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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

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Os 70 anos da ONU

Por V. Camorim

O maior trabalho que a ONU tem feito por todo este tempo é de tentar convencer as pessoas de que tem alguma utilidade. A base de muita propaganda quer forçar as pessoas a pensarem que se trata de uma organização internacional cujo objetivo é a paz e a justiça.  Mas apesar deste enorme esforço em que tem consumido uma fábula de recurso desviado do setor produtivo de várias nações, só tem mesmo convencido àqueles que se beneficiam de sua existência. Assim e deste modo as pessoas não percebem o fato que na verdade ela tem contribuído para as guerras e a miséria que parecem ser crônicas.

Atualmente, os gastos da ONU são 40 vezes maiores do que na década de 50. A organização possui dezessete agências especializadas, catorze fundos e um secretariado com dezessete departamentos, que empregam 41.000 pessoas. O orçamento regular das Nações Unidas, que é ajustado a cada dois anos e usado para bancar os custos de administração, mais que dobrou nas últimas duas décadas, chegando a 5,4 bilhões de dólares, ou 22,3 bilhões de reais.

Porém, essa é só uma porção pequena de tudo que é gasto. As Missões de Paz, por exemplo, custam mais 9 bilhões de dólares (37 bilhões de reais), com 120.000 soldados - os chamados "capacetes azuis" - locados principalmente na África. Algumas missões duraram mais de uma década. E há ainda as contribuições voluntárias dos governos, usadas para financiar uma grande parte dos programas de ajuda humanitária, trabalho de desenvolvimento e agências como a Unicef. As doações aumentaram em seis vezes nos últimos 25 anos, chegando a 28,8 bilhões de dólares (118,5 bilhões de reais), e mesmo assim algumas agências afirmam estarem à beira da falência.

Contando com esta montanha de dinheiro o máximo que tem demonstrado é que só opera nas consequências e não nas suas causas as quais demonstra não ter nenhuma influência, isto quando não as provoca ou as influencia. Desde a sua criação tem havido guerras que vão se enfileirando uma atrás da outra. A sua sede é a moderna torre de babel onde a linguagem que mais se fala é a da conspiração. É só fazer um breve retrospecto desde sua criação em 1945.

Em 1948 os soviéticos decidiram matar à fome os alemães da Alemanha oriental e forçar a saída das forças aliadas. Os americanos impediram este massacre e não há registro de qualquer coisa que lembre esforço da ONU a favor ou contra alguma coisa.

Em 1948, a criação de Israel, um Estado Judeu artificial, é talvez das suas façanhas a mais duradoura e nefasta. Até hoje reverbera suas consequências. Qualquer crise no oriente médio, se puxar o fio, vai dá lá nesta criação.

Logo depois, em 1950, a invasão da Coreia do Sul pela Coreia do Norte, com todo apoio da China, a ONU não passou de um obstáculo para que ações mais efetivas fossem tomadas. A União Soviética boicotava o conselho de segurança e nada se poderia fazer para evitar o massacre dos coreanos. Pode colocar esta guerra na conta da ONU.

A Hungria foi invadida pela URSS em 1956 e novamente a ONU não moveu um dedo. Já na invasão do Egito, neste mesmo ano e em função do canal de Suez, ela se limitou a mandar uma pequena força para patrulhar a fronteira Israel Egito, completamente desnecessária e sem sentido. Násser, um socialista, consistente com sua filosofia,“desapropria” o canal de Suez. Uma clara advertência ao mundo que é arriscado investir em países pobres e ajudá-los a escapar do atraso. O investimento estrangeiro, um instrumento do capitalismo que ajudou a muitos países a sair da miséria e se ombrear com as nações desenvolvidas, agora é considerada uma exploração inaceitável.

 Há também o caso do Congo em 1960 em que a sua intervenção resultou em um desastre ainda maior por ter se bandeado ao que tinha de pior. Há o de Cuba e os mísseis soviéticos. A sua simpatia por Cuba e a URSS era evidente. Há inúmeros fatos que indicam que seu desempenho ao longo deste tempo aponta no sentido contrário do que diz ser seu papel. Eles demonstram que a ONU é um instrumento da política socialista. E assim foi desde o seu inicio.




O genocida Che Guevara confessa na ONU seus crimes e os da tirania comunista de Cuba, 
e a entidade não faz nada! - O Editor - Ivan Lima

O desmoronamento da antiga URSS e seus satélites, bem como o estrondo da queda do muro de Berlim não lhe disse nada e não afetou a sua atitude. Muito pelo contrário. O capitalismo continua seu demônio e o socialismo o seu horizonte. Firme na decisão de combater a economia de mercado passou a gestar em seu intestino novas armas e projetos as quais, por acordo com os países membros, são implementadas como politicas públicas a nível mundial. O cardápio é enorme e criativo: a lei do desarmamento; cotas raciais; política de gênero; casamento gay, e tantos outros. O certo é que não foge um milímetro de sua natureza. Segue imperturbável a politica marxista de “acirrar as contradições” ou, seguindo a recomendação de Lênin, de transformar todo organismo da sociedade em escola do comunismo.

Desde o século XIX os economistas avisavam que o socialismo é um projeto impraticável devido a impossibilidade de se fazer cálculo econômico baseado na moeda. Qualquer tentativa de se eliminar a propriedade privada dos meios de produção, como recomenda a sua doutrina, mata no nascedouro a formação do preço e o mercado vira o caos com desperdício de todo tipo. A produtividade do trabalho diminui e a miséria tende a sufocar a sociedade. Foi isso o recado da queda do muro de Berlim. 

Mas como o órgão provisório do futuro governo mundial a ONU faz qualquer um cego e surdo para a realidade. O governo mundial não é um sonho socialista. É muito mais antigo. Mais antigo que Gengis Khan. A disputa por um lugar no restrito organograma que decide suas ações provoca uma luta surda em que os conchavos não são poucos. O governo brasileiro tem prometido até a alma ao diabo por uma beira nesta cobiçada organização. Mas apesar da pose de supremo chefe quando, por tradição, abre a sua sessão anual, nada tem dado certo. E nunca dará certo.

Ninguém presta atenção ao fato que um governo mundial é impraticável porque pressupõe no uso da força para obrigar os governados – neste caso os Estados ou países membros- a obedecerem às decisões emanadas de seu organismo central que de outra maneira não obedeceriam. Quem vai querer se submeter e aceitar o papel de subalterno? É de natureza do socialismo que só um chefe manda e que os demais se curvem à sua autoridade. Ai está a razão de mais conflitos, pois a soberania das nações simplesmente sumiriam.  No socialismo não há espaço para mais de um chefe.

A opinião publica americana que abriga a sede deste monstrengo e a que mais contribui para alimentar os ratos gordos que infestam sua enorme estrutura ainda não acordou para a realidade que representa este organismo. Há pessoas influentes na mídia e na política que discordam da ONU, mas não a ponto de achá-la uma sonora inutilidade ou instrumento da perturbação da paz e progresso mundial. Chegam ate a formular planos para concertar o que acham ser excesso, falta ou mesmo falhas. Não conseguem compreender que a ONU é incapaz de promover a paz e a justiça. Como instrumento do socialismo e do intervencionismo tem como função sabotar a única possibilidade de se instaurar a paz e a justiça a nível mundial que é a promoção da politica de livre comércio. O comercio livre, sem obstrução de governos, é o único instrumento capaz de promover a paz, a justiça e o progresso. A sociedade é a cooperação na divisão do trabalho tendo como base a propriedade privada. Sociedade e mercado são dois nomes para a mesma coisa. Nela não há antagonismo entre os indivíduos assim como entre as nações. A causa do antagonismo está na intervenção do governo nos negócios que termina contaminando todo o tecido social e que a ONU trabalha para perpetuar. Têm como traço característico de ser abrigo das varias doutrinas coletivistas as quais recomenda tornando as suas assembleias um dos principais fóruns de sua difusão. O nome pomposo de Nações Unidas não é outra coisa senão uma gigantesca fraude. O resto é potoca.

Os discursos ocos e sem sentido de um sem número de pseudo-estadistas devem se suceder na exaltação de sua existência. Todos querem aparecer e todos vislumbram o sonho de segurar o comando supremo deste promissor governo mundial. O que os discursos dos chefes de estado se pavoneando de grandes e adorados lideres não escondem é a rede de conspiração contra a politica de livre empresa vulgarmente denominado de capitalismo. Certamente que é um aniversário não para se comemorar, mas para se lamentar.

V. Camorim.


Camorim é articulista de LIBERTATUM

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