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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Colaboração do amigo, jornalista e escritor, Álvaro Martins. 

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Instituto Lula ainda não teve velocidade suficiente para responder, domingo cedinho, ao mais contundente ataque sofrido por seu patrono Luiz Inácio Lula da Silva. O mítico companheiro foi explodido pela reportagem da revista Época, da Editora Globo, pertencente àquela mesma organização midiática cujos dirigentes andam apavorados com o que seu fiel parceiro, José Hawilla, denunciou durante dois anos de sigilosas delações premiadas às autoridades judiciárias dos EUA. Parece que a Globo quer acabar com a saúva antes que a formiga atômica acabe com ela...

Bater em Lula não é novidade, nestes tempos em que o PT reclama ser vítima de "criminalização midiática". Interessante, no mínimo, é carnaval editorial feito pela revista, celebrando que a reportagem de Época sobre a investigação sobre Lula marcava um momento de transparência. No editorial exaltando a matéria, a revista destaca: "O filósofo italiano Norberto Bobbio descreveu a democracia como “o governo do poder público em público”. Exercer a democracia à luz do dia é a tarefa dos órgãos de Estado. Guardada a exceção da segurança nacional, atos realizados longe dos olhos e do escrutínio dos eleitores são, por definição, antidemocráticos. Só seremos uma democracia de verdade quando nossos diplomatas e políticos incorporarem essa verdade simples".

O fato objetivo que deve ter tirado ainda mais o sono de Lula, Marcelo Odebrecht e outros menos votados. O núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu, há uma semana, investigação contra Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil. O ex-presidente é formalmente suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da Odebrecht com representantes de governos estrangeiros onde a empresa tocou obras com dinheiro do BNDES, entre os anos de 2011 e 2014. Os Procuradores encontraram uma sincronia entre as peregrinações de Lula e a formalização de liberações de empréstimos bilionários em favor do BNDES - acordos que até outro dia estavam totalmente secretos, e agora têm divulgação parcial no portal do BNDES.

Época informa que o MPF resolveu enquadrar Lula e a Odebrecht em pelo menos dois artigos do Código Penal. O primeiro, artigo 337-C, diz que é crime de tráfico de influência em transação comercial internacional: “solicitar, exigir ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional”. O segundo, tipo penal do artigo 332, (tráfico de influência), caso se comprove que o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva também buscou interferir em atos praticados pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, considerando que as mencionadas obras são custeadas, em parte, direta ou indiretamente, por recursos do banco.

Detalhe importante e fundamental. Por enquanto, não está escrito que o MPF abriu qualquer processo contra Lula. O relatório que vazou da turma de Brasília apenas deixa claro que, em tese, Lula, dirigentes da Odebrecht e do BNDES, junto com presidentes de países estrangeiros, estariam enquadráveis em nosso Código Penal. Ou seja, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, ainda precisa ter a coragem de denunciar Lula. Será que Janot vai cumprir o recomendado por seu núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília? Eis a questão...  


Deve ser por tal expectativa sobre a posição de Janot (ofensiva ou a inação costumeira?) que o Instituto Lula ainda está sem resposta imediata para a reportagem da Época. Mas vale recordar o que a entidade publicou em recente resposta à reportagem da revista Veja sobre doações que Lula, sua empresa e seu instituto receberam da empreiteira Camargo Corrêa:

"Estamos assistindo ao início de uma ofensiva midiática contra a imagem e a honra do ex-presidente Lula, com evidente motivação político-partidária. Como tem se tornado comum, infelizmente, em nosso País, tal ofensiva não poupará pessoas e instituições de reconhecida probidade e seriedade, no intuito de desmoralizar e até criminalizar as atividades do mais importante líder popular do Brasil. A revista Veja é um dos instrumentos dessa ofensiva. Qualquer tentativa, por parte da revista Veja ou de outros veículos, de associar o Instituto Lula e a LILS a atos ilícitos ou suspeitos com base nestas informações, estará incursa na legislação que protege a honra e a imagem das pessoas e instituições".

Os Operadores que se cuidem... Ontem este Alerta Total já tinha alertado e vale repetir por 13 x 13: os próximos meses serão de muita tensão para os corruptos (e para os idiotas, também)! Os grandes escândalos no Brasil, em geral, são descobertos e desvendados por iniciativas de fora para dentro do País. Os EUA e suas agências de espionagem públicas e privadas já produziram farto material com provas para detonar brasileiros que até outro dia se julgavam blindados. Eles já eram e fingem que nem é com eles... Até quando?

A Oligarquia Financeira Transnacional chegou à conclusão de que a corrupção descontrolada põe em risco seu esquema de poder, porque o despreparo de alguns ladrões os levou a trocar os pés pelas mãos, atrapalhando o capitalismo globalitário. É por isso que os controladores querem acabar com os paraísos fiscais. A lavagem descontrolada de dinheiro, que antes era vista como um excelente negócio para os banqueiros, agora se transforma em instrumento criminoso gerador de crises...

O modelo estressou a economia mundial ao máximo, trucidando negócios bilionários, enquanto ajudava a alimentar esquemas políticos que alimentaram a ilusão de que poderiam ser maiores que seus "criadores". Os "deuses" do Poder e do Dinheiro, a partir da Chatham House, decidiram que o jogo terá de ser jogado de outra maneira, menos acintosamente corrupta. "The game is not over", mas a regra vai mudar: políticos bandidos serão banidos do jogo.

Que agonia!


Quem agoniza pagando as contas diárias da incompetência e da corrupção tem motivos para festejar a criminalização do PT, suas lideranças máximas de outros comparsas de negociatas?

A resposta parece positiva. É justificada pelo bolso cada vez mais vazio da classe média e baixa, com o aumento das dívidas pessoais e familiares, a carestia inflacionária e recessiva, combinada com a falta de crédito (diretamente proporcional à total ausência de credibilidade da classe política).

Crises jogam o humor para o ralo, e a politicagem vai junto para o esgoto da história.

Xô, CPMF!


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