the Libyan-Syrian-Ukrainian experience.


Um dos nossos teóricos militares disse: "Hoje, a ciência militar russa moderna não nos dá uma compreensão clara do que uma guerra moderna será semelhante. Então, vamos preparar-se para qualquer coisa.". Em poucas palavras, é como isto é. Na realidade, se a ciência militar não nos dá essa resposta, é muito lamentável. De fato, a resposta existe, é absolutamente claro que tipo de guerra é mais provável hoje.

One of our military theorists said: “Today, modern Russian military science does not give us a clear understanding of what a modern war will look like. So we will prepare for anything.” In a nutshell that is how it is. In reality, if military science does not give us such an answer, that is very unfortunate. In fact, the answer exists–it is absolutely clear what kind of war is most likely today.



O conceito de guerra moderna hoje mudou completamente, e isso é devido às seguintes razões: o desenvolvimento de um confronto entre a URSS e os Estados Unidos levou ao fato de que os meios de destruição se aperfeiçoaram continuamente e tornaram-se mais complexos. A situação surgiu quando os meios de destruição tornaram-se mais caros do que os alvos a serem destruídas, e a guerra, nessa linha, na época soviética e pós-soviética, não é lucrativa. Acho que todo mundo vai concordar que a guerra é um conceito econômico, tem causas econômicas. Como resultado da guerra, cada lado está tentando alcançar algum resultado que pode então ser verificado na economia.


The concept of the modern war today has completely changed and this is due to the following reasons: the development of a confrontation between the USSR and the United States has led to the fact that the means of destruction have continuously improved and become more complex. A situation arose where the means of destruction have become more costly than the targets to be destroyed, and war in this sense in the Soviet and post-Soviet time is unprofitable. I think everyone will agree that war is an economic concept, it has economic roots. As a result of war, each side is trying to achieve some result that can then be converted into the economy.


E hoje a situação é tal, que um exército moderno em uma agressão contra qualquer Estado, não pode ganhar com perdas aceitáveis. As perdas do agressor, mesmo sem mencionar o fato de uma possível retaliação de armas de destruição em massa, são muito difundidas agora, o que definitivamente torna inaceitáveis as perdas de uma agressão, e até mesmo de um país forte contra um fraco, é economicamente desvantajosa. As perdas são tão grandes (perdas especificamente econômicas) que a totalidade da guerra está perdida. Isso foi mostrado na Iugoslávia, onde a NATO incorrido em tão [grandes] despesas, como se tivesse perdido a guerra. Exemplo: cerca de 2.000 mísseis de cruzeiro, e mais de 3.000 missões, não puderam destruir o fraco sistema de defesa aérea iugoslava. As forças da Otan não puderam começar as operações [de terra], até que o problema foi resolvido por meios políticos.


And today the situation is such that a modern army in an aggression against any state cannot win with acceptable losses. The losses of the aggressor, even without mentioning the fact of possible retaliation–weapons of mass destruction are widespread now, which definitely makes losses unacceptable–even aggression of a strong country against a weak one is economically disadvantageous. The losses are so great (specifically economic losses) that the whole point of the war is lost. This was shown in Yugoslavia where NATO incurred such [large] expenses, as if it had lost the war. Example: about 2 thousand cruise missiles, and over 3 thousand sorties could not destroy the puny Yugoslavian air defense system.  NATO forces could not start [ground] operations until the problem was solved by political means.



-Quanto custa um míssil de cruzeiro?
Cerca de um milhão de dólares, agora, provavelmente, cerca de 10 milhões.

-Eu não tenho certeza, mas algo em torno disso. Um veículo blindado [APC] atingido por um foguete custa ao redor de 300 mil .... eles foram capazes de vencer, mas as consequências de uma tal vitória anularam o resultado.

–How much does a cruise missile cost?
About a million dollars, now probably about 10 million.

–I am not sure, but somewhere around that. An armoured personnel carrier [APC] hit by such a rocket costs around 300 thousand… they were able to win, but the consequences of such a victory nullified the result.




E assim, o conceito de um novo método de guerra foi criado, uma guerra terrorista conduzida usando um contingente barato, recrutados localmente e em estados vizinhos. Mil combatentes inexperientes são mais baratos do que um soldado treinado nos metodos modernos de guerra. Um Javelin (sistema FGM-148 Javelin-americano portátil anti-tanque ) custa tanto quanto mil combatentes. Mas os danos causados por um milhar de combatentes é claramente superior aos danos causados por um tal complexo Javelin.

And so the concept of a new method of warfare was created–a terrorist war conducted using cheap mass force, recruited locally and in neighboring states. A thousand untrained fighters are cheaper than one trained soldier with modern means of warfare. A Javelin (FGM-148 Javelin–American portable anti-tank system) costs as much as a thousand fighters. But damage from a thousand fighters is clearly superior to damage caused by such a complex.



Exércitos terroristas são baratos, massivos e eficazes, além de não oferecer nenhuma oportunidade de retaliação. Porque um exército terrorista não pertence a ninguém, não há ninguém para ser contra-atacado. Todo mundo sabe quem são os senhores desse exército, que o patrocinam, mas formalmente nenhuma reclamação pode ser feita.

Terrorist armies are cheap, massive, effective, plus offer no opportunity to retaliate. Because a terrorist army belongs to no-one, there is no-one to strike against. Everyone knows the masters of the army, who sponsors it, but formally no claims can be made.



Esta guerra terrorista é composta por vários componentes:

O declínio nos padrões de vida dos estados vizinhos e a criação neles de pontos de instabilidade, são lugares onde você pode recrutar combatentes, onde um conflito de baixa intensidade permite a penetração transfronteiriça, onde a população tem armas. E isso possibilita, na fronteira do Estado, a criação de uma fonte permanente de combatentes. Um declínio nos padrões de vida nos países vizinhos leva a uma queda no custo dos combatentes. Desencadeando histeria religiosa ou nacionalista, o trabalho de mídia de massa e, em seguida, patrocínio e fornecimento de armas. A Ucrânia realmente, na minha opinião, se encaixa nesses parâmetros, e o que está acontecendo lá é um trampolim preparativo. Nós vemos o que está acontecendo agora na Ucrânia; este processo em si mesmo foi o seu alvo [objetivo].


This terrorist war is made up of several components:

The decline in living standards of neighboring states and the creation in them of points of instability, places where you can recruit fighters, where a low-intensity conflict allows cross-border penetration, where the population has weapons. And it allows, at the state border, for the creation of a permanent source of fighters. A decline in living standards in neighbouring countries leads to a decline in the cost of the fighters. Unleashing religious or nationalist hysteria, mass media work and then sponsoring and providing arms. Ukraine actually, in my opinion, fits the parameters and what is happening there is a springboard preparation. We see what is happening now in Ukraine; this process itself was the target [purpose].



É o mesmo na Síria. É óbvio para todos que os rebeldes não podem vencer. Mas esse não é o objetivo: ganhar.  A vitória [o alvo] é a instabilidade, o processo de guerra. Conosco a fonte de mão de obra podem ser trabalhadores migrantes Wahhabis que chegaram ao local (se a sua vida não tem produzido, se eles não podem realizar-se lá e aqui também). O Wahhabismo, infelizmente, começou a avançar fortemente em nosso país, é um movimento que não conhece tons de cinza, eles realmente estão prontos para morrer. Além disso, uma grande ajuda para um potencial agressor serão nossos combatentes chechenos que retornam da Síria. Eles abertamente dizem que na Síria estão se preparando para a guerra por aqui. E nacionalistas, curiosamente, os próprios russos. Porque eles vão ser a fonte, muito provavelmente, de confrontos e serão como "bucha de canhão" para o lado oposto. Muitos disseram-me que o que está acontecendo na Síria é impossível em nosso país, porque nós não temos tal massa Wahhabista. Mas, na Ucrânia, foi possível iniciar uma guerra em curto prazo, com o mínimo esforço. Eles podem sempre encontrar uma desculpa. Realmente não importa, religião, questões nacionais, a economia ou qualquer outra coisa. Uma desculpa é apenas uma desculpa, sempre haverá "bucha de canhão" para isso.

It is the same in Syria. It is clear to everyone that the rebels cannot win. But that is not the goal–to win. Victory [the target] is instability, the process of war. With us the source of manpower may be migrant workers (if their life has not worked out–if they could not find themselves there and here as well), local arriving Wahhabis. Wahhabism, unfortunately, started advancing strongly in our country–it is a movement that does not know shades of grey, they really are ready to die. Plus a huge help to a potential aggressor will be our Chechen fighters who return from Syria. They openly say that in Syria they are preparing for war over here. And nationalists, oddly enough, Russian ones. Because they will be the source, most probably, of confrontations and will be like “cannon fodder” for the opposing side. Many have said to me that what is happening in Syria is impossible in our country because we do not have such mass Wahhabism. But in Ukraine it was possible to start a war in short timeframes with minimal effort. They can always find an excuse. It really does not matter–religion, national issues, the economy or something else. An excuse is just an excuse, there will always be “cannon fodder” for it.



Como é que uma guerra terrorista difere de uma guerra comum?

Se em uma guerra normal um exército luta contra outro exército, em uma guerra terrorista, onde o objetivo não é a vitória, mas a guerra em si mesma, os militantes lutam contra a população. E nenhum exército no mundo pode defender a sua população contra esses militantes. Todos os exércitos, cada um deles, independentemente do nível de desenvolvimento de um país, ou de sua capacidade técnica, todos os exércitos estão destinados a lutar contra outros exércitos como ele. Um pequeno exemplo. Um milhar de militantes em Jobar pode tomar um território, e será necessário pelo menos 50 mil soldados para recuperá-lo. Por quê? Como pode um exército proteger a população? É necessário fazer um cordão de isolamento confiável na área para que os militantes não o rompam (e militantes podem atacar / romper a partir de qualquer direção), e saturar internamente o território de soldados. Mas nenhum país pode manter um exército que é capaz de proteger dos militantes simultaneamente mais do que uma ou duas áreas povoadas. Se empregarmos todas as forças armadas da Rússia, elas podem defender Moscou  e saturá-la com forças, para que os militantes não possam operar. Ou Leningrado. Ou Novosibirsk mais Khabarovsk. É isto! Muitos se surpreendem por que o Exército sírio agora chega a 600 mil e não pode ganhar. O exército não pode vencer nesta guerra, porque a defesa simultanea de todas as áreas povoadas é impossível. E os militantes, ao contrário de um exército clássico, pode atacar em vários lugares, a qualquer momento e simultâneamente. Se com uma linha de frente [como na guerra clássica], há uma linha de contato, então, no caso de uma guerra terrorista, todo o território de um país é a linha de frente. Em princípio, nunca haverá tropas suficientes ..

How is a terrorist war different from an ordinary one?

If in a normal war an army fights another army, in a terrorist war, where the objective is not victory but war itself–militants fight against a population. And no army in the world can defend its population from militants. All armies, every single one–regardless of the level of development of a country, or its technical capacity–all armies are designed to fight other armies like it. A small example. A thousand militants in Jobar can take a territory from which it will take at least 50,000 soldiers to reclaim it. Why? How can an army protect the population? It is necessary to reliably cordon off the area so that militants do not break through (and militants can attack/break through from any direction), and saturate the territory inside with soldiers. So no one country can maintain an army that is capable of protecting more than one or two populated areas simultaneously from militants. If we deploy all the armed forces of Russia, they can defend Moscow–saturate it with forces so that militants cannot operate. Or Leningrad. Or Novosibirsk plus Khabarovsk. That’s it! Many are surprised–why the Syrian Army now reaches 600 thousand and cannot win. The army cannot win in this war because the defense of all populated areas simultaneously is impossible. And militants, unlike a classic army, can attack several places at any time and simultaneously. If with a front line [as in classic warfare] there is a line of contact, then in the case of terrorist warfare the whole territory of a country is a front line. There can never be enough troops in principle.



Nord-Ost nos mostrou que 20 militantes basicamente desarmados (armas leves) foram liquidados em três dias, utilizando-se praticamente todas as forças contra-terroristas do país. E com vítimas civis. Um cinema não é o objeto mais difícil de limpar. Uma torre residencial vai apresentar mais problemas. Se houver, por exemplo, 50 desses grupos (e recrutar milhares de combatentes é elementar), eles não só podem paralisar uma cidade como Peter (talvez eles vão precisar de 1.500 para Moscou), eles podem destruir uma grande quantidade da população e eles não podem ser liquidados sem destruição do objeto de seu ataque [a população]. O exemplo da Síria é muito revelador, onde o exército por conta própria tentou liquidar os militantes, a cidade ainda foi arrasada.

Nord-Ost showed us that 20 basically unarmed militants (small arms) were being destroyed for three days using virtually all the counter-terror forces of the country. And with civilian casualties. A cinema is not the most complex object to clear. A residential housing tower will present far more problems. If there are, say, 50 such groups (and recruiting a thousand fighters is elementary), they can not only paralyze a city like Peter (maybe they will need 1,500 for Moscow), they can destroy a huge amount of the population and they cannot be destroyed without destruction of the object of their attack. The example of Syria is very telling–where the army attempted to destroy militants on its own, the city was still razed.



Desde os tempos de 2 ª Guerra Mundial sabe-se que não se pode tomar uma cidade, se for defendida, até que ela seja destruída. Todas as cidades ou se rendem para evitar sua destruição, ou os adversários se retiram vendo a superioridade [da força de oposição], ou elas são destruídas. Stalingrado, Berlim [Voronezh] são exemplos vivos de cidades que foram defendidas. Com terroristas, é muito mais complicado. Porque seu objetivo é aterrorizar a população local, eles não precisam se envolver com o exército; pelo contrário eles estão tentando evitar isso. Seu alvo são os civis desarmados. E a polícia tem como objeto socorrer os militantes (estou dizendo tudo isso com o exemplo da Síria).

From the times of World War 2 it is known that you cannot take a city if it is defended, until it is destroyed. All cities either surrender to avoid destruction–the opponent retreats, seeing the superiority [of the opposing force], or they are destroyed. Stalingrad, Berlin [Voronezh] are all vivid examples of cities that were defended. With terrorists it is much more complicated. Because their goal is to terrorize the local population, they do not need to engage with the army; on the contrary they are trying to avoid this. Their target is unarmed civilians. And police have as an object to help the militants (I am saying all this from Syria’s example).



Onde os militantes obtem armas?

Eles precisam de armamentos mínimos com os quais atacam delegacias que são completamente indefesas. Eles conseguem armas lá. Então, com essas armas eles atacam paióis do exército que estão localizados na retaguarda e indefesos, então eles conseguem armas pesadas. Assim, mesmo sem apoio externo, em alguns dias um exército terrorista pode armar-se. Nem o exército nem a polícia, nem comandos contra-terroristas podem lidar com isso. A decisão está lá, mas, infelizmente, é muito difícil [para entregá-lo aos tomadores de decisão], eu não sei por que ninguém fala sobre isso ou pensa sobre isso entre os nossos comandantes. Mas a Síria mostrou claramente que a única opção para a defesa de áreas povoadas é a presença de voluntários. Somente voluntários amigáveis apoiados pelo exército podem garantir a defesa de áreas povoadas.

Where do militants get weapons?

They need minimal arms with which they attack police stations that are completely undefended. They gather weapons there. Then with these weapons they attack army stores that are located in the rear and so undefended, they gather heavy weapons. So even without external support in several days a terrorist army can arm itself. Neither the army, nor the police, nor counter-terror operatives can deal with this. The decision is there but unfortunately it is very difficult [to deliver it to decision makers], I do not know why nobody talks about this or thinks about this among our commanders. But Syria clearly showed that the only option for defence of populated areas is the presence of volunteers. Only friendly volunteers supported by the army can guarantee the defense of populated areas.



O que se entende por voluntários?

Eles não são homens andando nas ruas com rifles de assalto. Como foi feito na Síria? Eles são civis, a maioria dos quais serviram no exército (embora isso não seja necessário), que sabem como entrar em contato com um comandante em caso de necessidade. O comandante é um oficial do exército. Em atividade ou aposentado. Ele se reúne periodicamente com eles (eles se conhecem), para exercitá-los. Durante tudo isso, eles vivem suas vidas pacíficas normais. Eles sabem como entrar em contato, o comandante sabe onde conseguir armas. A vantagem dessas unidades sobre o exército e os militantes é que, ao contrário do exército, estão lutando em seu território, que eles conhecem. Uma unidade voluntária não precisa estar constantemente em alerta de batalha, mas eles devem ter condições de se reunir, de estar sob o comando e de serem coordenados pelas forças de segurança. Sem isso, nenhum caso de ataque de militantes na Síria foi impedido, onde não havia coordenação com as forças de segurança. Se os voluntários agem por conta própria, sem coordenação com as forças de segurança, é inútil. Um exemplo de uma aldeia atacada. Eles tinham uma grande unidade, mas um milhar de cidadãos só pode dispor de não mais de 10-15 homens dia e noite, eles precisam trabalhar, eles precisam dormir. E um grupo de militantes de 100-homens-fortes, derruba-os. E se os militantes têm 2 mil homens, eles nem sequer notam uma tal resistência.

What is meant by volunteers?

They are not men walking around the streets with assault rifles. How was it done in Syria? They are civilians, most of whom served in the army (though this is not necessary), who know how to get in touch with a commander if the need arises. The commander is an army officer. Active or retired. He periodically gathers them (they know each other), drills them. During all this they live their normal peaceful lives. They know the signal, the commander knows where to get weapons. The advantage of such units over the army and militants is that they, unlike the army, are fighting on their territory which they know. A volunteer unit need not constantly be on battle alert, but they should have the opportunity to gather, be under the command of and coordinate with security forces. Without this, not one instance of bandit attack in Syria was prevented where there was no coordination with the security forces. If the volunteers act on their own, without coordination with security forces, it is useless. An example of a village attack. They had a great unit, but a thousand citizens can only put out no more than 10-15 men around the clock–they need to work, they need to sleep. And a group of militants 100-men-strong topples them. And if the militants have 2 thousand men, they do not even notice such a resistance.



O objetivo da resistência não é a função militar de parar o adversário numa linha de frente, o seu propósito é bloquear o oponente o mais rápido possível, se eles já entraram, para parar a sua "propagação", e para destruí-los usando guerra contra-partidária (se assumirmos que os militantes / bandidos usam métodos partidários). E o exército só é necessário para apoio de fogo, porque o seu poder é, obviamente, muito maior. Assim, em geral, o trabalho é feito por voluntários e o exército está em seus ombros, liquidando os militantes. Somente quando existe essa organização os militantes tem medo de entrar e muito rapidamente são destruídos. Em outros casos, infelizmente, só temos experiência negativa.

The aim of the resistance is not the army function of stopping the opponent on a front line, their purpose is to block the opponent as quickly as possible if they have already entered, to stop their “spread” and to destroy them using counter-partisan warfare (if we assume that the militants/bandits use partisan methods). And the army is only needed for fire support because their power is obviously much greater. So in general, the work is done by the volunteers and the army is on their shoulders, finishing off the militants. Only under such an organisation are the militants afraid of entering and very quickly get destroyed. In other cases, unfortunately, we only have negative experience.



-Explodir um ônibus não cria muito dano?

-Explodir um ônibus é trabalho pequeno .. Uma guerra terrorista é muito mais que isso. Explodir um ônibus é uma ação única . Não tem nenhum efeito como uma ameaça. Mas se, simultaneamente, em 10 cidades, 30-50 grupos terroristas começam a matar a população ... tomar uma torre residencial. O grupo entra, derruba as portas e mata os residentes. Onde as portas não caem, eles usam um RPG. Em duas horas bloco residencial é exterminado. Completamente. Em seguida, passam para o próximo. Imagine que 50 desses grupos em Peter, eles eliminam  a população.

–Blowing up a bus does not create much damage?

–Blowing up a bus is small work. A terrorist war is something else. Blowing up a bus is one single action.  It has no effect as a threat. But if simultaneously in 10 cities, 30-50 terrorist groups start to destroy the population… take a tower block. The group walks in, smashes the doors and executes the inhabitants. Where the doors do not go, they use an RPG. In two hours such a tower block will be wiped out. Completely. Then move onto the next one. Imagine 50 such groups in Peter that just go around and wipe out the population.



A vulnerabilidade é muito alta. Eles perguntam, por exemplo, por que não houve resistência em Mariupol? Os cidadãos são realmente incapazes de auto-organização em uma força de combate operacional. Eles podem se auto-organizar em uma multidão, que 100 militantes organizados podem massacrar, independentemente da presença de armas entre os cidadãos. A resistência é algo diferente dessa multidão, pois então o comandante reúne-os, exercita-os para o combate, para o tiro, fixa com antecedência como irão agir em várias situações específicas. Realiza treinamento.

 The vulnerability is very high. They ask, for example, why there was no resistance in Mariupol? Citizens are really incapable of self-organising into an operational fighting force. They can self-organise into a crowd that 100 organised militants can massacre regardless of the presence of weapons among the citizens. A resistance is separate from a crowd in that the commander gathers them, drills them for combat, shooting, allocates in advance how they will act in various specific situations. Conducts training.



A população é incapaz de auto-organização. Eles podem se organizar sob a direção do exército (forças de segurança), antes do início das hostilidades. Esse é o problema. Quando as hostilidades começam, é muito tarde para organizar qualquer coisa. Primeiro de tudo, não há tempo para a formação, treinamento, coordenação com comando externo. Em segundo lugar, se os militantes já apareceram em uma área povoada, eles não vão permitir que uma resistência apareça. Assim que dois atiradores se encontram, imediatamente um dispara no outro. Eles [os militantes] são muito cruéis.

The population is incapable of self-organising. They can organise under direction of the army (security forces) before the beginning of hostilities. That is the problem. When hostilities begin, it is too late to organise anything. First of all, there is no time for training, drilling, coordination with external command. Secondly, if the militants have already appeared in a populated area, they will not allow a resistance to appear. As soon as two gather–a sniper immediately shoots one. They [the militants] are very ruthless.



-O que é que os lutadores não-ideológicos querem, quem não são Wahabbis?

-Dinheiro. 50 dólares por mês. Alguns 100. Os mais sonhadores,150.

-Eu queria ter essa conversa de volta para a Rússia. Você descarta uma tal situação para a Rússia? Ou isso vai acontecer com certeza?

-Eu não sou um oráculo. Mas a probabilidade é alta. Acho que tudo está caminhando nessa direção. Pelo menos o que está acontecendo no mundo mostra claramente que a guerra já começou. Ao meu ver.

-Com a Rússia?

-Sim, a guerra mundial já começou. Eventos na Ucrânia eu considero como etapas preparatórias para a invasão. É uma das possibilidades. Eu não estou dizendo que vai acontecer amanhã ...

-Então, o mesmo cenário é considerado?

-Eu acho que sim. Tem sucesso [comprovado].

-Putin tem apoio de 80% ....

Assad também tem apoio de 80%.

–What do non-ideological fighters want, who are not Wahabbis?

–Money. 50 dollars a month. Some–100. The biggest dreamers–150.

–I wanted to take this conversation back to Russia. Do you preclude such a situation for Russia? Or will this happen for certain?

–I am not an oracle. But the probability is high. I think that all is heading that way. At least what is happening in the world clearly shows that the war has already begun. In my eyes.

–With Russia?

–Yes, the world war has already begun. Events in Ukraine I consider as preparatory steps for the invasion. One of the [possibilities]. I’m not saying it will happen tomorrow…

–So the same scenario is considered?

–I think so, yes. It has successfully [proven itself].

–Putin has 80% support…

–Assad also has 80% support.




Medidas de prevenção, como "apertar os parafusos" que estamos assistindo na Rússia .... as leis em relação a fazer declarações sobre Guerra Patriótica ou separatismo da Rússia ... se a população não suporta os militantes .....

–Preventive measures like “tightening the screws” that we are witnessing in Russia… laws regarding making statements about the Patriotic War or separating from Russia… if the population does not support the militants…



-Eles são absolutamente ineficazes. Na Síria a população não suporta os militantes. Os militantes não perguntam à população se apoiam algo ou não. Eles vêm para saqueá-la, e assassinarem. Eles não precisam de qualquer apoio da população. Eles vêm para matar a população. Os militantes não precisa de mudança de regime. Eles não precisam conquistar o país. A essência da guerra terrorista é a destruição do país como uma unidade economica. O objetivo da guerra é o caos, e não a conquista. Uma guerra terrorista é a maneira mais rápida e mais barata para destruir um país. Não querem esperar até que a Rússia desmorone por si só, eles querem obter o resultado agora. A Síria talvez também teria "desmoronado por conta própria" algum dia. Mas não querem esperar mil anos, nem cem, nem dez.

–They are absolutely ineffective. In Syria the population does not support the militants. The militants do not ask the population whether they support something or not. They come and plunder it, murder. They do not need any support from the population. They come to kill the population. The militants do not need regime change. They do not need to conquer the country. The essence of a terrorist war is in the destruction of the country as an economic unit. The aim of the war is chaos, and not conquest. A terrorist war is the fastest and cheapest way to destroy a country. No-one wants to wait until Russia falls apart by itself, they want to get the result now. Syria maybe also would have “fallen apart on its own” some day. But no-one wants to wait for a thousand years, nor a hundred, nor ten.



O conceito de guerra terrorista é aplicável não apenas para países pequenos. Síria, por exemplo, tem 25 milhões de pessoas. Ucrânia tem 45. São países muito grandes. A essência da guerra terrorista não está na conquista, mas na destruição. Porque um país destruído é considerado um objetivo aceitável. Simplesmente a destruição física da economia. Assim ele se torna um território sem dono, subdesenvolvido, caótico.

The concept of the terrorist war is applicable not only for small countries. Syria, for example, has 25 million people. Ukraine–45. Quite big countries. The essence of the terrorist war is not in conquest but in destruction. Because a destroyed country is considered an acceptable objective. Simply the physical destruction of the economy. So that it becomes an ownerless, undeveloped, chaotic territory.



Os acontecimentos na Ucrânia não me horrorizaram tanto por causa das vitimas, como por causa do cenário adiantado que confirma meus piores medos de que os preparativos estão em andamento,  e a possibilidade [de se desencadear uma guerra terrorista contra a Rússia] é muito alta. Como vamos reagir? Ainda temos tempo, mas... não muito tempo atrás eu pensei que nós tínhamos 3 ou 4 anos .... agora eu não sei, é difícil de prever, não é mais na Ucrânia, eu não sei como os eventos irão se desenvolver lá [na Russia].

The events in Ukraine horrified me not so much because of the casualties as because of the ongoing scenario that confirms my worst fears–that preparations are under way and the possibility [of unleashing a terrorist war against Russia] is very high. How will we react? We still have time, but… not long ago I thought that we have 3 or 4 years… now I do not know, it is hard to predict, it is not over in Ukraine, I do not know how events will develop there.



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