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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Amizade canalha? Recuse!

Por Ivan Lima

Faz alguns anos fiz um esforço diplomático para não perder uma amizade. Tínhamos uma luta comum contra uma determinada situação opressiva. Admirava aquela inteligência, sua cultura, seu grande talento para declamar com o seu vozeirão, - em público - O corvo de Edgar Alan Poe. Mas o meu amigo, - professor de história – se tinha infectado pela toxidez mental do petismo. Claro, ele já seguia o socialismo, a ideologia que inspira o PT.

Mas quando o partido surgiu o meu amigo se apaixonou por ele. Tem uns poucos anos, antes de falecer de câncer, já nos falávamos bem pouco. Nossa relação ficou muito tensa, eu defendendo o liberalismo, ele olhando o mundo pelo viés do petismo, embate quase sempre travado na internet. O meu amigo dizia para as pessoas das nossas relações que também me admirava, sobretudo por eu defender em alto e bom tom o capitalismo. O nosso embate no campo das ideias sempre se tinha travado com elegância de ambas as partes. A ele, certamente, a minha atitude de combater a ideologia dominante parecia um ato heroico. Ainda restava razoável percentual de senso e decência no meu amigo.  

Um dia, soube por uma amiga comum que ele estava gravemente doente. E fui visitá-lo em casa. A partir dali, não tratamos mais de encomia e política e meu amigo partiu em paz comigo.
Num outro extremo, tem uns anos, fiz amizade pela internet com outra pessoa, em Brasília, e todo nosso saudável diálogo girava em torno de literatura. Certa vez, conversando sobre ficção científica e lembrando os clássicos desse gênero literário que havíamos lido, chegamos ao conto O som de trovão do Ray Bradbury. E ele, pesaroso, confessou-me que o livro – uma antologia de FC – em que constava o aludido conto, havia desaparecido. Disse-lhe então que não só tinha o conto, como o copiaria e o enviaria para ele pelo correio.

Do outro lado aquela pessoa fez uma festa de agradecimento ao meu gesto. Dias depois ele acusou o recebimento do que havia lhe prometido. E o bom relacionamento vinha se aprofundando até que ele me comunicou estar muito feliz, pois sua filha estava se formando em uma universidade do Chile. Dei-lhe os parabéns. E disse-lhe que admirava muito o grande esforço e sacrifício que os chilenos haviam imprimido nas últimas décadas para ser um povo livre e ser uma nação que tinha se colocado economicamente no primeiro mundo. Imediatamente passei a ser chamado de fascista, ele se orgulhando de ser petista. E disse não querer mas relacionamento comigo, a não ser que mudasse minhas ideias. Parecia ser outra pessoa. Evidentemente, sem dizer nada, mandei sua amizade ás favas.

Relato esses casos em razão do testemunho de uma senhora no restaurante de um amigo comum. Ela recém perdeu amizades de infância, não por causa da política, certamente, mas pela doutrina socialista de discórdia que prega que a sociedade de mercado sempre será constituída de conflitos individuais irreconciliáveis. Essa doutrina, já refutada por Ludwig von Mises, está hoje encarnada com seu espírito de conflito no PT. E, claro, está presente nos partidos esquerdistas nanicos, seus satélites. Esse espirito tem por norma doutrinária agir destrutivamente na família, no trabalho, e nas amizades. Criando discórdia com a luta de classe, distribuindo privilégios, cotas racistas, querendo impor uma doutrina esdrúxula e refutada, enfim, socializando ódio entre as pessoas.  Certamente é muito raro ocorrer um caso, dentro do contexto aqui tratado, como o primeiro que relatei. Nele, haviam liames de uma luta comum, compondo com literatura, espiritualidade, e sede de conhecimento, que fortemente nos unia.

Mas como no caso da senhora, tornou-se comum, sobretudo nas últimas eleições presidenciais, amizades serem desfeitas pela imposição dos petistas tentando subjugar as pessoas com as ideias tirânicas que defendem. Felizmente ela se respeitou, recusando com veemência aquelas amizades (na realidade, eram vários petistas “amigos” que convidaram-na a jantar ás vésperas da eleição presidencial) que queriam escravizar sua mente. Sim, pois trata-se exatamente disso: escravidão, a meta petista para um governo totalitário. 

Como é uma missão cega, fanática, visando a hegemonia social, discordar, antepor-se ás absurdas ideias petistas, é virar inimigo. Na ótica imoral de um petista, quando você refuta suas ideias e práticas partidárias, você imediatamente passa a ser tachado de fascista, nazista, reacionário. Imediatamente o petista põe em prática a recomendação de Lênin, seu guru revolucionário: “acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”.

A recomendação que tenho aos que lutam por uma sociedade livre e prospera e que estão enfrentando esses ataques irracionais dos petistas é muito simples: recuse amizade canalha. Não seja cúmplice do mal cevando amizade bandida enrustida na ideologia socialista defendida pelo PT que quer fundar o “paraíso” no país a custo da escravidão, miséria, e genocídio da nação brasileira.

Fortaleça ainda mais as suas convicções sobre a contribuição inestimável da economia de mercado à civilização, a defesa dos valores tradicionais da família, da ética, do respeito irrestrito ao princípio civilizado da igualdade de todos perante a lei, e da defesa irrestrita do maior valor humano: a razão.
E espalhe, difunda, ao máximo que puder, esses valores na sociedade. Seja um agente do bem. Da racionalidade e da decência. Seja um anticorpo a defender a civilização do câncer da barbárie que o PT defende para a sociedade e que está maquiado por sua retórica mentirosa e terrorista de justiça social e de igualdade.

Reaja ao mal. Recuse amizade canalha!        

Ivan Lima, 64, é publicitário.


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