Páginas
▼
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Era uma vez
um país com florestas...
“As convicções são cárceres. Mais inimigas da verdade
do que as próprias mentiras.”
(Friedrich Nietzsche)
Por Armando Soares
O
brasileiro vive num país de histórias contadas, num país imaginário; num país cheio
de leis que não funcionam; num país em que a justiça não funciona e os juízes
nomeados estão a serviço de quem os nomeiam; num país que quem produz é escravo
para pagar impostos, taxas de todas as naturezas; num país em que a liberdade é
apenas discurso; num país onde as florestas não se prestam para o desenvolvimento,
que não são nossas, que nasceram graças às chuvas, que aqui estão para ser o
pulmão do mundo como quer o Papa; um país que tem uma das maiores populações
cristãs que mata seus irmãos sem piedade; um país onde não há liberdade de
expressão que obedece às conveniências políticas e mercantis; um país que se
oferece para salvar o mundo, mas não tem competência para salvar a si mesmo; um
país que constrói favelas e chama a isso de programa social; um país que não
admite que se publiquem verdades; um país onde funciona uma mordaça sutil que anula
a democracia; um país em que são os próprios brasileiros que estão evitando o
desenvolvimento, mas que paradoxalmente admiram os países europeus, os asiáticos
e os americanos desenvolvidos antes regiões selvagens povoadas por bárbaros e
selvícolas em florestas nativas substituídas através do desenvolvimento por
florestas plantadas.
Brasil é um país das contradições
e de ranço estatista onde dificilmente se encontra alguém que cresceu
economicamente sem ajuda de alavancas públicas e de jogadas. No Brasil quem rouba, mas faz é herói e inteligente, uma
cultura que bem diz a qualidade moral do povo. O bandido, o contrabandista, o
corrupto, o mau político e governante depois que enriquece e o tempo passa, torna-se
homem de bem. Quem recebe boa educação no Brasil tem dificuldade de vencer num
cenário vale-tudo, a não ser que se transforme num vale-tudo. Talvez seja por
essa índole que o povo brasileiro tem dificuldade de afastar da política e do
governo maus políticos e governantes. Tudo no final se resume a uma questão de
caráter. Toda liberdade no Brasil é relativa. As verdades morais, religiosas,
políticas, libertárias variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os
indivíduos. Por isso se torna difícil se escrever com liberdade. Liberdade? Não
me venha falar mais dessa utopia!
Já que
estamos falando de um país com florestas, talvez os americanos e europeus que agora
se acham donos da Amazônia por consentimento do governo brasileiro, capazes de
tudo para alcançar seus objetivos usem como justificativa, se necessário for à
verdade científica mostrada por Evaristo Eduardo de Miranda, mestre e doutor em
ecologia. Se ainda não pensaram em usar é porque não encontraram nenhuma
resistência num Brasil vulnerável para impor seu método rapina de conquista
territorial. Evaristo esclarece que a terra não é firme. Os continentes nunca
estiveram, nem estão parados. Movimentam-se, numa escala geológica de tempo.
Eles são como placas ou imensas jangadas flutuando num viscoso mar de lava. O
fenômeno é conhecido como deriva continental e o mecanismo causal é chamado
pelos geólogos de tectônica de placas. O bloco continental da América do Sul
destacou-se e afastou-se totalmente da África e da América do Norte há
aproximadamente 60 milhões de anos. Será que essa fixação dos europeus e
americanos de se apropriarem da Amazônia está impregnada em suas células para
se considerarem os verdadeiros donos da Amazônia? Invoco essa impossibilidade
para chacoalhar os brasileiros tolos que não estão se importando o que acontece
com a Amazônia posta a venda pelo atual governo. Os ricos estados amazônicos conservados
criminosamente no subdesenvolvimento retrata fielmente a nossa incompetência e
índole. Belém cercada de favelas pobres e municípios caindo aos pedaços é o
atestado maior da incompetência dos paraenses. Estamos nos aproximando dos
porcos que gostam de viver na lama.
Por
enquanto esses piratas internacionais ainda não criaram barreiras sobre
questões científicas, a não ser no que diz respeito à questão ambiental. No
campo político e administrativo público as barreiras estão aí para todo mundo
ver e sentir. Antes que proíbam a publicação de verdades científicas, vejamos o
que nos ensina Evaristo Miranda. A Amazônia intacta, como imaginam alguns só
pode ser considerada como tal antes da chegada de populações humanas. A partir
da chegada dos humanos, cuja data os arqueólogos tendem a multiplicar em
diversos eventos, origens e recuar no tempo, progressivamente o espaço natural
da Amazônia passa a ser objeto de uso, controle, acesso, exploração, mudança,
disputa, transferência e até transmissão entre grupos humanos cada vez
numerosos e organizados, com diferentes histórias e patrimônios culturais. O
espaço amazônico passou a ser uma natureza humanizada, um território social. Em
meio a diversas flutuações climáticas, esses primeiros povoamentos humanos
foram modelando as paisagens naturais da Amazônia, e com consequências para o
ambiente. As forças geológicas também continuaram seu trabalho. Há apenas 11
mil anos, por exemplo, a Ilha de Marajó ainda fazia parte do continente e era
atravessada pelo Rio Tocantins que desaguava no Amazonas. Uma falha sísmica
criou o Rio Pará e levou o Tocantins a correr pelo caminho atual, em direção ao
Nordeste, isolando e criando a ilha. Uma coisa é certa: a mais antiga e
permanente presença humana no Brasil está na Amazônia. Há cerca de 400
gerações, e segundo autores controversos, há mais de 2.000, diversos grupos
humanos ocupam, disputam, exploram e transformam os territórios amazônicos e
seus recursos alimentares. É um paradoxo: a região aparentemente a mais
preservada do Brasil é aquela onde o homem vive há mais tempo e de forma
permanente.
Essa é a
verdade sobre a Amazônia que os ambientalistas sabem e ocultam para completar a
sua tarefa de domínio territorial. Com o título O Brasil acabou? Evaristo Miranda mostra uma verdade que atesta o
crime ambiental que se pratica no Brasil pelo governo petista, Dilma e Lula. Um
assunto que não consta na lista das irregularidades do governo. As terras
indígenas, as unidades de conservação, os assentamentos e quilombolas são as
travas que estão inviabilizando os projetos infraestruturais (hidrelétricas,
linhão de energia, estradas e portos) e, consequentemente, o desenvolvimento da
Amazônia. Num país campeão da preservação territorial se exige ainda que os
agricultores assumam o ônus (desconhecido e fatal para a sobrevivência do
núcleo produtivo) de preservar porções significativas no interior de seus
imóveis rurais, como reserva legal ou áreas de preservação permanente, num
crescendo que pode chegar até 80% da área da propriedade na Amazônia.
Era uma
vez uma floresta explorada há milênios pelos humanos, rica, cheia de recursos
naturais de valor incomensurável que os amazônidas e brasileiros foram
proibidos de explorar. Infelizmente a verdadeira história está sendo impedida
de ser contada para não sujar os nomes de falsos heróis e os autores da
proibição. A história verdadeira compromete a imagem de grandes grupos
econômicos e políticos. Essa floresta está dentro de um país que está
contaminado com mentiras, truques, jeitinhos e negociatas, um país sujo
moralmente. Um país que armou um bloqueio dos poderosos com apoio da justiça
para que a verdade não seja conhecida, um país que tem um povo que trabalha com
uma canga no pescoço e não quer se livrar dela, prefere lamber os pés de seus
algozes, um país que não se pode criar nada rendoso que logo é tragado pelos
coveiros do tesouro. Esse é um país que se não se pode viver e criar raízes.
Armando Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br
Soares é articulista de LIBERTATUM
Polícia para quem precisa de polícia
Começou neste final de semana a “Operação Verão” nas praias cariocas. Mais de 700 policiais, 300 agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública e da Guarda Municipal, participaram da ação. Resultado? Nenhum arrastão, clima de tranqüilidade e paz. Parabéns aos envolvidos.
“Ah, então você está defendendo uma sociedade vigiada, com policiais em todos os lugares?” Não! Mas é óbvio, claro, cristalino e evidente que o pilar de qualquer sociedade é a ordem pública; é a partir da ordem que derivam. como alertou Russell Kirk, liberdade e justiça. De que adianta a liberdade de abrir uma lanchonete se todos os dias ela for invadida por uma horda de baderneiros que incomode e assedie seus clientes até que eles não voltem mais? Como implementar a igualdade entre os sexos numa sociedade em que mulheres são apedrejadas nas ruas?
O que muita gente não entende é que o policiamento ostensivo, o patrulhamento ou até algumas guerras são consequência e não causa; eles são uma reação dos “anticorpos” da sociedade ou de um planeta que está doente, caótico e desesperado em busca do equilíbrio. As forças de repressão ou vigilância muitas vezes são como leucócitos de um corpo social enfermo e debilitado.
Quando se defende o policiamento para evitar arrastões, não é por qualquer tara ou obsessão por um ambiente patrulhado, mas o reconhecimento da necessidade e urgência do restabelecimento da ordem, este sim o primeiro objetivo de uma política responsável, inteligente e moral, que mire no verdadeiro bem estar social – aquele que garante sua tranquilidade para ir e vir em segurança, tranquilidade e paz para todos.
Revolucionários, engenheiros sociais e utópicos em geral detestam a idéia de ordem porque ela é o muro que impede o avanço da agenda de destruição dos pilares sociais e a construção de uma nova sociedade a partir de suas obsessões ideológicas. Se você quer, como disse Barack Obama, “transformar fundamentalmente” uma sociedade, o caos é seu amigo, é um instrumento para quebrar resistências.
Com desordem, violência, saques, arrastões, a sociedade perde seus alicerces e entra numa espiral de anomia que abre espaço para o surgimento de líderes populistas, “homens fortes”, imperadores ou ditadores. Foi a terra arrasada da Revolução Francesa, que começa simbolicamente com a invasão de um presídio, que abriu espaço para Napoleão Bonaparte. Foi o caos da República de Weimar que pariu Adolf Hitler.
Como chegar a uma sociedade ordeira sem patrulhamento e espionagem em todo lugar? De novo, Russell Kirk dá o caminho: “se você quer ordem na sociedade, primeiro é preciso que haja ordem na alma de cada indivíduo.” Quanto menos ordem “interna”, mais necessidade de ordem “externa”. Para Edmund Burke, pai do conservadorismo moderno, “a liberdade não existe na ausência da moralidade”. John Adams, segundo presidente americano, disse: “nossa Constituição foi feita apenas para um povo moral e religioso. Ela é totalmente inadequada para governar qualquer outro.”
Para revolucionários e utópicos, o homem tem uma natureza essencialmente boa e é a sociedade que estraga essa propensão ao bom, belo e justo. Ao ver a sociedade atual como um tóxico que envenena homens bons, nasce o espírito revolucionário que quer tocar fogo em tudo e reconstruir o mundo em novas bases para dar à luz ao homem novo. Quase todas as barbáries do século XX, o mais sangrento da história, nascem dessa idéia torta. E nada pode ser mais distante do que pensam os conservadores.
O conservador acredita na natureza imperfeita do homem, que carrega em si a semente do bem e o mal. A sociedade utópica e “perfeita” é impossível porque o homem é imperfeito. O que se pode almejar é a busca do melhor arranjo possível, mesmo que imperfeito, e em constante evolução. Como resumiu Kirk, “se você quer que os homens procurem, de maneira refletida e prudente, reconciliar o melhor da sabedoria dos nossos ancestrais com as mudanças essenciais para a existência de uma sociedade civil vigorosa, é melhor buscar os princípios conservadores. As melhores mentes conservadoras acreditam em princípios, em valores perenes aperfeiçoados pela sabedoria das gerações anteriores, no estudo da história, casados com as circunstâncias do tempo presente. Ele é alguém razoável, mesmo que tenha uma profunda suspeita do culto à racionalidade, da conversão a uma racionalidade abstrata que acredita que planos mundanos serão capazes de resolver nossas dificuldades do espírito e da vida em comunidade. O conservador com espírito mais elevado detesta abstrações ou as paixões que forçam os homens e a sociedade a um padrão pré-concebido totalmente divorciado das circunstâncias especiais de cada época e país.”
A resposta conservadora aos arrastões não é o flerte com a desordem e a piscadela que a esquerda dá para o caos, muito menos as abstrações do jornalismo anencéfalo como “mais oficinas de escultura em garrafa PET e aulas de capoeira nas comunidades”. Ao se prestigiar as famílias e buscar uma sociedade de crianças criadas preferencialmente pelos próprios pais biológicos, que prestigie a moral, o respeito, a ordem e a lei, haverá muito menos jovens soltos nas ruas roubando “por prazer” ou para comprar drogas, já que o “thug life” não será um comportamento social glamourizado, incensado, adulado, bajulado e festejado pelo cinema, novelas, música pop, celebridades, professores e certa intelectualidade, assim como a destruição das famílias e a transformação das salas de aula em centro de mobilização e treinamento de marginais.
A adolescência é uma etapa do desenvolvimento marcada por dúvidas, por um excesso de energia e hormônios à flor da pele, mas também e principalmente pela tentativa de afirmação da própria identidade e individualidade como adulto. Se os professores destes jovens nas escolas negam a eles o acesso à leitura dos clássicos e da informação sem doutrinação, se são criados num ambiente sem respeito e moral dentro da própria família, se ouvem o dia inteiro que é a sociedade “injusta” e “excludente” que impede sua ascensão social, o que eles vão fazer? Servir alegremente como bucha de canhão para a derrubada da ordem vigente; cada um será um voluntário da causa revolucionária como um agente do caos. E é por isso que revolucionários buscam incessantemente influenciar e encantar jovens com suas mensagens e comandos, que respondem falando alto para esconder suas próprias fraquezas, incertezas e dúvidas.
O policiamento ostensivo pode não ser agradável, mas é necessário como prevenção e urgente em meio à desordem. Compare os dois últimos finais de semana cariocas, um sem polícia e outro com. A realidade é teimosa, ela não cansa de desmentir os sociólogos de entrevista e os teóricos de pé quebrado.
Enquanto a polícia restabelece a ordem, aproveite para refletir sobre os motivos reais desses adolescentes estarem nas ruas, buscando diversão no crime e rindo do vizinho da mesma idade, criado nas mesmas condições sócio-econômicas, e que está estudando e sonhando com uma carreira e com a possibilidade de ter a própria família um dia.
Se você acha que jovens são, em geral, incapazes de estudar, trabalhar e produzir, continue prescrevendo gangsta rap, drogas, orgias e curso de percussão em latas. Se você não tem esse tipo de preconceito, ajude a criar um ambiente em que a ordem, a justiça e a liberdade permitam que ele busque sua ascensão social no trabalho, no empreendedorismo e no oferecimento de idéias, bens e serviços que a sociedade valorize, busque e opte por adquirir. É na livre associação entre os indivíduos, num ambiente de ordem e paz, que está a saída.
– “Eu roubei porque quis, por prazer” http://on.fb.me/1ViH3HS
– O pais das Eufrásias e Ediths http://on.fb.me/1KFBJX6
– Angela Moss, a estrela dos vídeos dos anos 90 com ofensas racistashttp://on.fb.me/1iwUm5C
– “Mais uma jabuticaba brasileira: o sociólogo de entrevista” http://bit.ly/1vDHgYX
– “Arrastão: modalidade olímpica incentivada pela esquerda” (Felipe Moura Brasil)http://abr.ai/1NMEV5i
SOBRE O AUTOR
Alexandre Borges
Alexandre Borges é carioca, comentarista político e publicitário. Diretor do Instituto Liberal, articulista do jornal Gazeta do Povo e dos portais Reaçonaria.org e Mídia Sem Máscara. É autor contratado da Editora Record.
Macarthismo Climático
“O Pensamento silenciado é sempre rebelde. Maiorias, é claro, estão muitas vezes equivocadas. É por isso que o silenciamento das minorias é necessariamente perigoso. Crítica e dissidência são o antídoto indispensável para as grandes ilusões”. Alan Barth
Os chamados céticos sempre foram tratados pelos fanáticos das mudanças climáticas como hereges. Nada mais apropriado, afinal o dito aquecimento global antropogênico há muito se tornou uma religião. De uns tempos para cá, entretanto, o fanatismo se transformou em “guerra santa” e os mais radicais adeptos desta religião estão empenhados numa verdadeira cruzada contra os hereges.
Duvidam? Então leiam isso:
“Mudanças climáticas antropogênicas estão acontecendo. Elas matam muita gente e vão matar muito mais. Nós temos leis para punir aqueles cujas mentiras contribuam para a morte das pessoas. É hora de castigar os mentirosos das mudança climáticas… Esses negadores devem enfrentar a prisão. Eles devem enfrentar as multas. Eles devem enfrentar processos de pessoas cujas vidas e meios de subsistência estão mais ameaçados pelas suas táticas negacionistas.”
Confesso que não dei muita atenção ao que vai acima, quando li pela primeira vez. Afinal, era coisa de um site (blog) sem qualquer expressão, provavelmente parida da cabeça de algum lunático. Qual não foi a minha surpresa quando deparei com uma carta, endereçada ao presidente Obama, assinada por 20 cientistas de diversas universidades americanas, basicamente pedindo a mesma coisa.
Depois de elogiar as recentes iniciativas do presidente em relação às mudança climáticas, o grupo sugere a Obama a utilização de uma nova arma contra os negadores:
“Uma ferramenta adicional – recentemente proposta pelo senador Sheldon Whitehouse – é a investigação formal – com base na Racketeer influenced and Corrupt organizations Act (RICO) – de corporações e outras organizações que têm conscientemente enganado o povo americano sobre os riscos das alterações climáticas, como meio de prevenir a resposta da América a estas alterações”.
(…)
“Se as indústrias de combustíveis fósseis e os seus apoiadores são culpados dos crimes que foram documentados em livros e artigos de jornal, é imperativo que estes crimes sejam interrompidos tão logo quanto possível, para que a América e o mundo possam prosseguir tentando encontrar formas eficazes de reestabilizar o clima da terra, antes que um dano mais duradouro seja feito”.
Eis aí, meu caro leitor, estampado em cores vivas, o caráter autoritário de muitos dos que militam no chamado grupo “aquecimentista”. Pretendem calar os oponentes à força e não através da persuasão ou dos argumentos científicos.
Não por acaso, alguns deles já foram denunciados por esconder dados e fatos que pudessem colocar em dúvida os seus experimentos e, principalmente, as suas conclusões, nun caso rumoroso que ficou conhecido como “climategate”. Como muito bem resumiu Judith Curry, “em seus esforços para promover sua ‘causa’, instituições científicas por trás da questão do aquecimento global caíram na armadilha de subestimar as incertezas associadas ao clima. Este comportamento arrisca destruir a reputação de honestidade da ciência. São a objetividade e a honestidade que dão á ciência um lugar privilegiado à mesa. Sem essa objetividade e honestidade, cientistas serão vistos como qualquer outro grupo lobista.” Bingo!
Como já escrevi certa vez, ciência não é matéria sujeita a consensos, escrutínios e, muito menos caça às bruxas. Ao contrário, espera-se que as teorias sejam constantemente testadas e, se for o caso, falseadas.
Imagine como seria a física hoje se Galileu não tivesse questionado a teoria aristotélica, se Newton não tivesse estendido e generalizado o trabalho de Galileu e Einstein estivesse plenamente satisfeito com as conclusões de Newton. Na verdade, o esforço para “negar” as teorias científicas é tão antigo e saudável quanto a própria ciência.
É assim que as ciências da natureza trabalham. Observações levam a hipóteses. Hipóteses são testadas através de experimentos. Os resultados são divulgados, examinados e duplicados antes que uma boa teoria seja divulgada. Certezas são raras, leis são muito poucas. Ciência não é fonte de autoridade, mas de conhecimento.
O antídoto contra o uso político da ciência é realçar a própria falibilidade científica, além de estimular o ceticismo. Não é justo, nem inteligente, sair por aí chamando de herético ou pretendendo enjaular quem desconfia da atividade humana como causa do aquecimento global, ou duvida das catastróficas previsões dos computadores. A ciência não prescreve dogmas, nem evolui conforme a opinião da maioria.
SOBRE O AUTOR
João Luiz Mauad
João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.
Lula fez lobby para a Odebrecht, diz ministro em e-mail
Agência O Globo
SÃO PAULO - E-mails apreendidos pela Polícia Federal (PF) nas buscas realizadas na sede da Odebrecht em junho deste ano, em São Paulo, mostram uma relação de influência e intimidade da empresa junto ao Palácio do Planalto, durante os governos Dilma e Lula. Nas mensagens, o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, tenta influenciar diretamente o que o será dito pelos presidentes a chefes de estados de outros países em agendas oficiais, sugerindo a postura presidencial nos encontros. A pressão surte efeito. Em mensagem para executivos da construtora, o então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, escreveu que Lula fez lobby pela empresa em um dos encontros com líderes estrangeiros, em 2007.
Nos e-mails, a Odebrecht atua para evitar a escolha de um secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia que ele considerava prejudicial à Odebrecht. Os documentos mostram, pela primeira vez, que o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, era um dos elos entre a empreiteira e o presidente, de acordo com a interpretação da PF. Carvalho nega. Para os investigadores, o ex-chefe de gabinete é o "seminarista" a quem Marcelo se refere em mensagens. No governo Dilma o papel do “seminarista” passou a ser cumprido por Giles Azevedo, chefe de gabinete da presidente, e Anderson Dorneles, assistente pessoal de Dilma. Os dois recebiam mensagens enviadas diretamente por Marcelo Odebrecht, em nome dos interesses da empresa.
Em 5 de junho de 2012, quatro dias antes do encontro de Dilma com o presidente da República Dominicana, Danilo Medina, Marcelo encaminhou para Giles e Anderson uma nota com sugestões para a pauta da reunião. No documento, ele diz "ser importante" Dilma "reforçar" dois pontos na conversa: "a confiança que tem na Organização Odebrecht em cumprir os compromissos assumidos" e "a disposição de, através do BNDES, continuar apoiando as exportações de bens e serviços do Brasil, dando continuidade aos projetos de infraestrutura prioritários para o país".
O GLOBO verificou que o encontro com Medina consta da agenda oficial da presidente. Em entrevista para jornalistas depois do encontro, o presidente da República Dominicana disse ter recebido aceno do governo brasileiro para obter financiamento para construção de duas usinas no país. O projeto seria contemplado dois anos depois, ao custo de US$ 656 milhões. De US$ 2,5 bilhões emprestados pelo BNDES a empresas brasileiras entre 2003 e 2015 para contratos na República Dominicana, US$ 2 bilhões foram desembolsados em favor da Odebrecht.
"MEIO CAMINHO ANDADO"
As mensagens de Marcelo para Lula eram enviadas por meio de Alexandrino Alencar, diretor da empresa mais próximo ao petista, preso na operação Lava-Jato. As recomendações eram dadas por meio de documentos que tinham o mesmo título, "ajuda memória". Na véspera de uma visita do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, ao Brasil, em 2 de maio de 2005, Marcelo Odebrecht pediu a Lula que reconhecesse o papel de Santos como "pacificador e líder regional", e fizesse menção às ações realizadas por empresas brasileiras em Angola, com destaque para a Odebrecht.
"Dr. Alex, aqui está o documento. Dr. Marcelo pede-lhe a gentileza de encaminhar ao seminarista", escreveu Darci Luz, secretária de Marcelo, a Alexandrino Alencar. No dia seguinte, Lula receberia Santos com discurso mencionado a forma como ele "soube liderar Angola na conquista da paz" , e saudando-o por sua "perseverança e visão de futuro". No discurso, o então presidente citou o projeto da hidrelétrica de Capanda, mencionado no mesmo e-mail de Marcelo Odebrecht como um exemplo da cooperação entre os dois países:
"Reforçamos, assim, um mecanismo financeiro que tem sido o grande motor da expansão dos investimentos brasileiros em Angola. A hidrelétrica de Capanda, símbolo maior da presença econômica brasileira em Angola, não teria sido possível sem a linha de crédito (do BNDES)", discursou Lula.
Ao ser convidado pelo presidente petista para almoço com o presidente da Namíbia, em Brasília, em fevereiro de 2009, Marcelo respondeu com cópia para seus diretores: "Pode ser uma boa oportunidade em função de nossa hidrelétrica (Capanda). Seria importante enviar uma nota memória antes via Alexandrino com eventualmente algum pedido que Lula deve fazer por nós".
Horas antes do almoço, o executivo da Odebrecht Marcos Wilson escreveu ao então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, pedindo que manifestasse ao presidente Lula "sua confiança na capacidade da Odebrecht" assumir o projeto de uma hidrelétrica binacional (Namíbia e Angola) na África. Miguel Jorge respondeu:
"Estive e o PR (presidente) fez o lobby. Aliás, o PR (presidente) da Namíbia é quem começou - disse que será licitação, mas que torce muito para que os brasileiros ganhem, o que é meio caminho andado".
O arrastão e a luta de classes no Brasil
A defensora pública Eufrásia Maria Souza das Virgens, celebridade-instantânea do Rio por dar entrada num pedido de habeas corpus preventivo e coletivo para impedir que a PM aborde e leve para delegacia suspeitos, incluindo assaltantes, que não sejam pegos em flagrante durante os arrastões, é petista. Quem poderia imaginar?
Ela é militante e ativista da causa da Bancada do Champinha, que quer impedir a redução da impunidade penal para crimes hediondos como homicídio e estupro. Ela é doadora de campanha do petista Alessandro Molon. E ela ganha R$ 43.780,25 de salário mensal segundo post do Felipe Moura Brasil da Veja (http://abr.ai/1LOSPQ1), com estabilidade, férias, décimo-terceiro e sabe-se lá quantos benefícios mais. Dilma Rousseff ganha R$ 26 mil. Um ministro do STF, que recebe em tese o teto do funcionalismo público, ganha R$ 33 mil.
Com mais de meio milhão de salário anual, estabilidade no emprego e aposentadoria integral, Eufrásia Maria Souza das Virgens é, por qualquer medida, parte de uma elite privilegiada que exclui mais de 99% dos brasileiros. E acredita que seu trabalho como defensora pública inclui o constrangimento do policiamento e a manutenção da lei que trata homens de 17 anos e 11 meses como crianças inocentes e quase inimputáveis.
Já Edith Rodrigues Leal, a moradora de Nilópolis que foi assaltada no Arrastão, não é protegida por ninguém a não ser por ela própria, por sua família e sua comunidade. E é por ela que nós, liberais, temos que lutar.
Edith é assaltada todos os dias pelo estado brasileiro. Ela trabalha quase metade do ano para pagar impostos e recebe em troca serviços públicos inqualificáveis, dos piores do mundo. E quando ela sofre uma violência, uma marajá que recebe uma fortuna por mês dos impostos pagos por Edith corre para a delegacia para defender os suspeitos do crime que a moça de Nilópolis foi vítima. Está tudo errado.
A esquerda adora falar em luta de classes e ela realmente existe. A classe de privilegiados e abastados como Eufrásia, que vivem numa redoma de ideologia e blindada dos riscos que Edith enfrenta diariamente para viver, está roubando seu futuro.
O Brasil precisa decidir: ou é o país que trabalha para sustentar as Eufrásias ou é o país que luta para que Edith possa trabalhar, sonhar e ser feliz.
SOBRE O AUTOR
Alexandre Borges
Alexandre Borges é carioca, comentarista político e publicitário. Diretor do Instituto Liberal, articulista do jornal Gazeta do Povo e dos portais Reaçonaria.org e Mídia Sem Máscara. É autor contratado da Editora Record.
Comentário, no Instituto Liberal, de leitor da matéria acima publicada.
Sebastiao Ferreira • 11 horas atrásO conceito de luta de classes, como motor das mudanças sociais, é uma falacia criada pelos marxistas para ocultar a grande transformação que se desencadeou a partir do surgimento das bases institucionais do livre mercado e do desenvolvimento empresarial. Ao surgir a empresa moderna, o motor da criação de riqueza, os marxistas inventaram este conceito, astuto, para negar o fator que mudou 100 anos da história, posterior à revolução neolítica. Discutir se um evento conduzido por delinquentes é ou não é luta de classes não é tao importante. Não devemos assumir a narrativa marxista. Quando assumimos a narrativa deles reforçamos a crença de que ela tem alguma base válida.
Comentário, no Instituto Liberal, de leitor da matéria acima publicada.