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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Agência de marketing digital do PT movimenta R$ 63,1 milhões de forma irregular, segundo COAF.

(Época) A agência de comunicação Pepper Interativa, investigada por corrupção e lavagem de dinheiro pela Polícia Federal, recebeu recursos considerados suspeitos do Partido dos Trabalhadores, segundo relatório sigiloso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), obtido por ÉPOCA. No documento, os técnicos do Coaf, órgão do Ministério da Fazenda de combate à lavagem de dinheiro, relatam que a Pepper movimentou R$ 63,2 milhões entre 2007 e 2015. 

Desse total, R$ 58,3 milhões – ou seja, 92,2% – passaram pela conta bancária da Pepper de janeiro de 2013 a maio de 2015. A maior parte desse dinheiro de origem duvidosa saiu dos cofres do PT. Ao todo, o partido transferiu R$ 15,2 milhões à agência nos últimos três anos. Nesse período, a Pepper virou a principal agência digital do meio político, sobretudo prestando serviços para campanhas petistas e órgãos públicos.
Relatório do Coaf (Foto: reprodução)
Foram identificados ao menos três indícios de irregularidades nas contas da Pepper, de acordo com o Coaf. O primeiro deles tem a ver com a “movimentação de valores vultosos na conta, aparentemente superiores à capacidade econômico-financeira da empresa”. 

O segundo está relacionado com o fato de que “alguns beneficiários e rementes de recursos não desempenham atividade profissional que tenha relação com aquela exercida pela empresa analisada”. Por fim, o mais alarmante de todos: “O comunicante suspeita que a origem do dinheiro seja proveniente de recursos obtidos ilicitamente”. 

A Pepper está sob investigação da PF na Operação Acrônimo -- que apura um esquema de corrupção e lavagem de dinheiroencabeçado pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento no primeiro mandato de Dilma Rousseff e coordenador da campanha presidencial da petista em 2010. Investigadores suspeitam que a Pepper tenha sido utilizada pela organização criminosa como um canal de repasses de dinheiro dos cofres públicos e de campanhas eleitorais para políticos e agentes públicos.

Uma parte do dinheiro que saiu do caixa da Pepper foi destinada a investimentos cuja “origem dos recursos suspeita-se que seja ilícita”, segundo o relatório do Coaf. A empresa aplicou R$ 4,8 milhões em fundos do Banco do Brasil. A outra parte foi direta para o bolso da sócia majoritária da agência,Danielle Miranda Fonteles. A jornalista e empresária recebeu R$ 6,9 milhões, segundo o Coaf. Com uma renda de R$ 80 mil e um patrimônio R$ 211.758, Danielle movimentou R$ 15,1 milhões entre 7 de dezembro de 2010 e 27 de agosto de 2015. Desse total, R$ 8,1 milhões decorrem de operações a crédito e R$ 7 milhões a débito. 

Fonte: Blog do Coronel

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