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quinta-feira, 25 de junho de 2015

A “mulher sapiens” da Dilma e sua relação com o feminismo e o politicamente correto

A grande piada no Brasil no dia de hoje foi o incrível discurso da Dilma sobre como a bola é o símbolo da evolução do homo sapiens e… das mulheres sapiens (sic)!
Vendo o vídeo, conseguimos perceber claramente que a Presidente vacila ao falar a expressão “homo sapiens”, emendando então a ridícula expressão “mulheres sapiens” em certo grau de apreensão.
Como qualquer pessoa com um mínimo de estudo em biologia sabe, “homo” é uma expressão latina que designa o gênero biológico do ser humano. Gênero biológico é uma unidade de taxonomia utilizada na classificação científica e agrupamento de organismos vivos para agrupar um conjunto de espécies que partilham um conjunto muito alargado de características morfológicas e funcionais.
A espécie a que pertence o ser humano, dentro do gênero “homo”, é o “sapiens”, motivo pelo qual nossa espécie é conhecida como “homo sapiens”. Supõe-se que todas as espécies “homo”, à exceção da nossa, estão extintas, sendo a última o “homo neanderthalensis”, há cerca de 25 mil anos.
E por que a Presidente Dilma, de maneira tão impensada, soltou a cômica expressão “mulheres sapiens”? Vou trazer aqui uma teoria.
É comum o uso da palavra “gênero” para designar a diferença sexual, muito por conta da teoria gramatical. Nesse caso, é comum se falar em “gênero masculino” e “gênero feminino”, embora o ideal nesse caso fosse usar a expressão “sexo”, para não confundir com gênero como entidade taxonômica.
Resta evidente que, no caso em tela, a Presidente, ao usar a expressão “homo sapiens”, tenha confundido a expressão “homo” como sendo gênero gramatical/sexo, e em pânico com a possibilidade de usar uma expressão “machista”, soltou a pérola da vez.
E para quem achar que estou exagerando, lembro que foi a própria Presidente que reforçou no Brasil a discussão sobre o uso da linguagem para promoção do feminismo, com a patética Lei n. 12.605/2012, que nos obriga a todos a chamá-la de “Presidenta”, o que não faço nunca a título de exercício de desobediência civil pacífica.
Para a teoria feminista, a linguagem é mais um modo de opressão de homens sobre mulheres, ao dar prevalência ao gênero gramatical masculino quando há um coletivo de pessoas, por exemplo, motivo pelo qual elas gostam de substituir a desinência de gênero pela letra “x”. Como exemplo, a palavra “meninos” deveria ser escrita “meninxs”. Elas acreditam ainda na ideologia de gênero, onde as pessoas escolhem a qual sexo pertencem, independentemente do seu genótipo.
O que é pior, cada vez mais, inclusive por esforço da Presidente, essa preocupação politicamente correta louca de não poder ofender minorias em nenhuma hipótese tem levado à uma paranoia coletiva, que se agrava em uma sociedade digitalizada onde qualquer coisa que se fala ou se escreve fica eternizada e viralizada para todos.
Nesse caso, a Presidente calculou, naquele microssegundo posterior ao ditado da frase “homo sapiens”, com a dúvida criada na sua cabeça, que era melhor ela falar a expressão “mulheres sapiens” e se sujeitar ao ridículo, do que a expressão “homo” se referir a homem como sexo, e ela ser vista como sexista. Foi uma escolha deliberada. Para um petista, é politicamente melhor ser visto como um imbecil do que como um “anti-feministx opressorx”.
E isso, no final, fala muito sobre o tipo de gente que governa o nosso país.

Sobre o autor

Bernardo Santoro
Diretor do Instituto Liberal
Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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