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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014


A opinião de um liberal sobre as manifestações.

Por Vanderli Camorim.

Tenho minhas reservas quanto este tipo de manifestação.

Na verdade não acredito nelas, pelo odor forte de populismo que exala. O movimento de massas sempre foi o forte dos partidos socialistas, em particular no Brasil: foi a principal ação política do PCB, levar as massas para fazer pressão e assim aplainar o caminho para a sua auto imolação.

O PT, na linha direta do velho partidão, se tornou um mestre em fazer esse tipo de coisa onde os outros partidos iam a reboque. Aécio corre um risco sério em ficar desacreditado jogando suas fichas neste tipo de manifestação que ele não tem o menor traquejo. Além do mais, as pessoas precisam de coisas que ele não pode oferecer que é um novo rumo e não a troca de seis por meia dúzia. 

A defesa deste novo rumo é o capitalismo, a sua defesa e de modo intransigente. Não há meio termo. Político nenhum pode oferecer este tipo de coisa. Muito menos se podem conclamar as massas para que venha a seu socorro. Elas estão distante bastante para entender o seu significado e o máximo que podem fazer é aprofundar este quadro. Este é um assunto quase privado de poucos que possam compreendê-lo em sua totalidade.

O pessoal do campo democrático está *ansioso e parece querer resolver logo está parada. Mas isto não pode ser feito em curto prazo muito menos tem atalho. As suas reclamações não estão surtindo efeito, pois estão ignorando o terrível poder que o intervencionismo põe nas mãos dos governantes aos quais não se pode exigir ou esperar que haja uma medida de pudor ou de justiça mesmo. Enquanto não tomarem ciência do que estão combatendo e refazerem seu modo de atingir seus alvos, do que realmente querem, parecerá sempre como desesperado de causas perdidas. 

Nas jornadas de junho do ano passado as massas foram para as ruas insatisfeitas com o rumo das coisas. Era coisa mínima, como a gota d'água, 20 centavos, que derramava do copo, uma boa razão que em outras ocasiões foi o começo de uma revolução. Só que não se tinha a menor ideia onde estava a porta de saída do problema e ficaram refém da mesma cantilena de "mais governo" e sujeitas ao oportunismo político de todo tipo. O movimento foi se cansando, perdendo força e reinou a confusão. Permanece, entretanto, o desejo de arrastar a multidão pelo nariz.

O que não se compreende é que tudo depende da maneira de como se interpreta os fatos, com base em que teoria se explica estes fenômenos. O que levou a multidão às ruas foram os resultados de anos de intervencionismo, mas sua crítica não estava presente. E a multidão caminhou como um rebanho a procura de um dono.

Vanderli Camorim, 66, paraense, é autodidata e um dos estudantes que melhor conhece e preserva a teoria liberal e a praxeologia misesiana, até mesmo apontando acidamente equívocos em articulistas e diretores de institutos liberais no Brasil e no mundo. 

A presente matéria foi escrita e enviada ao Libertatum um dia antes das manifestações do dia 06.12.


*ânsia compreensível no contexto de se tentar evitar a pá de cal final do intervencionismo: o totalitarismo comunista ansiosamente trabalhado e sonhado por seu implementador atual, o PT. Nota do co-editor de Libertatum, Ivan Lima.

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