Com a palavra os proibicionistas
A morte do jovem Humberto Fonseca numa festa no Interior de São Paulo, provavelmente ocasionada por overdose de álcool, traz alguma lições importantes, assim como levanta algumas questões mal respondidas.
A primeira delas é que o consumo de álcool, como o de qualquer outra droga, pode causar sérios danos quando realizado em grandes quantidades e sem as devidas cautelas. Segundo estudo da ONU, o álcool mata 3,3, milhões de pessoas por ano no mundo, mais que AIDS, Tuberculose e violência juntos.
O álcool, diferentemente do que acreditam os desavisados, não é uma droga mais leve, menos agressiva ou menos viciante. Um outro estudo mostra que a bebida alcoólica está entre as drogas mais pesadas que existem, muito mais pesada, por exemplo, do que a maconha, chegando a ser 114 vezes mais letal do que esta.
Por outro lado, o álcool também causa dependência em níveis muito elevados. As clínicas de desintoxicação e as dependências do Alcoólicos Anônimos (AA), normalmente lotadas, estão aí para comprovar isso.
Como alguém que já teve a experiência de ver um ente querido totalmente dependente da bebida, durante um longo tempo, posso atestar que se trata de um dos problemas mais dolorosos e deprimentes por que pode passar uma família. A luta contra o vício é inglória e as suas consequências muito tristes.
Malgrado todas essas evidências, é raro encontrar qualquer apologista da guerra às drogas pedindo ao governo a proibição do álcool. A alegação de sempre é que o álcool, consumido com moderação, não é nocivo, mas há muitos casos de gente consumindo maconha e até cocaína com regularidade, sem maiores consequências. O que será que o álcool tem de tão especial, a ponto de ser tratado com muito mais condescendência do que, até mesmo, a fraquinha maconha? Com a palavra, os proibicionistas conservadores…
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