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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Comunismo é Tirania

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É preciso empreender uma batalha constante contra todos os tipos de tirania. O que significa isso? Significa qualquer postura que tente intermediar a relação do homem com a sua própria psiquê, com o seu íntimo e com a sua fé. O homem que, covardemente, outorga autoridade suprema a qualquer instância orientadora está desertando de um caminho certamente longo, porém mais lúcido que é o caminho da responsabilidade individual diante da valoração de uma causa qualquer.
Ora, atentemos um instante para a promessa aleatória de execução de uma sociedade ideal e perfeita. Quem promete algo parecido com isso está apenas convergindo lutas pessoais e letras imemoriais em um projeto plenamente realizável. O que queremos dizer com isso é que a consecução de uma obra de natureza duradoura depende de séculos de trabalho de uma infinidade de segmentos sociais e de uma renovação de ideias tão profunda que é impossível limitá-la a um dado projeto. A caminhada em direção a algo nobre é efetivamente mais sólida que a suposta conquista que mais tarde com certeza sucumbirá ante a fragilidade de seus fundamentos.
O socialismo foi essa trajetória curva na História contemporânea que atrasou o desenvolvimento técnico e o desenvolvimento material, sem falar na outra face mais obscura, qual seja, a soma dos horrores cometidos em nome de um suposto bem. A justificação moral do mal em nome do bem é mais prejudicial ao homem que a execução do mal sem justificativa alguma. Comunismo e nazismo se assemelharam, portanto, quanto aos limites impostos à liberdade, distinguindo-se apenas pela natureza de suas justificações.
Ora, o nazismo se concretizou como forma eficaz de totalitarismo disseminando algo que qualquer pessoa minimamente bem-intencionada sabe tratar-se de uma coisa insustentável, a saber, a ideia de uma raça superior, possuidora de característica distintas que a fariam triunfar. O absurdo da proposta faz com que, passada a catarse tétrica momentânea, os indivíduos ponderem e sigam novamente a rota saudável das relações sociais. Por que então o nazismo ainda encontra defensores? Porque ainda existem indivíduos objetivamente maus que perseguem ideias que lhes correspondam à índole.
Com o comunismo dá-se algo parecido no que compete ao fascínio ideológico e ao embrutecimento intelectual, não obstante o problema se agrave justamente pela manipulação das saudáveis inclinações e dos mais honestos fins que são efetivamente alvos não das pessoas de má índole, mas das pessoas sãs. O comunismo promete a extinção da desigualdade social e estabelece métodos para alcançá-la.
Vejamos, primeiramente o indivíduo parte para uma batalha natural entre a sua própria consciência e a consciência partidária que o obriga a uma suposta moral que de moral efetivamente não tem nada. Depois, a capacidade de persuasão da ideia faz com que o indivíduo se perca em sua própria moralidade, subordinada, doravante, ao fim último a ser perseguido. Nesse intervalo entre o indivíduo desobrigado de prestar contas à própria consciência e o indivíduo devotado a uma causa maior insere-se um sem número de projetos vãos que derrotam a moral dita burguesa fazendo do indivíduo nada mais que um cego lutador, capaz de atos bandidos desprovidos de compaixão, mas justificados pela honradez perante uma causa que o ultrapassa. Eis o fim da sobriedade, da lucidez, da honestidade de conduta e da moral firme de um indivíduo livre.

Sobre o autor

Catarina Rochamonte
Doutoranda em Filosofia pela UFSCar
Catarina Rochamonte é graduada em Filosofia pela UECE (Universidade Estadual do Ceará), mestre em Filosofia pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), doutoranda em Filosofia pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos); é escritora e jornalista independente.
Matéria extraída do website do Instituto Liberal

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