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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Impostos: crie ódio deles e comece 

a quebrar as correntes da escravidão!

Por Ivan Lima

É pensamento comum entre os brasileiros que a questão com os impostos no país é que eles são mal aplicados pelo governo. Os serviços estatais como saúde, educação, segurança, etc. não funcionam, dizem, - não sem razão – as pessoas. 

Para elas, chega a ser considerado até mesmo irrelevante os impostos serem muitos e de altíssima taxa; as pessoas de alta ou baixa renda, independente de grau de escolaridade, pós-graduação, Ph.D, ou qualificação profissional, fazem profissão de fé de que o país seria um paraíso se os impostos, mesmo em profusão e com alto percentual, como são, fossem “corretamente aplicados pelo governo”.

De quebra também tem a cantilena de que enquanto houver corrupção de burocratas estatais nunca o dinheiro dos impostos serão bem aplicados pelo estado nos serviços essenciais aos cidadãos.

Sim, toda essa questão causa justa indignação á nação brasileira. Mas examinando um pouco mais a questão, nos deparamos com questões verdadeiramente cruciais e não mero jogo ilusório manipulado pela casta no poder para abstrair o essencial. Vamos enumerar algumas:

1 – a mentalidade colonial que se tem no país de que o Estado, o governo, resolve tudo.

2 - de que o Estado é que promove o bem estar e o desenvolvimento nacional – Constituição.

3 - de que Estado sendo historicamente inchado, com altíssimo poder de intervenção na economia, sempre terá corrupção de políticos e burocratas, pois são os verdadeiros donos da empresa individual, porque tem o poder de conceder licenças, impor regulamentos, criar impostos, formar grupos de pressão e privilegiados, fazer projetos faraônicos, criar bancos – BNDES - que drenam os recursos dos cidadãos para toda espécie de negociatas e ladroagem.

4 – de que as pessoas pouco se apercebem de que fundamentalmente sua ação humana pela busca do seu bem estar e liberdade se desenvolve a todo instante independente do governo, mesmo a despeito de ele, governo, atrapalhar, perturbar, empobrecer, amesquinhar a todo momento sua vida de cidadão roubando-o através dos impostos, que ele, governo, alega serem necessários para “dar” saúde, educação, habitação, bolsa família, segurança, enfim, “promover o bem estar e o desenvolvimento nacional”.

5 – de que são os mais necessitados – os pobres – que o próprio Estado cria através da legislação trabalhista que restringe e proíbe o trabalho com carteira assinada e obrigatoriedade de salário mínimo – de que são, dizia, exatamente eles, os pobres, as maiores vítimas dos impostos, esses os alcançando com alta carga de confisco na compra até mesmo de um mero pãozinho.

Ou seja, não estão nas infindáveis e estéreis discussões sobre descaminhos dos impostos, aplicações de normas administrativas severas para se evitar corrupção ou tamanho que o Estado eventualmente possa ter, para que a questão aqui tratada seja definitivamente resolvida.

A questão crucial é: qual a função do Estado? Ser médico, engenheiro, professor, policial, arquiteto, astronauta, operário, presidente, legislador, regulador de dieta alimentar, substituto dos pais proibindo-os de educar ¹seus filhos como lhes convém, inclusive de ensiná-los disciplina e deveres domésticos, enfim, tudo isso e muito mais que o Estado se arvora ser, queimando assim imensos recursos dos cidadãos? Pode-se argumentar que na Suécia, ou nos países nórdicos de modo geral, se tem decência no serviço público e tudo é de “graça”.

Começa que não é de graça, o cidadão sueco paga muito caro pelos serviços públicos, e os malefícios que o estado do bem estar social vem causando ao longo de décadas na Suécia, tendo formado gerações de arrogantes incapazes de cuidar de si mesmos e gerar o seu próprio bem estar é de ²causar arrepios. Mas isso não é obra de nenhuma maldição que atingiu o povo sueco mas fruto podre da adoção da mentalidade anticapitalista que “dá” assistencialismo e abomina a produção e o fundamental estímulo para a prosperidade, o chamado, lucro.

A real função do Estado é única e exclusivamente a segurança. Sim, garantir eficazmente a segurança dos cidadãos para que em paz e liberdade colham os frutos do seu trabalho. No contexto da segurança está à administração da justiça, a promoção da paz, a garantia do respeito aos contratos, a inviolabilidade do mercado, e a garantia do pilar da civilização e da prosperidade dos indivíduos e da sociedade: a propriedade privada.

Você já observou como não havendo esse atual e estranho desvio do Estado para tomar dos indivíduos laboriosos e produtivos mais da metade de seus bens através dos impostos para “redistribuí-los” sem o seu consentimento, vai ficar muito capital para poupança e rápida prosperidade nas mãos das pessoas para que elas próprias promovam com a qualidade e a eficiência que só a iniciativa privada tem, suas necessidades de saúde, ensino, etc.?

E isso sem a perturbação que a atual interferência que o Estado causa como efeito cascata degradante na economia, agredindo a iniciativa privada com perturbações no seu atendimento e serviços com códigos regulatórios absurdos e a atual tirania dos impostos.

Num ambiente liberal, os cidadãos terão apenas uma pequena despesa advinda de taxa no consumo e não do setor produtivo, para uma segurança efetivamente eficiente do Estado. Estarão livres dos grilhões da escravidão dos impostos, livres do estupro de aberrações confiscatórias como imposto sindical, e o mais imoral e cruel dos impostos, o ³imposto sobre a renda, porque esse imposto viola a privacidade e vasculha minuciosamente todas as propriedades dos indivíduos, sob pena, caso haja recusa, de transformar cidadãos íntegros em bandidos, jogá-los na cadeia e confiscar seus legítimos bens.

Mas para que se chegue a esse excelente estado de coisas como na era histórica do liberalismo, é necessário que se comece agora a ter uma lucidez radical em relação aos impostos, criando-se no próprio seio familiar uma mentalidade de ódio a eles como algo extremamente maléfico, perverso, gatuno, e de cuja existência nossos filhos e netos precisem ter conhecimento claro e formar pedagógica cultura de guerreá-los com idéias liberais, para a formação de uma nova e saudável mentalidade que certamente um dia destruirá os abomináveis impostos.

Lutar, para que a mentalidade que sustenta a perversidade dos impostos e nos escraviza e á sociedade, mude, é fundamental para que sejamos homens livres e prósperos.

Ivan Lima, 64, é publicitário.

¹Cada um é responsável por seus atos perante a lei.
²Leia uma matéria intitulada: “Como o assistencialismo corrompeu a Suécia” – de Per Bylund -  Está disponibilizada no site do Instituto Ludwig von Mises – Brasil.
³ Libertatum publicou um artigo de minha autoria sobre impostos escrita no meu boletim Ordem Liberal. Basta procurar no arquivo do blog por Ivan Lima.
  

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