Páginas

segunda-feira, 27 de julho de 2015

A teoria da conspiração, o socialismo e o liberalismo.

Por V.Camorim

Desde a mais remota época se sabe da existência de teorias conspiratórias. E elas são muito populares e instigam o imaginário da população. Tem para todos os gostos e hoje elas estão disseminadas de tal forma que é difícil dizer de onde elas vêm,qual a sua origem. O propositivo é fácil deduzir. Elas cumprem um papel fundamental em desviar as atenções das verdadeiras causas dos fatos históricos, que são fenômenos complexos. O objetivo é embaraçar e desinformar.

No fundo são argumentos aparentemente tolos com a diferença que, pelo modo como são tramados, parecem ter sentido e inspirará credibilidade. Um destes argumentos é o assassinato de Presidente Kennedy. Ninguém engole o fato de ter sido morto por um único homem, e que se tornou possível por uma falha de segurança e outros detalhes mais do que plausível. Abraão Lincoln se encontra no mesmo nível. Estas teorias ganharam um tremendo reforço pela indústria cinematográfica por colocar as coisas de um modo “bem real”, sobretudo pelos efeitos cinematográficos e pela proeminência dos diretores e atores assim como de suas críticas e do sucesso de bilheteria que se tornaram. Deste modo elas funcionam muito bem, ganharam credibilidade, sobretudo porque trazem à cena a elucubração de grupos secretos com objetivos malignos, perpetrando atos revoltantes, sociedades secretas e personagens misteriosos e armas mirabolantes tudo ao gosto do distinto publico. 

A viagem do primeiro homem à lua, mesmo aos que estavam assistindo à TV na época não acreditavam no que estavam vendo, no que estava acontecendo. Afirmavam ser um truque, uma farsa que escondia algum objetivo demoníaco. A lista é longa. Mas não podemos esquecer o episódio do dia 11 de setembro de 2001, também tido como farsa, em nova York, quando as torres gêmeas vieram ao chão como resultado de um atentado terrorista sem precedente. Neste aí entra até uma arma secreta, e muita imaginação com recursos audiovisuais.

A mente humana não tem limites quando se trata da imaginação. Pode-se imaginar um super homem voando mais rápido que o mais rápido jato, com visão de raio X e com uma força descomunal capaz de mover um asteroide ou mesmo parar um trem em alta velocidade. Pode-se imaginar um homem elástico, invisível e etc. Neste caso tudo não passa do álter ego de seu autor.

A teoria da conspiração é diferente e se presta a uma função mais específica, sem deixar de ser apenas reflexo, consequência de algo não inteiramente revelado ao homem da rua.O desejo de dramatizar os fatos e dar-lhe dimensões fantásticas tem estreita relação com a teoria dominante, o marxismo, por excelência, uma teoria conspiratória.O socialista, imbuído da teoria do marxismo, em tudo ele vê se realizando as lutas de classes. Para ele o homem devora o próprio homem; a sociedade é a selva onde o homem vira fera do próprio homem; onde não há reconciliação, nenhuma chance enquanto houver exploração do homem pelo homem. Se o “burguês” estender a mão, é um ardil, um convite para uma armadilha. O burguês envelheceu e o novo pertence à classe trabalhadora. Como os dois, - segunda a teoria marxista -, têm interesses antagônicos e irreconciliáveis só um restará depois da disputa final. Do caos virá a nova ordem; das trevas surgirá a luz. 

Diante disso ninguém deve se surpreender com o surgimento de todo tipo de conspiração fantasiosa ou não, permeando nosso ambiente. Os liberais, que continuam ignorados até hoje, discordam deste modo de ver, pois sempre afirmaram que os homens têm interesses harmônicos e coincidentes. O ambiente de paz não é apenas o bem mais desejado, mas o mais necessário, do contrário não se poderia produzir e muito menos colher o que se produziu e consequentemente a vida em sociedade se desmoronaria.Não há antagonismos entre os homens assim como entre as nações. Os homens cooperam na divisão do trabalha sobre a base da propriedade privada dos meios de produção e isto é verificável nas transações comerciais que se realizam a todo o momento e em toda parte do globo a que todos se beneficiam indistintamente.  Mas os liberais não estão alheios a esta atmosfera de antagonismo e disputa sem fim a que se referem os socialistas. Só que entendem de modo diferente. Para os liberais, este antagonismo, estas brigas sem fim é resultado da intervenção do governo na economia. O governo só tem uma única e exclusiva função que é a produção da segurança devendo se abster de interferir no mercado. Se isto ocorre, se o governo deixa de interferir no mercado, todas estas desavenças perderiam o seu sentido.Mas se em outro caso, prevalece atmosfera de intervencionismo, o estado ou governo, que deveria ser o baluarte da sociedade, passa a ser seu algoz e os indivíduos se dividem em todo tipo de segmento até a sua lenta destruição quanto mais o governo interfere.

Toda conspiração leva a semente da desconfiança e ajuda a semear o ambiente propício da vitória definitiva da revolução proletária. Esta é a crença embutida em toda teoria da conspiração. Aqueles que se rendem a elas, não se dão conta do papel que estão desempenhando.


V. Camorim

Praxeólogo, estudioso em Praxeologia, a ciência geral da ação humana.

Camorim é articulista de LIBERTATUM

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Seja benvindo! Se você deseja comunicar-se, use o formulário de contato, no alto do blog. Não seja mal-educado.